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Capítulo engraçadinho, mas nem tanto rrsrsrsrsrs 


''Escrever é bem mais complicado do que fazer. Se esconder atrás de um computador parece bem mais confortável e eu não procuro algo além, mesmo que eu devesse. Mas por que continuar? Todos devem saber quando chegou o limite e eu reconheço o meu. Quem sabe quantas vezes eu fiz isso? Não importa, na verdade.

É como andar de bicicleta. Você cai, mas logo está tentando de novo. A queda havia sido feia, mas agora é seu objetivo. Você tem que aprender a andar na maldita bicicleta e eu tenho que aprender a viver sem Louis Tomlinson.

Três meses depois e eu ainda escrevo. Talvez eu devesse mandar um cartão de natal, mas não seria uma ideia perfeita, nem é natal. Eu só queria uma desculpa. Quem diria... Estou orgulhoso demais para falar algo. Meu orgulho tem me salvado de ser um idiota. Ainda não consigo acreditar que eu voltei a escrever nessa droga.

Estou até falando droga.

Gemma disse que eu deveria estar mais animado, pois estou de férias. Bom, tecnicamente, amanhã as aulas na faculdade voltam e eu terei que voltar também. Tentarei me manter ocupado o suficiente para não cair da bicicleta novamente.''

– Kyle terminou o jantar. – Beatrice abriu a porta após bater. Observou que o irmão escrevia e encostou a porta. Caminhou calmamente até a cama e se sentou ao lado dele, o mesmo guardou o diário e olhou para ela. – Tinha esse pescador... Ele tinha um filho que todos os dias ia pescar com ele. Mas antes de pescar com o pai, o garoto fazia um castelo de areia próximo do mar. Uma onda destruía o castelo antes do fim do dia, mas ele continuava construindo o castelo. O pai perguntou ''por que você continua insistindo em construir esse castelo próximo a água?'' e ele se virou para o pai e respondeu ''por que o senhor continua insistindo em pescar se às vezes volta sem peixe algum?''. O pai não entendeu muito o sentido, mas o filho completou ''nem sempre a gente recebe o que merece. Estamos sempre esperando que algo mais aconteça e não acontece, mas será que acontecerá se pararmos?''. Seu pai não resolveu protestar quanto a isso, mas um ano depois o garoto desistiu de construir castelos próximos a água, porque mesmo que ele estivesse correto, como ele poderia mudar a ordem natural das coisas?

– Esse é seu jeito de me dizer que estava na hora de deixar tudo para trás? – perguntou Harry sem entender bem o que a irmã queria dizer.

– É o meu jeito de dizer que está tudo bem não conseguir continuar fazendo isso. Até os mais insistentes desistem. Não tem problema em desistir se já está cansado de pessoas te derrubando. Não é errado, Harry... – ela respirou fundo e apertou a mão do irmão. – É humano.

Beatrice se levantou da cama ainda segurando a mão do irmão e puxando-o para fora do quarto. Quando saíram, caminharam até a cozinha e se juntaram ao resto da família na mesa. Anne sorriu para os dois e apontou para os dois lugares vagos ao lado dela. Harry sentou-se e recebeu um abraço pelos ombros pela mãe.

– Esses dois meses passaram voando. Nem acredito que meus bebês já estão indo embora de novo. – a mulher enxugou as lágrimas que escorriam por suas bochechas.

– Deveria se mudar para Londres de uma vez. – Luke disse enquanto se servia e os demais faziam o mesmo. – Seria bom estarem lá para comemorar semana que vem quando o livro de Harry for escolhido.

– Não sabemos se ele será escolhido ou não, Luke. – o cacheado rebateu. – Eu escrevi o final sem pensar muito... Acho que ficou uma droga! – passou a mão nervosamente nos cabelos.

– Droga? – Gemma entrou na conversa. – Eu chorei com o final, Harry... E eu não sou uma pessoa de ficar com essa frescura igual Kyle.

– Ei! – Kyle protestou. – Se chama sensibilidade e eu prefiro ser assim do que jogar todas as roupas íntimas do irmão pela janela do hotel.

Lose yourself |l.s|Where stories live. Discover now