Capítulo 18 - Quem é você?

1.3K 121 45
                                    

- Vocês são a família do paciente? - perguntou o médico.

- Somos. - dissemos eu, Lucy e Pedro, vendo a mãe do moreno fazer uma careta.

- O senhor Alex sofreu uma grande pancada na cabeça, e, infelizmente, não resistiu. Sinto muito, nós fizemos o possível.

Em seguida, vi uma maca com um corpo coberto por um lençol branco passando. No prontuário estava escrito, claramente, o nome Alex.

- Alex! Alex, não faz isso comigo! - gritei.

- Isso é tudo culpa sua! Você matou o meu bebê! - incriminou-me a mãe da fera.

Eu não conseguia mais sustentar minhas pernas. Cai de joelhos no chão, enquanto ouvia uma voz distante me chamando.

- Kelsey? Kelsey, acorda, por favor.

Me obriguei a ficar de pé, novamente. Procurei desesperadamente pela pessoa que emitia tal som, mas eu não conseguia encontrar.

Até que ficou tudo branco, e consegui abrir os meus olhos.

Agora eu me lembrava de tudo. Lucy me acordando no meio da noite, eu correndo aqui para o hospital e adormecendo nos braços de Alex.

- Você está bem? - perguntou meu namorado, que estava deitado na cama do hospital, com máquinas monitorando seus batimentos. Novamente.

- Eu... Eu sonhei que eu cheguei no hospital e você tinha.... morrido. - senti um vento frio batendo em minhas bochechas, e percebi que elas estavam parcialmente molhadas.

- Kells, o médico já lhe explicou três vezes. O acidente de carro não teve nada haver com você, eu simplesmente não vi o carro virando a rua e não consegui freiar a tempo. - eu assenti com a cabeça, mas ainda com dúvidas dentro de mim, afinal, ele só pegou aquele carro para tentar convencer a assistente social a não tirar as meninas de mim. - Eu estou bem! Você viu meus exames, tudo normal! Em breve, nós estaremos repetindo os beijos, os toques...

Falou, aproximando a cabeça. Beijei-o levemente, porém ele intensificou o beijo. Coloquei a mão na sua barriga e subi um pouco a camisola do hospital, passando meus dedos sobre seu abdômen bem definido. O garoto soltou um gemido e eu pulei.

- Ai meu Deus! Eu te machuquei? - perguntei, saindo da cama.

Alex bufou e encostou a cabeça no cobertor, não acreditando que eu tinha me afastado por aquilo.

- Você sabia que quando as pessoas estão gostando do ato, elas gemem? - ironizou. - Sei que você sabe...

Sorriu de um modo sacana.

- Idiota. - sorri. - Vou ir comprar algo pra comer, você quer? - provoquei, sabendo que ele não podia comer nada que não fosse do hospital.

- Ha ha, vai ter vingança, senhorita Smith.

- Ah, é? E o que vai ser?

Cheguei mais perto dele, o beijando. Mordi e puxei seu lábio, finalizando.

- Espera só você voltar.

- Mal posso esperar. - sorri.

Andei até a lanchonete do hospital e quase vomitei. Que tipo de comida era essa? Eles tinham que servir coisa boa - afinal pessoas morriam aqui. Muita gente se consola com comida.

Eu, por exemplo.

Corri até a portaria do lugar, e, por sorte, havia um Mcdonald's em frente a ela.

Sorri em triunfo e entrei na fila, comprando o meu favorito - uma promoção do Bic Mac.

Quando Alex recebesse alta, eu, definitivamente, iria leva-lo ali.

Voltei para dentro do lugar. Peguei meu celular e vi uma mensagem da fera, dizendo que ele seria liberado amanhã de manhã. Aproveitei a oportunidade e liguei para Pedro.

- Oi! - atendeu.

- Oi. Alex será liberado amanhã de manhã, que tal uma festa? - perguntei.

- Claro, amanhã à tarde tudo e todos estarão prontos.

Desliguei. Era tudo que eu precisava.

Para não deixar o moreno com vontade de comer hambúrguer, sentei em uma das mesinhas e finalizei meu lanche. Meu celular tocou assim que tomei o último gole da Coca-Cola.

- Kelsey. - atendi, dando um sorrisinho de lado por causa da minha saudação.

- Olá, senhorita Smith. Como vai? - ouvi a voz de Karen do outro lado da linha e senti um arrepio na espinha.

- Oi. - tentei ser o mais educada possível, mas ainda não conseguia me convencer de que a culpa não fora dela.

- Soube do acidente do seu marido, sinto muitíssimo. - falou. Marido?

- É, obrigada. - revirei os olhos. - Ele vai ficar bem.

- Ótimo. - senti ela sorrindo. - As meninas sentem sua falta. Talvez devesse vir vê-las de vez em quando.

Meu coração derreteu.

- Claro, passarei no hospital quando meu "marido" tiver alta.

- Ok! Avisarei a elas! - disse animada, e eu desliguei.

Hora de voltar para meu marido.

Atravessei o saguão de novo, e subi até o quarto 510. Eu cantarolava ao pensar no que viria a seguir.

Ok, meus hormônios estavam descontrolados. Que seja.

Quando virei a porta do quarto já comecei a falar.

- Você não acredita no que acabou de acontecer! - eu disse fechando a porta e a trancando. - Karen quer que eu visite as meninas.

E então eu me virei.

Alex estava me olhando confuso. Sua mãe estava sentado do seu lado e chorava desesperadamente. O pai dele finalmente tinha aparecido, e tentava consolar a mãe com a mão em seu ombro.

- O que está acontecendo? - perguntei.

Isso só fez com que a mãe do moreno chorasse mais. A fera continuava confuso, e olhava para sua mãe, depois para mim. Estavam de mãos dadas, e, devido aos dedos brancos de Alex, percebi que estava entrelaçadas bem forte.

- Alex? - pedi, mas o garoto só ficou mais confuso.

- Você me conhece? - perguntou, depois olhando para os pais, que assentiram. - Quem é você?

----
Oi oi pessoal!

Como estão? Me contem as novidades!

Espero que não me matem depois desse capítulo rsrs

XOXO

- FaithMeg

Poison GirlWhere stories live. Discover now