Capítulo 2 - Minhas meninas

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O amor pode sim ser a cura para uma doença psicológica ou física, mas também pode ser o causador delas. E era exatamente assim que eu estava me sentindo, como se toda a melhora que eu tive nos últimos anos estivessem indo embora. Como se tudo que vivi fosse em vão. Como se eu estivesse... Vazia.

Com muito custo me levantei da cama e caminhei ao banheiro. Tomei um banho quente demorado e me vesti. Estava na hora de ver minhas meninas.

Desci as escadas e fui à cozinha. Estavam todos na Jacuzzi e me acompanhavam com os olhos e calados.

Peguei bastante dinheiro na minha bolsa que estava em cima do sofá e saí.

Cheguei ao hospital e logo fui para o quarto 221. Entrei e percebi que estava com a luz apagada.

- Meninas...? - sussurrei.

Senti um impacto na minha cintura e vi Charlie me abraçando. E logo minhas outras meninas vieram também e de repente eu me senti melhor.

Charlie era morena dos olhos azuis escuros. Tinha seis anos. Chelsea tinha sete e era loira dos olhos verdes claros, e por fim tinha a Chloe, que também era morena, possuía olhos castanhos e tinha oito anos. Todas tem Leucemia, e se conheceram na ala de Oncologia de um hospital em que eu era voluntária e agora são melhores amigas.

- Kells, como foi seu reencontro? - Charlie perguntou, se sentando na cama e batendo palminhas.

- Nada do que eu falei que seria para vocês. - suspirei. - Na verdade, muito diferente do que eu falei para vocês.

- Quer dizer que ele não te beijou, nem rodou no ar, nem mesmo te pediu em casamento? - Chelsea falou, fazendo um biquinho.

- Heey! Eu não disse que o Alex iria fazer essas coisas! - respondi rindo. - Só esperava que ele ficasse mais feliz em me ver.

- Quando eu crescer eu vou ter um príncipe, ele vai me levar em bailes e dormir abraçadinho comigo. - Chloe disse, soltando um suspiro apaixonado. As outras meninas fizeram caretas.

- Eu não quero namorar, só da problema pelo que estou vendo do relacionamento da Kells. - A loira disse. Eu olhei para ela incrédula.

- Okay, eu trouxe algumas coisas para vocês. - afirmei, mudando de assunto. Peguei a sacola que carregava e tirei algumas embalagens de dentro.

- Perucas coloridas! - elas gritaram, animadas. - É bastante útil, o nosso cabelo já esta caindo.

Sorri tristemente e fiquei observando as meninas conversarem e experimentarem as perucas. Peguei meu celular e comecei a fazer uma mini sessão de fotos delas, que posavam animadas. É incrível como elas lidam tão bem com a doença que tem.

- Kelsey, será que podemos ir para sua casa hoje? Quero dizer, você sempre levava a gente e estamos loucas para fazer um pouco de bagunça.

Sorri com o comentário delas.

- Vou ver o que posso fazer.

Sai do quarto e fui conversar com a enfermeira, expliquei que já tinha pegado as meninas em NY e que elas já dormiram várias vezes na minha casa. Eu já tinha feito um curso de primeiros socorros, então ela deixou sem problemas. (n/a: essa parte eu não sei se pode acontecer na vida real, mas inventei, então não precisam comentar que isso não é possível acontecer).

- Arrumem as suas coisas meninas, nós vamos para minha casa.

***

Abri a porta de entrada e as garotas entraram correndo.

- Que isso Kelsey? Adotou filhas? - Pedro perguntou, espantado.

- Sim! Elas não são maravilhosas? - brinquei.

- Mamãe, onde é o nosso quarto? - Charlie entendeu a brincadeira e decidiu participar.

- Vou mostrar para vocês.

Subi as escadas e levei-as para meu quarto. Arrumei as camas de lá enquanto elas trocavam de roupa no banheiro.

Alguém bateu na porta e eu mandei entrar.

- Kelsey? - bufei ao ver quem era.

- O que você quer Sophia?

- Pedro me disse que você transformou a casa em uma creche, eu só vim ver se era verdade... - revirei os olhos. - Eu adoro crianças...

- Kelsey! Kelsey! - Chelsea me gritou desesperada no banheiro.

Corri até lá e vi Chloe no chão, tendo uma convulsão. Virei à cabeça da garotinha de lado, para que ela não engasgasse e retirei todos os seus acessórios (colar e anel).

Sophia estava desesperada na porta do banheiro, e lágrimas rolavam em seu rosto. '

- Pega uma toalha! E um copo de agua! - ela continuou parada. - Anda Sophia! - gritei.

Depois de um tempo a convulsão parou. Carreguei pequena e coloquei na cama. Dei agua para ela e enxuguei o suor da sua testa com a toalha. Ela dormiu em poucos minutos, e as meninas também.

- Você quer dormir aqui hoje? - perguntei a Sophia, quando ela voltou da cozinha.

- Claro. - ela respondeu, limpando as lágrimas. - Você deveria virar médica, você sabe manter a calma em momentos como esses.

- Talvez.

Deixei a minha gêmea com as meninas por um minuto e desci as escadas. Fui a sala e me sentei no sofá. Passei a mão nos cabelos esperando o nervosismo passar.

POV ALEX

''E você sabe o motivo de eu ter ido? Sabe?'' Essa maldita frase da Kelsey perturbava minha mente. O que ela quer dizer com isso?

FLASHBACK ON

Abri meus olhos com certa dificuldade, já que uma luz estava mirada no meu olho. O que eu estava fazendo aqui? Isso é um... Hospital?

Levantei meu tronco para ver o que estava acontecendo e percebi que minha camiseta (na parte do meu peito) estava molhada. Olhei para o lado, esperando uma explicação de Pedro, que me olhava animado.

- Você acordou! - falou me abraçando.

- Cadê a Kelsey? - perguntei, indo direto ao ponto.

- Ahnn... Ela... - suspirou. - Ela foi embora cara.

- O-o que?

- É... Ela voltou para NY... O voo dela sai daqui 7 minutos. - disse, me olhando com pena. - Sinto muito.

Não.. A Kelsey não faria isso.

Levantei da cama em um pulo só e troquei de roupa. Ouvi Pedro gritando comigo, falando que eu não podia me levantar ainda, pois acabei de acordar de um coma. Mas o que vocês preferem? Deixar seu amor ir embora sabendo que você não fez nada para impedir, ou sabendo que você fez tudo que estava em seu alcançe?

Antes de sair, percebi que havia um bilhete na mesinha do lado da cama. Peguei-o e desdobrei. Meus olhos encheram de agua quando o li.

Sai correndo para o aeroporto mas foi tudo em vão. Só cheguei a tempo de ver o seu avião decolando.

- Por favor, volta para mim Kelsey. - gritei. - Eu também te amo.

FLASHBACK OFF

Desci as escadas. Era a hora de finalmente descobrir o que houve naquele dia.

- Kelsey?

- O que é? - me olhou indiferente.

- Acho que chegou a hora de conversarmos sobre... Aquele dia.

Ela suspirou e toda a indiferença dos seus olhos foram substituidas por dor e arrependimento.

- Acho melhor você sentar. - falou.

É tão grave assim?

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Oi babes <3 esse capítulo foi chato mas enfim. Eu publiquei mais um livro aqui no wattpad, chamado 'Music In Me' já está diponivel para leitura e espero que gostem <3 Ah, e esse capítulo não foi revisado, qualquer erro podem comentar (eu leio todos os comentários ;) )

XOXO

- Faithmeg

Poison GirlWhere stories live. Discover now