CAP.: 03 - FILHOS

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"Filhos são como bênçãos enviadas dos céus para que nós pais, possamos através deles, enxergarmos o poder dos sonhos que estão para além de nossas vidas e olhos. Os filhos são como remédios para nossas almas, pois é neles que depositamos nossas expectativas, sonhos e até desejos. Um ditado grego antigo uma vez foi dito: 'Os filhos sempre pagam pelos pecados dos pais... e isso acontece desde que Adão e Eva foram expulsos do paraíso. Caim matou Abel e depois dos pais, o mundo fora lançado sobre a maldição..."





(Kaius Cruz)

Por Guilherme

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Por Guilherme





A pergunta que acabei de ouvi, me deixou surpreso e furioso ao mesmo tempo. Que garoto insolente, atrevido e sem noção. Eu estava no volante, estávamos conversando, eu e Bruno, quando escuto:

- Vocês dois são bichas?!

Paro o carro de uma vez, olho para Lucas, que também estava perplexo, olho para Bruno e pergunto:

- Como é que é garoto?! – neste momento Lucas põe a mão em meu ombro e balança a cabeça negando, ali eu sabia, ele queria que eu respirasse e pensasse, para não fazer ou falar besteira.

- Por que você falou isso Bruno? – Lucas pergunta calmo – Você não gosta de Guilherme?!

- Ah... eu gosto dele sim... - o garoto responde calmo.

- E você tem algum problema se Guilherme é casado com um homem? – Lucas pergunta calmo.

- Eu não... - Bruno fala dando de ombros

- E por que você fez essa pergunta? Ela me parece meio preconceituosa... não acha? – meu marido parecia calmo.

- Vocês são que nem esses homens bichas que gostam de crianças?! Que gostam de meninos?! – pergunta olhando sério para mim.

- Como assim? – eu pergunto.

O garoto olha para baixo e revela:

- Minha mãe... minha mãe... ela me oferecia para um bicha, em troca de pedra... toda vez que ela não tinha como pagar pela pedra... ela me dava eu e a minha irmãzinha em troca do pagamento... Ela... Ela... até se ofereceu, para dormi com o homem, mas ele não gostava de mulheres... ele preferia homens... por isso, ele não quis minha mãe ou minha irmã... foi ai que ela me viu. Ela pediu para mim ser forte, que eu era homem da casa... ela disse que era pra mim ser forte, pois logo acabaria.... Mas....

Lucas estava em pânico, lagrimas rolavam por sua face, meu amigo Apollo, que estava do lado das crianças, também parecia bastante surpreso e em seus olhos eu podia sentir a dor nos seus olhos, mas é então que sou surpreendido com a pergunta de Apollo:

- Mas...? – Bruno olha para Apollo e em seus olhos anuviados vejo medo, dor e sofrimento.

- Mas não acabou... o homem vinha quase todos os dias, e toda vez que minha mãe não tinha como pagar... eu já sabia que eu seria o pagamento... Foi ai que eu comecei a pedir para Deus matar aquele homem... mas com o passar do tempo... eu passei a pedir a Deus para matar a minha mãe... e numa noite, Deus finalmente ouviu as minhas orações... pois ela havia morrido... Ela morreu... usando a droga que me matava e me consumia, toda vez que aquele homem me tocava, toda vez que aquele homem entrava dentro de mim... - Bruno levanta a cabeça, as lágrimas rolavam por seu rosto de forma descomedida, como se aquelas memorias ferissem mais que os abusos que ele sofria.

O DELEGADO E O MODELO (Livro II)®Onde as histórias ganham vida. Descobre agora