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[revisado]

L e t í c i a

- LETÍCIA, LUCAS, ME AJUDEM AQUI. - minha mãe gritou do quarto.

- O que foi isso? - Gustavo perguntou sonolento.

Meu raciocínio ainda estava lento, meus olhos quase não quiseram abrir, segundos depois eles se arregalaram.

- Meu pai. - levantei rápido.

Corri até o quarto dos meus pais, sendo seguida por meu irmão, Clara e Gustavo. Meu pai estava deitado na cama com falta de ar, minha mãe não sabia o que fazer.

- Mãe, o que aconteceu?

- Ele não tá conseguindo respirar, precisamos levar ele pro hospital, agora.

Meu irmão e Gustavo levaram ele para o carro, minha mãe foi dirigindo junto com o meu irmão, Gustavo pegou o carro do meu pai. Quando chegamos no hospital, meu pai já tinha ido direto pra emergência.

×

- Você vai fazer um buraco no chão daqui a pouco, Letícia. - Gustavo reclamou.

- Ninguém da notícia de nada, pelo amor de Deus. - falei rápido.

- Eu estou com medo, okay, eu não.. - respirei fundo.

- Ei, respira. - sentei ao seu lado. - me dói ver você assim. - ele me abraçou.

- Vai dar tudo certo não vai? - ele respirou fundo e me apertou, sem me responder.

- Os familiares de Paulo Menezes. - o médico chamou.

Todos levantamos e olhamos para o médico, o mesmo veio até nós.

- Como ele está, doutor? - minha mãe perguntou.

- Eu sou o doutor Marcus, o estado do seu marido é bem delicado, ele tem que começar o tratamengo agora.

- Mas ele é teimoso e disse que não vai fazer. - meu irmão respondeu.

- Posso ver ele? - engoli em seco.

- Olha, eu não podia fazer isso, mas vou te dar 5 minutos. - sorri fraco.

Ele me levou até o segundo andar do hospital, o quarto era o 303, quando entrei dei de cara com o meu pai comendo gelatina.

- Filha. - ele pareceu surpreso em me ver.

- Você tem que fazer o tratamento. - ele largou a gelatina.

- Eu já disse que.. - o interrompi.

- Você não tem escolha, você tem que fazer, você acha que.. que se.. é só fazer e pronto.

- Filha, para.

- Não, eu não vou parar, você tá jogando fora uma coisa que.. - ele me interrompeu.

- EU TO MORRENDO MESMO. - ele gritou. - você acha que se eu fizer o tratamento agora, vai acontecer um milagre e eu vou me curar? - engoli em seco.

- Mas o médico disse que o tratamento pode ajudar e.. - ele me interrompeu novamente.

- O médico disse o que eu pedi pra ele dizer. - o encarei.

- Você o que? - ele abaixou o olhar. - você só pode estar de brincadeira comigo.

- Meu tumor já se espalhou, não tem mais jeito. - ele disse com calma.

- Você mentiu pra gente, nos fez acreditar que você tinha uma chance, você não podia ter feito isso.

- Eu fiz o que era preciso, vocês iam sofrer mais se soubessem, talvez uma morte repentina fosse menos dolorida.

| O Melhor Amigo Do Meu Irmão | parte IWhere stories live. Discover now