A Dama do Sol - I

Epílogo

"No fim tudo dá certo, e se não deu certo é porque ainda não chegou ao fim."

- Fernando Sabino.

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Zoe não sabia bem o que estava acontecendo com si própria.

O sonho que tivera com Lucifer a havia assustado mais do que ela gostaria de admitir, e agora estava se sentindo observada, como se o Anjo Caído estivesse a olhando nesse exato momento, embora escondido. Ela se sentia...diferente. Não sabia exatamente no que estava diferente, mas sabia que havia algo. Se sentia estranha dentro de seu próprio corpo.

E agora, sentada no telhado do instituto, observando Nova York de noite, tentava pensar no que faria a seguir. Lucifer precisava dela e dos outros dois, e ela aparentemente era a única que faltava para este. Sabia também que ele logo viria atrás dela, e essa não poderia fazer nada para impedir.

Tentar fugir não era uma opção, até porque ele a encontraria em qualquer lugar do mundo. Então, poderia se matar, para impedi-lo de utilizar seu poder. Porém, tinha certeza de que ele ainda usaria o dos outros dois, portanto, a sua morte passaria indiferente aos seus olhos.

Dessa forma, não havia nada que ela pudesse fazer. E estava com medo. Com medo de Lucifer e do que ele era capaz. Poucos minutos com este numa sala já a deixaram com um medo absurdo, então, como seria capaz de enfrentá-lo? Era impossível.

Absorta em pensamentos, Zoe não notou que tinha companhia, até esta pigarrear e entrar em seu campo de visão.

— Julian. - cumprimentou, após se recuperar do sobressalto de sua chegada.

— O que faz aqui? - ele perguntou, se sentando ao lado dela no telhado.

— Eu estava pensando. - disse, sem desviar os olhos da parte de Nova York que era possível ver de lá. - E você?

— Te procurando. - Julian falou, o que a fez lhe lançar um olhar indagativo. - Eu queria saber se você está melhor...digo, depois do pesadelo.

Zoe deu um sorriso fraco, assentindo lentamente.

— É, acho que sim. - falou, e então suspirou pesadamente. - Okay, quem estou enganando? Definitivamente não. Eu me sinto...estranha, como se tivesse algo errado comigo.

— Sei como é, estou sentindo a mesma coisa desde que coloquei os olhos nele. - o Penhallow comprimiu os lábios, balançando a cabeça. - Não vamos conseguir dete-lo, não é?

— Não, não vamos. Estamos todos ferrados. - concordou ela, arqueando as sobrancelhas.

Julian a olhou pensativamente, ainda sentado ao seu lado.

— Bem, talvez você consiga. E os outros dois. Vocês tem os poderes, talvez sejam páreos para ele. - sugeriu, dando de ombros.

— Apenas um anjo seria capaz de algo assim. E não somos anjos.

— Certeza? Por que você parece um. - ele disse, o que a fez rir e balançar a cabeça. Depois continuou: - O que estou querendo dizer é...os poderes de vocês foram concedidos por anjos. O que os torna algo parecido com isso, seria a única chance.

— Mas é O Diabo. Que chance teríamos contra ele? - Zoe perguntou, fazendo uma careta. - Eu sinto que estou me iludindo ao pensar que teríamos alguma chance.

— Bem, às vezes você precisa acreditar no impossível para continuar de pé. - o Penhallow falou, sem olha-la nos olhos.

Os dois passaram algum tempo em silêncio, até Zoe quebra-lo, dizendo: