- Vocês são a família do paciente? - perguntou o médico.
- Somos. - dissemos eu, Lucy e Pedro, vendo a mãe do moreno fazer uma careta.
- O senhor Alex sofreu uma grande pancada na cabeça, e, infelizmente, não resistiu. Sinto muito, nós fizemos o possível.
Em seguida, vi uma maca com um corpo coberto por um lençol branco passando. No prontuário estava escrito, claramente, o nome Alex.
- Alex! Alex, não faz isso comigo! - gritei.
- Isso é tudo culpa sua! Você matou o meu bebê! - incriminou-me a mãe da fera.
Eu não conseguia mais sustentar minhas pernas. Cai de joelhos no chão, enquanto ouvia uma voz distante me chamando.
- Kelsey? Kelsey, acorda, por favor.
Me obriguei a ficar de pé, novamente. Procurei desesperadamente pela pessoa que emitia tal som, mas eu não conseguia encontrar.
Até que ficou tudo branco, e consegui abrir os meus olhos.
Agora eu me lembrava de tudo. Lucy me acordando no meio da noite, eu correndo aqui para o hospital e adormecendo nos braços de Alex.
- Você está bem? - perguntou meu namorado, que estava deitado na cama do hospital, com máquinas monitorando seus batimentos. Novamente.
- Eu... Eu sonhei que eu cheguei no hospital e você tinha.... morrido. - senti um vento frio batendo em minhas bochechas, e percebi que elas estavam parcialmente molhadas.
- Kells, o médico já lhe explicou três vezes. O acidente de carro não teve nada haver com você, eu simplesmente não vi o carro virando a rua e não consegui freiar a tempo. - eu assenti com a cabeça, mas ainda com dúvidas dentro de mim, afinal, ele só pegou aquele carro para tentar convencer a assistente social a não tirar as meninas de mim. - Eu estou bem! Você viu meus exames, tudo normal! Em breve, nós estaremos repetindo os beijos, os toques...
Falou, aproximando a cabeça. Beijei-o levemente, porém ele intensificou o beijo. Coloquei a mão na sua barriga e subi um pouco a camisola do hospital, passando meus dedos sobre seu abdômen bem definido. O garoto soltou um gemido e eu pulei.
- Ai meu Deus! Eu te machuquei? - perguntei, saindo da cama.
Alex bufou e encostou a cabeça no cobertor, não acreditando que eu tinha me afastado por aquilo.
- Você sabia que quando as pessoas estão gostando do ato, elas gemem? - ironizou. - Sei que você sabe...
Sorriu de um modo sacana.
- Idiota. - sorri. - Vou ir comprar algo pra comer, você quer? - provoquei, sabendo que ele não podia comer nada que não fosse do hospital.
- Ha ha, vai ter vingança, senhorita Smith.
- Ah, é? E o que vai ser?
Cheguei mais perto dele, o beijando. Mordi e puxei seu lábio, finalizando.
- Espera só você voltar.
- Mal posso esperar. - sorri.
Andei até a lanchonete do hospital e quase vomitei. Que tipo de comida era essa? Eles tinham que servir coisa boa - afinal pessoas morriam aqui. Muita gente se consola com comida.
Eu, por exemplo.
Corri até a portaria do lugar, e, por sorte, havia um Mcdonald's em frente a ela.
Sorri em triunfo e entrei na fila, comprando o meu favorito - uma promoção do Bic Mac.
Quando Alex recebesse alta, eu, definitivamente, iria leva-lo ali.
Voltei para dentro do lugar. Peguei meu celular e vi uma mensagem da fera, dizendo que ele seria liberado amanhã de manhã. Aproveitei a oportunidade e liguei para Pedro.
- Oi! - atendeu.
- Oi. Alex será liberado amanhã de manhã, que tal uma festa? - perguntei.
- Claro, amanhã à tarde tudo e todos estarão prontos.
Desliguei. Era tudo que eu precisava.
Para não deixar o moreno com vontade de comer hambúrguer, sentei em uma das mesinhas e finalizei meu lanche. Meu celular tocou assim que tomei o último gole da Coca-Cola.
- Kelsey. - atendi, dando um sorrisinho de lado por causa da minha saudação.
- Olá, senhorita Smith. Como vai? - ouvi a voz de Karen do outro lado da linha e senti um arrepio na espinha.
- Oi. - tentei ser o mais educada possível, mas ainda não conseguia me convencer de que a culpa não fora dela.
- Soube do acidente do seu marido, sinto muitíssimo. - falou. Marido?
- É, obrigada. - revirei os olhos. - Ele vai ficar bem.
- Ótimo. - senti ela sorrindo. - As meninas sentem sua falta. Talvez devesse vir vê-las de vez em quando.
Meu coração derreteu.
- Claro, passarei no hospital quando meu "marido" tiver alta.
- Ok! Avisarei a elas! - disse animada, e eu desliguei.
Hora de voltar para meu marido.
Atravessei o saguão de novo, e subi até o quarto 510. Eu cantarolava ao pensar no que viria a seguir.
Ok, meus hormônios estavam descontrolados. Que seja.
Quando virei a porta do quarto já comecei a falar.
- Você não acredita no que acabou de acontecer! - eu disse fechando a porta e a trancando. - Karen quer que eu visite as meninas.
E então eu me virei.
Alex estava me olhando confuso. Sua mãe estava sentado do seu lado e chorava desesperadamente. O pai dele finalmente tinha aparecido, e tentava consolar a mãe com a mão em seu ombro.
- O que está acontecendo? - perguntei.
Isso só fez com que a mãe do moreno chorasse mais. A fera continuava confuso, e olhava para sua mãe, depois para mim. Estavam de mãos dadas, e, devido aos dedos brancos de Alex, percebi que estava entrelaçadas bem forte.
- Alex? - pedi, mas o garoto só ficou mais confuso.
- Você me conhece? - perguntou, depois olhando para os pais, que assentiram. - Quem é você?
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Oi oi pessoal!Como estão? Me contem as novidades!
Espero que não me matem depois desse capítulo rsrs
XOXO
- FaithMeg
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Poison Girl
Teen FictionContinuação de Kelsey... Dois anos se passaram desde o último encontro entre o casal. Kelsey, agora com 18 anos, vai fazer faculdade em Miami, na Florida, e se surpreende quando recebe a notícia que um de seus primos e Alex também se mudaram para...