Capítulo 21 - Casamento por água abaixo

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  Agradeço a idosa pelas informações e saio do orfanato, rumo à minha casa.
  Estaciono o carro na segunda rua paralela em relação ao meu lar para que Akila não escute a minha chegada e eu consiga fragá-lo com Mariana. A casa vizinha está passando por uma obra turbulenta e barulhenta e por isso os dois amantes não escutam quando destranco a porta da lateral da casa e entro. No interior do primeiro andar o ambiente é tomado por silêncio e solidão. Deixo a bolsa sobre o sofá e subo as escadas com cuidado para não notarem a minha presença.
  Ando até o final do corredor, onde meu quarto está. Tento abrir a porta mas ela está trancada. Percebo que o chuveiro de meu banheiro está ligado, é o único som emitido no segundo andar.
  Fico próxima da porta e espero que alguém a abra. O chuveiro é desligado e ouço a voz de Akila.
- Você deve ir para os seus aposentos ou fingir que estava lavando roupa, sei lá... Chimi deve estar chegando.
- Está bem. Você se arrepende de alguma coisa?
- Não, mas isto não pode se repetir.
- Tem certeza que não quer se separar dela?
- Tenho. Gosto muito de você, mas não sei se é amor verdadeiro para pedir divórcio de um casamento estável e confortável, que agrada meus pais.
- Entendo - Mariana diz tristemente, mas com uma voz encantadora - Saiba que sou apaixonada pelo Senhor e se algum dia eu tiver uma chance, me procure imediatamente.
- Obrigado por entender.
- Preciso ir logo.
- Certo.
  Enquanto eles conversam, gravo tudo o que falam no celular para ter mais provas da traição, além de estarem trancados em meu quarto sozinhos e das gravações feitas no primeiro andar.
  Mariana destranca a porta e abre-a, toma um susto quando me vê e fica petrificada. Meu marido dá primeiramente aquelas desculpas que todo homem traidor fala, como "Não é isto o que você está pensando". Chego em sua direção e dou lhe um tapa com vontade. A empregada de apenas 17 anos desce escada abaixo sem que eu perceba imediatamente para não ser estapeada ou coisa parecida.
- Como você pôde se deitar com esta piranha?! - grito, fingindo que me importo com esta traição.
- Vou admitir que me deitei com ela, qualquer desculpa que eu der você não irá acreditar - ele fala tentando ficar calmo diante da situação.
- Muito bom ter admitido logo! Provas da traição não faltam: gravações, audios, os dois dentro do quarto a sós... - fiz uma pausa para me manter firme e direta - Eu poderia nutrir algum sentimento por você, formar uma família... - minto - Mas depois disto... basta! - aumento o tom de voz.
- Peço seu perdão Chimi, eu lhe imploro, por favor! Eu errei, fui fraco, tinha que ter resistido aos encantos de Mariana! - grita desesperado.
- Não consiguirei viver mais com você, sempre estarei desconfiada das suas atitudes! Quero o divórcio!

Chimi em New York Onde as histórias ganham vida. Descobre agora