Contract Of Love | HS (EDITANDO)

Capítulo 39

Lá estava eu, chorando, com o rosto entre as pernas. Assim que a primeira lágrima escorreu pela minha bochecha, Harry saiu do quarto. O que eu fiz de errado? O que eu não tenho, que as outras tem? Essas eram as perguntas que me aterrorizavam.
Passava das sete quando tomei coragem e levantei, nem quis ver meu estado no espelho. Quando estava quase nas escadas, escutei o som de estilhaços de vidro. Abri a porta do quarto de onde vinha o barulho, e vi uma cena terrível. Harry estava com os olhos vermelhos, chorando, enquanto arremessava todos os objetos que via.

-Harry...

-SAÍ DAQUI - ele tentou ser agressivo, mas não deu certo. Sua palavras diziam para mim sair, mas seus olhos me imploravam para ficar.

-Não posso sair e te deixar assim.

Essas palavras foram o suficiente para instalar o silêncio total entre nós dois.

-Você não entende, você tem que sair da minha vida. Eu não mereço e nunca vou merecer você, porra. Não quero que você se machuque.

-Por que diz que você não me merece? - vê-lo naquele estado me deixava ainda pior.

-Porra, para de rebater tudo que eu digo.

-Seja sincero com você e comigo, e responda a minha pergunta.

-Caralho, eu uso droga, sou a porra de um galinha, te traí, quer mais motivos?

-Harry, você não é assim. Olha pra isso! Eu me sinto a garota mais sortuda do mundo por estar aqui com você. E mesmo com tudo o que aconteceu, eu ainda estou aqui. Esse foi o melhor mês da minha vida! - parecia que todo o ar dos meus pulmões sumiram.

-Melhor mês?! Angel, acorda! Tudo o que você tem feito depois que me conheceu foi chorar! Isso é vida para uma garota de 18 anos?

-DANE-SE! Não mude a droga do assunto. Aliás, por que você começou a usar drogas? - tudo o que Harry disse era verdade, mas eu não queria acreditar em nada daquilo. Eu queria que ele fosse meu, simples assim.

-Odeio a pressão que colocam sobre mim. Tudo que eu faço me criticam, não posso simplesmente comprar pão na padaria que tem dezenas de pessoas atrás de mim. Eu amo as minhas fãs, amo os meninos, amo minha profissão. Mas às vezes penso como seria se não tivesse entrado pra banda. Eu nunca fui assim rude, é só uma forma que achei das pessoas ficarem longe de mim, de fazer com que elas não se apeguem, mas você nunca vai... E a droga me dá uma sensação de paz, coisa que não sinto a anos.

-Não acho isso, Harry. Você só precisa de ajuda, e vai resolver tudo.

-Cala a boca e vai embora, por favor. Não quero ter que te tirar daqui a força. - ele suspirou.

-Eu só... - Harry me interrompeu jogando um pequeno vaso de vidro na parede. Pude sentir alguns cacos entrando em contato com o meu rosto. Logo que levei a mão até a minha bochecha, notei um pouco de sangue, mas obviamente não seria nada grave.

-Angel! Me perdoa, eu nunca quis te machucar assim, eu juro. - Harry gritou e correu na minha direção.

-Você estava certo, eu devia ter ido embora. - saí do cômodo e desci as escadas o mais rápido que pude.

-ANGEL! VOLTA AQUI! - ele gritava e me seguia pela casa.

-Adeus, Harry Styles.

...

Por mais que eu tentasse juntar os cacos do meu coração, ele não se curava. Depois de voltar para casa, eu fui direto para o meu quarto. Felizmente, ficaram apenas pequenos arranhões no meu rosto, mas minha vida era uma merda, e se baseava em chorar, dormir e pensar em Harry. Esse ciclo vicioso precisava acabar.

Acordei na manhã seguinte e notei que tia Lauren estava preparando o café da manhã. Ela usava uma roupa estilo indie, o que me fez rir.

-O que foi? - ela me perguntou sorrindo.

-Sua roupa. Onde vai? - ela me olhou incrédula.

-Meu amor, começou hoje o Coachella! Nós temos que ir, a viagem é longa! Eu já estou com a roupa pronta, aconselho que faça o mesmo!

Coachella! Eu esqueci completamente.

-Huuum, claro. Só vou tomar um banho e me trocar. - uma parte de mim ordenava que eu ficasse em casa, mas outra gritava para que eu fosse. Tia Lauren estaria junto, o que poderia acontecer?!

-Você está bem? Parece que chorou... foi o Harry? - tia Lauren sussurrou.

-É tão óbvio? - saí andando na direção do banheiro. Mais uma vez a água quente me faria tentar esquecer os meus problemas.

Depois de tomar o meu longo e merecido banho, sequei meu cabelo e passei um pouco de maquiagem. Decido vestir um shorts e uma regata. Fazia um sol escaldante lá fora, mesmo sendo sete e meia da manhã. Assim que terminei de me arrumar, fui até a cozinha.

-Estou sem fome.

-Sem chance Angel, você precisa comer alguma coisa. - Tia Lauren sempre piscava rapidamente quando precisava brigar comigo, e por mais que fosse ruim para mim, eu gostava de quando ela fazia isso.

-Eu compro alguma coisa lá. Aliás, depois eu preciso passar na casa do Harry para pegar umas coisas, e deixar outras também.

-Não entendo motivo de tanto drama. Vocês se amam, sempre voltam um para o outro. E você vai comer alguma coisa lá, entendeu?!- não devemos voltar...

-Já entendi! - grito e pego os presentes que Harry me deu de aniversário e a minha pequena bolsa bege. Por algum motivo, o colar com o pingente do infinito continuava no meu pescoço.

As duas horas de percurso até o local do festival foram feitas em total silêncio. Eu ainda estava usando o Iphone que Harry me presenteou, por mais que meu subconsciente me mandasse devolver. Tia Lauren disse que havia marcado com algumas amigas de se encontrarem aqui, pelos "velhos tempos" e logo em seguida iriam sair passear pela cidade. Achei estranho, mas concordei.

Era um gramado extenso, com palcos montados por todos os lados. Tia Lauren se distanciou de mim, por alguns minutos, e eu me sentia perdida no meio de tanta gente. Lá estava eu, sozinha. Meus pensamentos foram interrompidos pelo leve ronco do meu estômago, e antes de migrar para uma banca de comida, procuro minha tia mais uma vez. Avistei ela conversando com um homem tatuado, e um adolescente de lindos olhos verdes. Será que ela havia encontrado um pretendente?! Torcia que fosse.

Depois de esperar por quinze minutos em uma fila, consegui comprar minha água e meus amendoins. Saí rapidamente do local, enquanto abria a minha garrafa de água. Só quando senti a água gelada na minha barriga é que me dei conta de que eu tinha esbarrado em alguém. Meus batimentos cardíacos aceleraram no momento em que meus olhos se encontraram com os da pessoa que derrubou a água na minha roupa.

O cara do píer.

-Gracinha, você por aqui...

-Não lembro de te conhecer, me desculpe. - corri para o mais longe possível, mas sinto uma mão segurar o meu braço.

-Você está bem? - minha boca se abre para gritar, mas logo em seguida se fecha.

-Estou bem, Harry.

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