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[revisado]

G u s t a v o

Daqui alguns dias eu vou pra Boston, a passagem já está comprada, meu lugar de hospedagem também, só tem um problema, minha animação de ir não está tão boa como eu imaginava.

- Scott, tem comida no forno.

- Aham. - ele disse sem tirar os olhos da TV.

Tentei sair sem fazer barulho, eu iria sair e não estava nem um pouco a fim de levar ele comigo. Entrei no carro e liguei o farol, me assustando com Scott parado na frente.

- Droga, mas o que você.. - bufei. - o que você pensa que está fazendo, Scott?

- O que você está fazendo? - ele cruzou os braços. - mamãe mandou você cuidar de mim.

- Ninguém cuidava de mim quando eu tinha 15 anos. - ele revirou os olhos.

- O jogo está no intervalo, você pode me levar na casa do Tony, pra assistir o resto do jogo lá?

Tony era um grande amigo do Scott, na verdade um dos melhores que ele tinha. Os dois se conheciam desde bebês, nossas mães eram bem amigas.

- Não, por que a casa do Tony não fica no meu caminho. - apaguei o farol.

- Tudo bem, bom passeio. - ele abaixou a cabeça.

- Ah, mas que merda. - bufei. - entra aí. - ele entrou correndo.

- Você vai sair desse jeito? - o encarei.

Ele estava com o uniforme do time de futebol, um boné com o símbolo e a cara pintada de vermelho e preto.

- É o jogo decisivo.- ele disse como se fosse óbvio.

- Ridículo. - eu ri.

- Tô nem ai. - dei um tapa nele.

- Fiica de olho na polícia em. - ele nem me deu atenção. - você é muito novo pra ir na frente. - eu ri.

- Tanto faz. - ele olhou pela janela.

- Scott, se anima, qual é cara? - o cutuquei. - o bebezinho da mamãe vai ser o mais velho na casa agora, tira esse bico.

- Você mal pode esperar né? - ele me encarou. - pra ir embora, de ir pra faculdade, de se livrar de mim.

- Ah, qual é, eu vou visitar você e a mamãe, eu não vou me livrar de você pra valer.

- O papai também disse isso.

- É, mais eu não sou o papai, eu não vou te deixar Scott, eu já falei, eu não vou te deixar cara. - ele concordou. - se anima vai, você não tem escolha, você tem onze segundos pra se animar. - dei um soco no braço dele.

- Ai, se me machucasse eu.. - ele se interrompeu.

- Você o que, em, o que você ia fazer? - eu ri.

- Eu dava uma surra na sua cara. - o olhei sério e ele riu.

Dei outro soco nele, começando a rir em seguida, ele me encarou e revidou mais de uma vez.

- Ei, espera, o que você está fazendo cara? - tirei a mão do volante.

- Meu nariz, idiota.- ele botou a mão no nariz e abriu a janela.

- Fecha essa janela cara, você vai ficar resfriado, neném da mamãe. - ele começou a me socar.

- Vai devagar cara, pega leve eu estou dirigindo. - ele me ignorou. - EU ESTOU DIRIGINDO, SCOTT, EU ESTOU DIRIGINDO, CARA. - ele parou.

| O Melhor Amigo Do Meu Irmão | parte IOnde histórias criam vida. Descubra agora