Capítulo 9

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Entramos no elevador e me encostei na parede. Tanta coisa aconteceu em um só dia...

O elevador parou no sétimo andar e não saía de lá. Harry começou a apertar os botões mas nada acontecia.

-A luz pode ter acabado. - ele sugeriu.

-Droga - suspirei.

-Relaxa e senta aí, isso vai demorar - Harry senta no chão do elevador.

-Estou de saia, não dá.

-Por isso mesmo - ele sorri malicioso.

-Você é tarado - rio.

-Não. Sou esperto, é diferente - eu sento com cuidado no chão.

Ficamos em silêncio por um tempo, mas Harry quebrou aquele clima constrangedor.

-Mora aqui em Los Angeles?

-Yeah.

Antes de dizermos qualquer palavra as luzes do elevador piscaram e ele voltou a subir. Harry se levantou e me estendeu a mão sorrindo, para me ajudar a levantar. Seguro na mão dele, levanto e arrumo a minha saia. O elevador parou no último andar e nós saímos, andamos até o quarto dos meninos e Harry abre a porta.

-Entra aí. Vou jogar videogame, pode ficar deitada em uma das camas ou no sofá lá comigo. Você que sabe.

-Eu vou ficar lá no sofá.

Ele caminha até o aparelho de videogame e o liga. Em seguida ele senta no sofá, pega o controle e liga a tv. Ele começa a jogar e eu fico pensando na Tris. Como ela era sortuda e feliz. Eu estava aqui, morrendo de tédio. Sinto um leve soco na minha coxa e levando a cabeça.

-O que foi? - pergunto.

-Quer jogar? - Harry me olhou sério.

-Não sei jogar isso.

Na verdade eu não sabia jogar nada, nunca tive videogame, e aquilo me deixava nervosa, mas eu queria tentar.

-Eu te ensino - ele disse sorrindo.

-Que jogo é esse?

-FIFA. É legal.

Ele sentou mais para trás e abriu as pernas. Em seguida, sinalizou para que eu sentasse ali.

-AÍ?

-É. Eu não mordo, só se pedir.

Assim que aquelas palavras saíram pela boca dele, senti um frio na barriga. Me sentei na frente dele, e ele chegou mais perto. Senti um choque quando ele encostou seu queixo quente no meu ombro gelado. Ele passou os dedos pelo meu braço até chegar na minha mão. Ele me entregou o controle e ficou com as mãos sobre as minhas.

-Aqui você corre, ali você chuta e aqui você só toca a bola - ele me disse enquanto me mostrava os botões.

-Entendi.

Eu mal conseguia jogar, ele continuava com o queixo no meu ombro e ria com cada chute que eu errava. Joguei por uns dez minutos e me levantei fazendo bico.

-Ei, você aprende - ele disse e me puxou para o colo dele, enquanto me fazia cócegas.

-Ai, chega - falei rindo.

Ouvi um barulho na porta e rapidamente me levantei. Meu corpo gelou quando eu vi aquela figura magra e alta com cabelo preto. Ela tinha a chave, porque ela simplesmente entrou no quarto.

-Kendall! - Harry correu até ela e a beijou. Levantei e peguei a minha bolsa, passei pela porta sem ser percebida.

-Ei Angel, depois a gente conversa, ok?! - Harry saiu do quarto e gritou para mim.

Não. Não teria depois. Chamei o elevador e assim que ele chegou eu entrei. Saí rapidamente do hotel e comecei a caminhar em direção da minha casa. Começou a chover forte, mas não me importei. Passei a mão pelo meu olho e vi todo o rímel que eu tanto demorei para passar se desmanchar pelos meus dedos. Eu deveria estar parecendo a noiva cadáver. Já estava escuro quando eu cheguei em casa. Minha tia estava assistindo, e começou a me dar um sermão sobre horário, mas a feição brava dela sumiu quando ela viu o meu estado. Minha saia estava grudada nas minhas pernas de tão molhada. Minha maquiagem estava toda borrada, e meu cabelo amarrotado.

-Angel, o que aconteceu?

-Nada.

-Não nasci ontem. Anda, me conta.

-Lembra do show? Pois é, eu passei mal, fiquei no camarim dos meninos, esqueci minha bolsa lá, eu e Tris ficamos amigas dos quatro, e agora eu estou aqui.

-Não Angel. Por que você chorou?

-Aaaah, tia. Eu passei mal e o Harry, um dos meninos, me levou pro hotel. Nós jogamos videogame, e ele foi legal comigo. Mas aí aquela modelo, Kendall Jenner, sabe?! Então, ela chegou lá e eles se beijaram e eu fiquei feito boba. Achei que ele tivesse um pouco de consideração por mim.

-Querida, ele tem tudo o que quer. Não se iluda. Você vai achar alguém legal, tenho certeza.

Por mais simples que fossem, aquelas doces palavras tinham sentido. Não iria me iludir, eu não sou do tipo que se apaixona pela primeira vista. Ouvimos batidas na porta e tia Lauren foi abrir.

-A Angel está aí?

-Está sim. Angel, visita para você - ela se virou a falou para mim.

Não queria falar com ninguém, o que seria fácil, já que não recebo visitas, mas fiquei surpresa quando vi quem estava me esperando no lado de fora.

Contract Of Love | HS (EDITANDO)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora