Uma história um pouco longa para dizer que a enfermeira Cassidy Walsh, mãe de Connor Walsh, falou sobre o dom para Louis, e ainda insistiu a família Tomlinson a colocar seu nome de Louis. Anos depois a mulher conseguiu ensiná-lo o pouco do que sabia sobre a música. E como ela havia dito: ele tinha dom.

Cassidy Walsh teria sido uma segunda mãe para Louis se Johannah e Mark não tivessem ameaçado chamar a polícia. Eles não eram pais e não deixariam ninguém ser também. O pior era que Louis não tinha conhecimento dessa história toda e provavelmente nunca teria, mas se tivesse, ele acharia que Cassidy Walsh era um anjo.

Ela não era, mas não passava muito longe de um. Não era como um ser sobrenatural que poderia curar pessoas ou soldado de Deus, mas ela era um ser humano puro e bom que estava disposto a gastar seu pouco dinheiro no bolso com leite em pó para uma bebê que nem pertencia a alguém conhecido por ela ou até dar aulas de graça para uma criança.

Louis sequer pensava em seu dom enquanto desenhava na folha de seu caderno. Os rabiscos eram rápidos e até sentiu que estava sendo observado, mas não ligou. Não estava ligando até a hora que sentiu um toque aquecendo seu ombro. Claro que ele não precisava se virar para saber que era Harry, pois os anéis tocavam em sua pele. Apenas fechou o caderno e voltou a encarar o armário.

– Tudo bem? – Harry fez a pergunta mais brega de todo o mundo. Normalmente, Tomlinson tiraria sarro daquilo.

– Não. – ele enfiou o caderno na bolsa, porém Harry continuava assustado com a sinceridade dele. As pessoas geralmente respondem ''sim, está''. – Não está nada bem. Na verdade, eu não consigo ficar parado. Está muito frio, eu tenho que me mover. – levantou da cama e começou a fazer polichinelo.

– Eu posso mexer no aquecedor. – deu de ombros como se o problema fosse realmente a temperatura. – Ponha uma calça. – Styles disse e se levantou lentamente a caminho do aquecedor. Mudou a temperatura e voltou seu olhar para o garoto que fazia polichinelo como se sua vida dependesse daquilo.

– Tudo bem... Qual foi o primeiro livro que você leu? – Louis percebeu que era sedentário quando já estava com vontade de morrer após trinta segundos fazendo polichinelo.

– Me deixa pensar... – levou a mão até o queixo e apertou os olhos. – Leave Me Lonely. – buscou em sua memória se era esse. – Que conversa mais estranha.

– Leave Me Lonely? Tudo bem. Você o tem aí? Levo para Londres e leio lá. Estou cansado dos livros que estou lendo. Ah, e eu não sei se isso é uma indireta ou... É uma indireta? – parou com os movimentos e apoiou as mãos nos joelhos, suspirando pesadamente.

– Não. Eu realmente gosto do livro. É uma história interessante de um cara totalmente bipolar que só pensa em seu próprio bem. Bom, esse babaca é gente boa apesar de ser um babaca... Eu gosto dele.

– Tem certeza que não é uma indireta? – Tomlinson arfou assim que terminou a frase.

– Mas é bem além disso... Quer dizer, a garota não é otária e isso chama a atenção dele. Ela é aquelas que se diverte de qualquer maneira. Digamos que ela é o tipo de pessoa que eu gostaria de ser, ela é forte. Com certeza... – um estrondo se faz no quarto e Harry dá um salto. O corpo de Louis está largado no chão e seus olhos estão fechados.

Louis tinha desmaiado.

O barulho fez Beatrice e Kyle entrarem no quarto sem ao menos bater e quando encararam o pequeno no chão, os dois não evitaram olhar para Harry como se ele tivesse feito algo. Styles ignorou aqueles olhares e tentou sacudir os ombros de Louis, mas ele não acordava. Por que diabos Louis estava fazendo polichinelos, afinal?

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