CAP.: 06 - APOLLO

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"Quem era o senhor da beleza e do resplandecer do sol, senão Apolo. O deus grego da beleza e da justiça talvez seja o que mais se aplique a este homem. Pois Apolo assim como os mortais que o adoravam era cheio de qualidades e defeitos. Então cabe aqui uma reflexão.... Quem seriamos nós? Apolo o deus da razão ou Dionísio o deus da loucura e das paixões. Seriamos nós duelos de nós mesmo? Essas são perguntas que talvez só você, meu caro amigo(a) possa responder... O que eu posso afirmar é que, somos produtos de nossa própria sorte. Não do deus do destino, pois não acredito em tal faceta, mas de nossas próprias marcas, caminhos e escolhas que vamos fazendo ao longo dessa caminhada chamada vida..."



(Kaius Cruz)





*Por Apollo

            Prazer! Eu me chamo Apollo

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            Prazer! Eu me chamo Apollo.... Não sei ao certo como as coisas foram acontecendo na minha vida. Só sei que foram acontecendo.

            A minha vida toda fora e ainda é marcada por uma mentira. Sim, uma bela e grandiosa mentira.

            Nunca fui capaz de revelar para minha família minha verdadeira opção sexual. Eu, assim como muitos iguais a mim, temo pelos resultados nefastos que essa revelação poderia trazer para minha vida e para a vida da minha família. Em especial meu pai, que sempre fora um homem muito respeitado no meio jurídico e até politico de São Paulo.

            Pois é, sempre foi difícil para mim ter que ficar com meninas, beijar, tocar e até mesmo fazer sexo. Parecia uma maratona de tortura, por vezes difíceis de acontecer e as vezes impossível, pois nunca fui de sentir nenhum tipo de atração por meninas. E o pior, desde criança, que eu sei disso.

            Nunca quis ser uma mulher, muito pelo contrario, sempre gostei de coisas de garotos, como jogar bola, brincar de carrinho, praticar esportes, etc. O problema nessa historia toda é que também gostava de garotos e era aí que vinha meu sofrimento, minha autoflagelação, meu calvário.

            Sempre fui muito tímido, desde de pequeno, nunca fui de gostar de multidões ou mesmo de chamar a atenção. A questão é: recebi esse nome da minha mãe, pois de acordo com ela, quando nasci, era um bebê tão lindo, que ela resolveu me batizar com nome do deus grego da justiça, do sol, da razão e da beleza masculina. O deus grego Apolo.

            E a medida que eu crescia, me tornava um rapaz, chamar a atenção era inevitável, principalmente das meninas na escola. E isso claro, era o meu martírio, vitima da maldição que recaiu sobre mim. Vítima da minha própria beleza.

            Alguns garotos as vezes me olhavam, mas eu logo tinha que reprimir esses olhares, pois ninguém poderia desconfiar de mim.

            Os sentimentos eram atrozes, desconfortáveis e durante quase boa parte do tempo eu tinha que encenar um papel de macho para que meu pai e toda minha família ficasse orgulhosa.

O DELEGADO E O MODELO (Livro II)®Onde as histórias ganham vida. Descobre agora