Era praticamente impossível não chorar ao se ver presa numa sala cheia de corpos.

A porta do quarto foi aberta com um estrondo e um cavaleiro fada entrou no necrotério, encarando Zoe com olhos frios.

— Chegou a hora. Venha.

E a garota o seguiu, sem opções.

Tudo o que ela queria no momento era atirar a névoa vermelha na cara de todas aquelas fadas e sair correndo, mas sabia que não daria certo porque 1) a magia das fadas também era muito poderosa e acabariam com ela e 2) sabia que precisava fingir cooperar. Assim, daria tempo da Clave chegar. Se é que os outros haviam achado o bilhete dela. Se não tivessem...bem, isso não seria muito bom.

O cavaleiro fada seguiu na frente, subindo rapidamente as escadas. A garota foi atrás, dividida entre a vontade de correr atrás dele, que se encontrava há vários degraus de distância, ou continuar indo devagar para não cair. Por fim, acabou optando por ir devagar e encontrou o cavaleiro fada no final da escada, a esperando.

— Ande logo. - ele disse e se virou, voltando a andar.

Zoe examinou a Corte Seelie enquanto andava. Era realmente lindo, mas ela não conseguia apreciar isso. Provavelmente porque se tornava impossível admirar quando se conhecia o pior lado das fadas.

Eles passaram por várias fadas que riam e conversavam no caminho, mas que sempre paravam suas conversas para fuzilar Zoe com o olhar.

Caramba, o que diabos ela tinha feito pra eles? Tudo bem que matara um dos seus mas eles matavam milhares todo dia.

E, depois que a garota passava, voltavam a rir e a se divertir. Bipolares.

Zoe seguiu o cavaleiro fada por mais alguns corredores, até que o mesmo parou em frente à uma porta onde não havia nenhuma fada ao redor.

— Entre. - ele disse, fazendo sinal para que ela fosse na frente. A Herondale respirou fundo e entrou.

Ah, droga.

A sala era gigante e parecia totalmente preparada para um ritual macabro. Havia um círculo com velas no meio da mesma e ao seu lado, Zoe quase vomitou quando viu, uma corrente presa no teto com algemas na ponta. E ela tinha a leve impressão de que era ela que usaria as algemas.

O cavaleiro fada confirmou sua hipótese ao agarra-la pelo braço e ir até as correntes.

— Isso é mesmo necessário? - Zoe perguntou, enquanto ele à algemava. - Digo, eu ficaria bem quietinha no meu canto sabe.

Ele nem se deu ao trabalho de responder e terminou de prender as algemas. A loira suspirou e apoiou as costas na parede.

Nesse momento, Marieson entrou na sala e sorriu com satisfação ao ver Zoe acorrentada.

— Uau, apenas essa visão já melhorou meu dia. - comentou com um sorriso. - Ah, e nem pense em tentar usar seu poderzinho. Essa sala é a prova dele.

Zoe não tentaria usa-lo nem se a sala permitisse. Afinal, não adiantaria nada. Mas, se estivessem chegando perto de convocar Lucifer e a Clave ainda não houvesse chegado...bem, digamos que ela tentaria acabar com isso de uma maneira nada boa para ela.

Alguns minutos depois a sala começou a se encher de novas fadas. Elas se distribuíram ao redor do círculo e de Zoe sem dirigir nenhuma palavra e seus rostos estavam sem expressão.

Marieson estava entre essas fadas, segurando um livro velho e cheio de poeira. Ela parecia diferente, quase como se estivesse assustada.

— Todos aqui? - ela olhou ao redor, parecendo contar mentalmente. - Ótimo. Então vamos começar.

E então, começou a dizer palavras em uma língua estranha e a Herondale pôde jurar que as chamas das velas aumentaram.

Zoe olhou ao redor rapidamente, procurando alguma coisa afiada. Seu olhar recaiu sobre um prego jogado ao seu lado e ela o pegou disfarçadamente, o segurando com força em sua mão.

Se a Clave não chegasse, ela teria que dar um jeito de acabar com o ritual. E esse jeito seria se matando. Se ela acertasse a veia certa no pulso, o prego funcionaria.

Marieson continuou proferindo as palavras e Zoe percebeu que, conforme ela avançava na leitura, ia ficando cada vez mais fraca. E então entendeu exatamente o que as fadas pretendiam.

Para convocar Lucifer, eles iriam retirar toda a força de Zoe.

Os minutos foram passando e a loira agora estava quase desmaiando. A lógica lhe dizia que a Clave não viria, que eles não haviam acreditado no que a mesma lhes falara, mas ela ainda insistia em ter esperança.

Por fim, quando as chamas das velas aumentaram mais uma vez, Zoe aproximou o prego de seu pulso e se preparou para o golpe final, mas então os gritos das fadas presentes lhe interromperam.

A Clave finalmente chegara.

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Oioi gente, tudo bem com vocês?
Eu sei que esse capítulo ficou pequeno e tudo mais e peço minhas sinceras desculpas. Mas acho que o próximo vai ser maiorzinho então compensa, né?
Enfim, eu gostaria de avisar que 1) essa fanfic já está chegando ao fim e 2) sim, vai ter continuação. Então não fiquem furiosos com o final quando ele chegar.
E, agora, eu queria aproveitar esse momento para perguntar o que vocês estão achando da fanfic e o que acham que vai acontecer depois. Vocês acham que alguém vai morrer? Acham que eles vão conseguir deter Lucifer de se reerguer? Adorarei ouvir suas hipóteses.
Bem, é isso. Obrigada por estarem comentando e votando e continuem fazendo isso, amo ler os comentários de vocês <3
Beijos e até o próximo capítulo!

A Dama do Sol - IWhere stories live. Discover now