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[revisado]


G u s t a v o

Gabriela me olhou e logo em seguida fez o mesmo com o pequeno menino, que agora estava agarrada em suas pernas, pelo jeito ele não sabia qual era a verdade sobre o seu pai.

- Não, filho, ele não é seu pai. - o menino abaixou a cabeça.

Uma mistura de tristeza e raiva me invadiu, ele não sabia de nada, muito menos da grande bagunça que foi quando descobrimos que ele existia.

- Olha só Thiago, podemos fazer um acordo, se você quiser. - Gabriela me encarou.

- Qual? - ele levantou a cabeça e me encarou curioso.

- Eu sou seu tio/pai, se você prometer que vai obedecer sua mãe e que também vai me desculpar.

- Desculpar pelo que, você não me fez nada. - sorri.

- Eu fiz sim, falei coisas ruins para você e sua mãe a um tempo atrás, eu só preciso que você me desculpe.

- Tudo bem, eu te desculpo tio/pai. - ele me abraçou.

Aquela criança não sabia o quanto eu havia magoada a sua mãe a alguns anos atrás, se soubesse eu aposto que ele não me perdoaria tão fácil. Eu disse coisas cruéis para Gabriela.

[ flashback on ]

- Gabi o que você precisa tanto me contar? - ela respirou fundo e me encarou.

Ela estava estranha durante toda a semana, estava inquieta e parecia nervosa.

- Eu.. - seus olhos transmitiam medo. - eu estou grávida, Gustavo. - ela fechou os olhos ao contar.

- VOCÊ O QUE? - gritei com ela.

- Gustavo, eu não queria, foi apenas um acidente, eu não.. - a interrompi.

- Um acidente? - eu ri. - não me faça de idiota, uma coisa é você esbarrar em alguém e falar que foi um acidente, agora ficar grávida? - passei a mão no rosto com raiva. - VOCÊ ESCORREGOU E CAIU EM CIMA DO PAU DELE POR ACASO, GABRIELA? - ele se encolheu.

- Não grita comigo desse jeito, você não sabe o que aconteceu, apenas me escuta.

- TE ESCUTAR? PRA QUE? PRA VOCÊ ME CONVENCER QUE ELE TE OBRIGOU A ISSO? - eu ri. - ME POUPE, GABRIELA.

- Gustavo, eu só.. - a interrompi novamente.

- Você nunca me escuta, sempre faz o que quer, agora tá aí nessa situação, você é uma otária, isso sim, fora a fama de vagabundo que.. - parei de falar ao sentir meu rosto arder.

- Me desculpa. - ela disse depois do me dar o tapa.

- Tudo bem, eu mereci. - esfreguei o local. - mas você, ainda é uma qualquer, eu avisei que ele ia fazer de tudo pra conseguir o que queria, mas você como sempre, não me escutou, achou que era só implicância com aquele babaca.

- Você é como se fosse meu irmão, pensei que fosse apenas você sendo chato, mas eu me enganei, pessoas erram, Gustavo. - uma lágrima desceu em seu rosto. - eu também errei em pensar que você poderia me ajudar, muito pelo contrário, você é a pessoa que mais está me julgando.

- Te ajudar? - eu ri. - esse é ótima, ajudar em que? a criar essa maldita criança? - a encarei. - você só pode estar louca em pensar que eu vou deixar você ter esse troço e estragar a sua vida com isso.

- Eu vou ter essa criança você me ajudando ou não, você não pode me impedir.

- Quer saber? faz o que quiser fazer, eu não mando em você, na verdade eu não sei nem o que eu ainda estou fazendo aqui.

| O Melhor Amigo Do Meu Irmão | parte IOù les histoires vivent. Découvrez maintenant