Capitulo 5

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ㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ ㅤ ㅤ ㅤㅤ ㅤ ㅤ ㅤ Maquinista Narrando
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Os vermes não atravessaram o meu caminho, o corre todo deu certo. O descarregamento tava organizado, tava tudo fluindo bem, até que vejo a Lana com uma desconhecida. Tive que ir lá, até porque não era o ideal a minha irmã ver o descarregamento, não que eu não confiasse nela e que ela não podia ver isso, ela sabia muito bem com que eu mexia, não escondia de ninguém, mas não podia arriscar ainda mais com um povo de quebradeira pra cá.

Maquinista: Tô precisando melhorar a minha conduta. — pensei alto.

CV: Qual foi patrão? — fitou.

Maquinista: Pensei alto fi... — mudei de assunto — E os galpões lotados?

CV: Tudo em conta e anotado. — me passou a ficha.

Maquinista: Jaé, demorô. — conferi — Demorô, queria agradecer pelo trabalho de todo mundo hoje, por ter dado tudo certo. O certo pelo certo... — paguei cada um como deveria, uns queria em pó, outros em docinho, outros em planta, outros em pedra e outros em dinheiro — Tá todo mundo dispensado, fazer revesamento com os brotos, passem o rádio se virem. — peguei a ficha e me mandei pra minha casa dessa vez.

Maquinista: Minha casa viro pensão agora? — joguei as chaves em cima da mesa.

Sorriso: Eu moro aqui também! — se sentou na mesa.

Maquinista: Manda a tal da Marina fica no trilho, firmeza? — avisei.

Sorriso: Alá, qual foi o trombo dessa vez? — riu.

Maquinista: Mó abusada tio, tá achando que eu sou bagunça. — pensei — Os bandido tão perdendo o cargo fi, até o povo do asfalto tá achando.

Sorriso: Trocou farpas? — falou com a boca cheia.

Maquinista: Queria era mesmo ter passado o ferro. — lembrei do momento — Ela é muito atrevida.

Sorriso: Você também não é ligeiro, alguma coisa deve ter feito. — me olhou de canto.

Maquinista: Eu só procurei saber o nome dela, ela me respondeu, só que eu queria a ficha completa pô... — daí falei — E ela "quando eu respondo, só respondo o que interessa" — revirei os olhos.

Sorriso: Calma irmão. — deu gargalhas da minha cara — Ela é de confiança.

Maquinista: Aos seus olhos sim. — fitei — Quero ver aos meus e no teste de primeira impressão, ela não passou.

Sorriso: O santo não bateu — se jogou pra trás — Quando cisma com essa história é foda em.

Maquinista: E não cismo atoa, você me conhece. — dei o papo — E a tua peguete?

Sorriso: Tá nos trinques com isso aqui. — sorriu.

Maquinista: E tu nos trinques com ela. — deu um soco no ombro dele.

Sorriso: K.o fi. — tentou disfarçar.

Maquinista: Claro, puro k.o. — concordei.

Sorriso: Tá tirando mesmo. — se levantou.

Maquinista: Mano, se tu tá de quatros pneus por ela, tenho nada com isso não. — dei ombros — Só que admitir faz bem.

Sorriso: Cadê a Larissa em? — mudou de assunto.

Maquinista: Deu uma de louca comigo na boca fi, mandei ela sair quebrando. — passei a mão na testa ao lembrar.

Sorriso: Como se isso fosse alguma novidade. — falou — Ela é doida contigo.

Maquinista: Não é recíproco. — afirmei.

Sorriso: Mano, você não deixou isso claro. — falou sério.

Maquinista: Você me conhece, eu tentei. Acho mais firmeza você falar, do que ficar enrolando alguém. — sincero — Até porque, não é legal mano. E isso não é de bandido, é de caráter. Faça um com alguém, que outro alguém vai fazer isso com você. — liguei a tv.

Sorriso: Tô ligado irmão, eu estive contigo lembra? — demos um toque de mãos.

Maquinista: Eu sei cara, firmes sempre! — mais um toque — A Larissa é da hora mano, se ela parasse com essas idéias, po, ela pode ter o cara que ela quiser. Mas grudo em mim, já mandei a real e hoje foi a mesma coisa, evitei. — contei.

Sorriso: É com o tempo parceiro, ou ela cai ou ele derruba ela. — se sentou novamente.

Maquinista: É a lei não é?! — mudei de canal — Valeu pela força no carregamento.

Sorriso: Tô contigo e não abro. — firmeza.

Maquinista: Dois irmão. — respirei fundo — Lana, veio falar do CV comigo.

Sorriso: E você ainda não contou pra ela? — me olhou.

Maquinista: Eu começei a falar que ele não é pra ela. — engoli seco.

Sorriso: Rael, ela vai ter que saber uma hora ou outra, que o CV tem mulher, e ela está grávida. — me relembrou.

Maquinista: Po, eu sei, tô ligado na visão. Mas não sei como falar isso pra ela. Se nem ele teve a coragem de falar.

Sorriso: Por isso mesmo. — deu uma pausa — Você como irmão deveria falar.

Maquinista: Fi o pepino é dele, eu não tenho nada haver com isso. — levantei as mãos — Amanhã vou dar um enquadro nele.

Sorriso: O quanto cedo melhor, até porque, ela vai vir morar aqui e com ele! — relembrou.

Maquinista: Segura o rojão fi. — rimos.

Ficamos trocando idéias por um bom tempo. Acho que dormi por ali mesmo.

Dora: O que acha de acordar, hm? — abriu as janelas — Bom dia.

Maquinista: A Dora, fecha a janela, puxa a cortina. — tampei os olhos com o braço.

Dora: Rael, vai comer. — disse fazendo barulho.

Maquinista: Pra isso não precisa pedir duas vezes. — me levantei, fui tomar aquele café cabuloso.

Sorriso: Firmeza — descendo as escadas.

Maquinista: O fluxo. — comendo.

Dora: Falem direito. — disse séria — Bom dia.

Comi até ficar estufado, depois subi pra tomar aquela ducha da hora. Vesti uma bermuda, e coloquei a blusa pendura no cós da bermuda, meu relógio e as minhas correntes, não podiam faltar. Perfume e desodorante. Passei o rádio pros comandos, e Sorriso já tava de prontidão na porta.

Maquinista: Porra, quantas horas? — olhei pro céu.

Sorriso: 06hrs. — riu — A Dora é dispo fi.

Maquinista: Tenho nada com os problemas dos outros. — fitei a Marina descendo o morro — A madame encrenca.

Ficamos só olhando ela passar, apesar de atrevida, era muito linda.

Lana: Não creio. — riu — Como nunca te vi lá? — se deram beijos.

Marina: O mesmo digo. — riu — Acho que é porque estou sempre de mal humor na escola.

Lana: E eu enfiada na biblioteca. — desceram o morro.

O Sorriso só olhou pra minha cara e puder ver as veias querendo até saltar, de tanto que ele tava segurando pra não rir.

Maquinista: Vai a merda. — sai quebrando e ouvindo a risada dele atrás.

A boca nessas horas estava calma, mas o morro fervendo.

Quebrada de traficante Onde as histórias ganham vida. Descobre agora