CAP.: 08 - CAVEIRA

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Confesso que no inicio, assim que nos conhecemos meses atrás, que ele não foi muito com minha cara, e nem eu com a dele, haja vista que ele me viu como uma propensa ameaça a seu casamento, e eu o vi como um usurpador do homem que eu amava.

Pois é, já fazem meses que estou na mansão, enquanto meu novo apartamento não fica pronto, e nesse tempo, já consegui me desvencilhar do amor platônico que sentia pelo delegado, descobri finalmente, que ele nunca será meu, pois seu coração nunca foi e nunca será meu, já que um certo modelo internacional, tomou esse lugar, que de uma certa forma, nunca foi meu, e só estava esperando a hora certa de ser ocupado pela pessoa certa, no caso, Lucas.

Ainda sinto um sentimento forte por ele, não sei se ainda é amor, ou mesmo uma paixão reprimida, mas sei o meu lugar e sei que ele nunca olhará para mim, como ele olha para ele. Guilherme fica com os olhos brilhando quando ele ver Lucas na tela da televisão. Sim, eu já o peguei diversas vezes, assistindo a novela que Lucas está atuando, e é engraçado, já que ele nunca foi de assistir esse tipo de programa. E mais engraçado ainda é que ele fica puto de raiva, quando ver Lucas em alguma cena mais intima, que envolve abraços ou mesmo beijos, já que o personagem dele, é um dos personagens principais.

Pois bem, mas aqui estou eu, faltando apenas algumas horas para finalmente pousar no aeroporto na cidade de Manaus, cansado e ansioso para que isso acabe logo e que esse bandido seja logo preso, sentenciado e preso. Pois quero muito voltar para a minha vidinha, sem graça e sozinho, vendo os outros sendo felizes.

Fiquei pensando na minha vida, na minha família, nos meus novos amigos e na minha vida sem graça. Um promotor federal gay, que é incapaz de se assumir para a família, apaixonado por um homem casado, que até pouco tempo achava que era hétero; com vinte e sete anos e ainda virgem, minha vida definitivamente é um fiasco.

Pensei tanto que acabei caindo no sono...


****


**Algumas horas depois...


- Senhor!! Senhor?! Acorde! Já chegamos! – Senti alguém me chamando enquanto me balançava.

Abro os olhos e dou de cara com um comissário de bordo, ele era lindo. Moreno, cabelos pretos, corpo parecia escultural, olhar marcante, ele era lindo e sem querer falei:

- Eu estou no céu?! Por que se for, você é um anjo!

O comissário, que antes sorria, de repente fecha a cara e fala:

- Tu tá me estranhando cara!? Sou casado! – ele mostra a mão fechada que tinha sua aliança. – Tá pensando que só por que sou comissário de bordo, que sou boiola? Sai fora meu irmão... E vamos descer, que faz hora que o avião está parado! – o comissário que perdeu toda a beleza sai pisando firme, ele estava furioso.

Acho que ele deve tá acostumado a ser confundido com gay, pelo fato de ser comissário e ter que ser muito educado e gentil com as pessoas.

Me levanto de meu lugar e penso: Meu Deus em que nível de secura eu cheguei, dando cantada barata até em comissário de bordo, devo está no fim mesmo!

Desço do avião e sem querer acabo dando de cara com o tal comissário na saída da aeronave. Olho para ele e falo firme:

- Me desculpe pelo engano! Não quis ofende-lo... – abaixo a cabeça e desço do avião.

Já estava quase chegando no saguão do aeroporto quando, escuto:

- Ei!? Senhor!? – não olho para trás, pois estava envergonhado demais e podia não ser comigo. Mas rapidamente sou chamado a olhar para trás, quando de repente sinto uma mão quente sobre o meu ombro esquerdo, olho para trás e vejo quem estava me chamando, era ele, o mesmo comissário que me mostrou o punho fechado mostrando a aliança.

O DELEGADO E O MODELO (Livro II)®Where stories live. Discover now