Lose yourself |l.s|

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Louis estava desconfiando da atitude de Harry, mas nunca chegou a pensar que fosse por conta de sua transa com Leighton. Na verdade, ele nem cogitou a ideia de que Styles sabia. Claro que não havia problema do cacheado saber, mas ele preferia assim, porque, de certa forma, ele sabia que Harry gostava dele, só não entendia a razão.

Louis era terrível com as palavras, julgava sem pensar, era grosso e pior de tudo: ele parecia ser de pedra. A idealização de humano para Harry era caracterizada pela humanidade, ou seja, os sentimentos, e ele não parecia ter sentimentos além de pena de si mesmo. E Harry estava cansado. Mas não é como se ele pudesse evitar. Se ele pudesse, com certeza faria.

– Qual é o seu problema? – Tomlinson aliviou o peso de suas costas quando fez a pergunta. O rosto do de olhos verdes logo ficou vermelho de raiva e isso assustou um pouco o menor.

– Você quer realmente saber qual é o meu problema? – ajeitou-se na cama e respirou fundo para recuperar sua postura. Não queria fazer escândalo, mas talvez desabafar fosse uma boa ideia. – Você é muito bipolar. Muito esquisito. Como diabos você diz que gosta de uma pessoa e depois ignora o que disse para poder ficar com outra? – Louis ficou um pouco surpreso e abriu a boca para se defender, mas Harry o interrompeu. – E depois ainda liga para a pessoa para comentar do livro favorito dela? Eu acho que isso era culpa, sabia? Como você acorda uma pessoa que você nem gosta no meio da noite só para falar do final estúpido de um livro estúpido depois de foder com uma garota, seu estúpido? Ah, e você também ronca quando dorme e isso é irritante. E você também faz barulho enquanto lê. Parece uma mosca. Aquela mosca que fica sentando toda hora no seu lanche. E esse seu piercing no septo... Que ódio que eu tenho quando ele está torto. Minha vontade é passar uma daquelas colas potentes para ver se esse piercing estúpido fica no lugar. Eu acho que eu tenho TOC. Você é uma ameaça para a minha probabilidade de ter TOC. – molhou os lábios e abriu um sorriso. – Esse é o meu pequeno problema. E então, o que você acha?

– Você aprendeu a falar estúpido agora? – franziu a testa e Harry desmanchou o sorriso. – Tudo bem. Eu entendi... E eu quero te pedir desculpas se meu piercing torto te irrita. Ou se eu ronco. Ou se eu faço um barulho irritante enquanto leio. Ou se eu sou a mosca irritante que fica sentando no seu lanche. Ou se eu fiquei apavorado de enfrentar você novamente.

– Pedir desculpas não conserta nada. Você devia testar fazer menos merda. – desviou dos olhos de Louis. – Eu não estou pedindo que goste de mim. Eu só quero que pare com isso.

– Eu irei parar com isso... É o último dia do trato, não é? Não serei mais um peso, Harry. – reconheceu e passou a olhar para os anéis do encaracolado. – Ed uma vez me disse que você é legal demais para mim e isso é verdade. Minha vida é uma sucessão de coisas ruins acontecendo e eu não quero te magoar, porque isso acontece todos os dias.

Harry estava de lado quando deixou a primeira lágrima escapar. Quando viu que evitar piscar só piorava a situação, ele piscou e liberou seus sentimentos através das lágrimas. E então fechou os olhos. Era como uma previsão. Ele já havia pensado que um dia estaria de um lado do corredor e Louis do outro, mas eles não se falariam porque não havia mais vínculo algum.

– Tudo bem... Você disse que tínhamos um lugar para ir. – Harry enxugou a lágrima e tornou a olhar para Louis. – É algum lugar específico?

– Não. – disse. – Na verdade, acho que é a jogada final para você ter um ótimo final para seu livro.

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Algumas pessoas poderiam achar que Harry era idiota e que Louis era pior ainda, mas nunca pararam para reparar no quão recorrente era a situação. Por isso Styles resolveu não contar a história como deveria ser contada. Ele alterou todos os detalhes da história. Matou personagens. Glorificou vilões. Pode não fazer muito sentido, mas ele não sentia mais que estava escrevendo para Sr. Fitz ou para a editora Docco. Estava escrevendo para ele mesmo.