Capitulo 117

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ㅤ CV Narrando
ㅤ ㅤ ㅤ 🚬🚬🚬

Passar dias aqui dentro faz todo mundo valorizar lá fora, apesar de já ter passado por aqui, você nunca se acostuma, porque nunca vai ser a mesma coisa, sempre vai piorar. Os amigos que eu tinha aqui já saíram, estão em outra sela ou foram para outro prisão de segurança máxima. O mais engraçado é que só tem moleque novo na fita, adolescente mesmo, 18 e 19, por causa de coisa boba e o mais engraçado ainda é que eles não precisavam ter feito o que fizeram, as suas condições são boas. Tenho certeza que os pais são aqueles que fazem de tudo. Os meus ainda são vivos, mas não tenho contato, mandaram eu escolher o que queria da vida e na época eu queria dinheiro fácil, não fiz questão de ter uma família ao meu redor. Só que indo pro morro consegui uma talvez melhor ainda, sei que posso confiar em todos aqueles que fazem parte do meu dia – a – dia. Dona Sônia é uma senhora de uma mãe, está com nós para tudo e qualquer situação, estando errados ou não, ela sempre apoia. Rael, um irmão e um pai que eu nunca tive e nem pensei que merecia ter, desde moleque me coloca debaixo da asas dele. Lana, essa daí a minha situação é complicada, meus sentimentos por ela são outros e maiores ainda se é possível, ela é a mulher da minha vida! Vendo aquela morena todo dia, o sorriso dela e ainda mais o jeito me encantou, quando finalmente rolou nós dois eu não sabia aonde escolher a minha felicidade, ela se entregou para mim entendem? A sua primeira vez foi comigo, assim, como a minha foi com ela, mas enfim, dessa parte ela não sabe. Está enganado quem acha que bandido não tem sentimento e que é só maldade.

XXXXX: O famoso CV de novo na prisão quem diria em... — um rival na outra sela.

CV: Acho que a minha passagem aqui te marcou Coringa. — debruçado.

Coringa: Porra claro que sim, quando era você tinha graça. — apontou — Com esses moleques de hoje não fazem nem cosquinha.

CV: Que fase em, sentindo falta. — ri — Sai dessa vida meu filho.

Coringa: Sabe qual é da parada né porra... — riu junto — Sério cara, curto a tua lealdade.

CV: Vai deixar de ser rival agora Mariazinha? — debochei.

Coringa: Que nem aqueles bilhetes de escola, quer ser meu amigo sim ou óbvio? — riu alto.

CV: Vai tomar no seu cu! — coloquei meus braços entre as grades e o AP bateu o cassetete na mesma.

AP: Sem conversa. — ameaçou.

Coringa: Que isso em Rafael, as minas pira no cê patrão. Rei delas. — bateu palma.

CV: Tá aqui por que?

Coringa: Assassinato e roubo. — balançou os braços — E você? Pelo mesmo motivo?

CV: Não tô de boa. — lembrando — Fui forjado, dessa vez eu fui.

Coringa: Ah conta outra. — pegou a comida.

CV: Ó tô te falando... — peguei também — O Cabo Germanio cismo com a minha cara fi, o verme tá me enquadrando em tudo quanto é lugar que ele me vê. — comentei — Tô começando achar que isso é amor e eu não estou sabendo.

Coringa: Ou será que é por causa do assassinato dos agentes? — comendo.

CV: Pode ser também.

XXXXX: Irmão foi você que matou aqueles vermes?

CV: Irmão? — olhei atravessado — Sou teu irmão não zero.

XXXXX: Foi modo de falar. — coçou a cabeça — Não sei como tratar um cara realmente do crime.

CV: Ou não tratar! — dei as costas.

Quebrada de traficante Onde as histórias ganham vida. Descobre agora