| O Melhor Amigo Do Meu Irmão | parte I

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[revisado]

L e t í c i a

Eu estava no sofá da sala, com o rosto um pouco inchado quando meu irmão chegou em casa.

- Gustavo, seu arromba.. - ele parou de falar. - Letícia, o que aconteceu? - ele veio até mim.

- Eu vim mais cedo pra casa hoje, eu estava passando um pouco mal, nisso a professora mandou alguém me trazer, o Gustavo.. - voltei a chorar.

- Calma. - ele me abraçou. - você tem que parar de chorar pra eu conseguir entender alguma coisa.

- Ele me viu aqui com um menino, e terminou comigo.

- Mas assim, do nada? - engoli em seco e respirei fundo pra falar.

- Ele entendeu tudo errado, o garoto acabou me beijando e.. - o encarei.

- E o Gustavo viu? - assenti.

- Puta merda. - encostei minha cabeça em seu peito.

- Por que é tão difícil a gente ficar junto, sempre acontece alguma coisa.

- Infelizmente eu não sei te responder isso.

- Lembra do buraco no peito, agora ele está aberto e exposto. - ele me apertou.

- Meu bebê, não fica assim, eu até entendo um pouco o lado dele.

- Ele parou pra me ouvir, ele só saiu e me ignorou, cadê a confiança?

- Letícia, olha só, se põem no lugar dele, imagina que você falou que ia pra fora do Brasil, ele aceitou muito bem na sua frente, mas estava quase morrendo pelos cantos e quando você vai ver ele, ele tá beijando outra garota no sofá da casa dele, o que você ia pensar? - ele limpou minhas lágrimas. - você ia querer ouvir a explicação dele ou a sua raiva não ia deixar? - ele levantou a sobrancelha. - ele é ciumento e inseguro, depois que ele soube que ia embora, ele ficou mais inseguro ainda.

E foi ai que eu percebi, que talvez ele tenha um pouco de razão por ter ficado bravo, mas eu ainda quero matar ele, por não parar e me escutar.

- O que eu faço agora?

- Acho melhor você dar um tempo pra ele, não faz nada, só espera.

- Mas essa dor no peito, não quero sentir mais, eu cansei.

- Isso é consequência do amor, junto com o amor vem as dores, minha querida irmã. - ele suspirou.

- Você ainda ama ela?

- Quem? - ele desviou o olhar.

- Não se faça de besta, porque disso você só tem a cara. - ele riu.

- Eu ainda a amo sim, mas isso não importa mais.

- Claro que importa, volta com ela, faz alguma coisa, corre atrás.

- Não dá, não adianta mais.

- Por que não? - o encarei.

- Eu não cuidei bem dela, agora tem outra pessoa fazendo isso.

- Eu não sabia, desculpa. - ele sorriu fraco.

- Tudo bem. - ele encostou no sofá.

Acho que nós não somos muito bons com o romance.

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Acordei e tirei meu irmão de cima de mim, o aceitei no sofá e fui até a cozinha, dando de cara com a minha mãe, que tinha acabado de chegar.

- Aconteceu alguma coisa? - ela perguntou.

- Problemas, mãe, só alguns problemas. - suspirei e ela riu. - é bom te ver rindo, o que aconteceu?

- Eu recebi um convite pra jantar, você acha que tá muito cedo pra eu, você sabe, sair com alguém?

- Claro que não, a vida é sua, seja feliz, o papai se foi e temos que seguir nossa Em frente.

- Mas e você, filha, você não fica chateada? - eu ri.

- Claro que não, pode ir e tenho certeza que o Lucas também concorda.

- Obrigada, filha. - ela sorriu.

- São que horas?

- 06:10PM, por que?

- Nossa, acho que dormimos demais. - me estiquei. - estou com fome.

- Pede uma pizza, eu também quero. - ele pegou uma garrafa na geladeira.

- Boa ideia, assim eu esqueço das confusões da vida. - disse indo pegar o telefone.

- Eu ouvi pizza? - meu irmão apareceu na cozinha.

- Credo, Lucas. - eu ri. - é só falar em comida que ele aparece. - minha mãe riu.

- Eu sei, eu sou demais. - revirei os olhos. - vamos afogar as lágrimas na pizza.

- Já vi que vou engordar 40kg hoje.

- Cala a boca, garota, você não engorda de ruim. - todos rimos.

Pedimos três pizzas e comemos em um piscar de olhos, acabamos colocando um filme pra assistir, mas como minha mãe estava cansada, ela dormiu na metade.

- Como será que ele está? - perguntei ao meu irmão.

- Olha, ele pode estar triste, mas acima disso, ele está bem, relaxa. - respirei fundo e voltei minha atenção para o filme.

O filme acabou as 01:33AM, minha mãe já tinha subido para o seu quarto, assim como o meu irmão. Eu subi para o meu, me sentando na sacada.

- É Letícia, você está ferrada, seu namorado vai embora do país, ele te viu beijando outro, e você está sozinha novamente, sem namorado, sem amigas, porque elas foram embora também. Só você fica pra trás, todos vão embora e você fica. - pensei alto.

Respirei fundo e encostei a cabeça na parede, a noite estava linda, cheio de estrelas e uma lua totalmente cheia no céu.

- Oi, beberão, você sofre por amor também? - Blake latiu. - acho que não né, você é sempre tão feliz. - o puxei pro meu colo e fiz carinho em seu pelo.

Blake está bem grande, seus pelos estão enormes e suas orelhas na maioria do tempo, estão em pé, escutando tudo a sua volta.

- Não quer se matar não né, porque se quiser eu te arrebento no tapa. - minha mãe apareceu rindo.

- Não, relaxa. Eu só quero ver se eu consigo esquecer das últimas 24 horas.

- O que houve, filha? - minha mãe sentou ao meu lado.

Respirei fundo e a encarei, eu ia chorar de novo, isso era certeza.

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