CAP.: 06 - APOLLO

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            No final das contas eu acabei crescendo e em poucas situações me permitir render-me aos prazeres de meus pecados mundanos, até que no fim, eles deixaram de ser pecado, pelo menos na minha cabeça, agora mais esclarecida.

            Já beijei vários garotos, garotas e fiz sexo com algumas, mas nunca, nunca com um garoto. Não sou mais virgem, pelo menos, não de mulher. Mas sou virgem de homem, pois nunca transei para valer com um. E falando no sexo com mulheres, resposta, sempre foi uma droga, sempre tive que tomar alguma coisa para funcionar.

            A explicação, bom. A explicação vocês já devem ter percebido. Sim, sou gay!

            Durante muito tempo quis e tentei fugir desse fato, mas hoje, bom, hoje não. Sai de São Paulo, fiz concurso depois que me formei em Direito e hoje sou um jovem e belo promotor público federal. Meu pai ficou super orgulhoso, minha mãe nem se fala, então.

            Mas se eu quisesse ser realmente feliz tinha que me afastar dele, já que provavelmente eles nunca aceitariam minha condição e minha opção sexual.

            Como falei agora pouco, sou formado em direito. Sim me formei na mesma universidade que meu pai. Me forme pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. E foi lá, que acabei conhecendo ninguém menos que ele, o grande amor, a grande paixão da minha vida, Guilherme Leão de Albuquerque.

            Foi um sentimento arrebatador, puro, sensível e literalmente a primeira vista. Me apaixonei como nunca imaginei.

            No inicio estava meio receoso, mas no fim, consegui me aproximar dele, me tornei seu melhor amigo na faculdade e durante o curso todo aproveitava de cada momento juntos, para poder toca-lo, abraça-lo e as vezes até beijá-lo. Calma! Pois eu não o beijava na boca, que era e sempre foi o meu maior sonho.

            Eu no fundo tinha muito desejo nele e por vezes já dormi ao seu lado, na mesma cama até, mas o problema nisso tudo, era: Guilherme Leão de Albuquerque era heterossexual, e o pior, hetero com o H, bem maiúsculo. O cara era o maior galinha na universidade, comia todas! E no final da noite... Eu, eu estava lá, com ele, ao lado dele, pegando também, para não dar bandeira é claro, sofrer com a desilusão que ele nunca, nunca seria meu, só meu.

            Passei cinco longos anos da minha vida sonhando com a simples possibilidade dele olhar para mim com o mesmo desejo que ele olhava para as outras garotas, mas não. Ele não sentia o menor desejo por mim e olha que eu andava nu na sua frente, por vezes fazia brincadeiras de cunho sexual, pois tínhamos certas intimidades, mas nada! Nada!

            Meu maior martírio e sofrimento era quando ele andava completamente nu na minha frente, pois tinha que esconder minha ereção, minha vontade tocar, beijar e acariciar todo aquele corpão definido, que ele sempre possuiu. Mas essa era uma vontade que eu deveria reprimir, para meu próprio bem.

            No final das contas, passei a vê-lo apenas como amigo, reprimindo sempre que possível, qualquer pensamento que eu pudesse ter ou exorbitar a cerca dele. Era difícil eu sei, mas eu tinha que tentar e lutar, todos os dias e o pior de tudo, tinha que fingir ser o que não era.

            No final das contas, terminamos a faculdade e cada fora para seu lado. Eu tive que voltar para São Paulo e Guilherme ficou no Rio, onde sua família morava.

Ele passou no concurso da Policia Federal, para delegado e eu, bom, eu passei para Promotor Federal. Ele ficou no Rio onde sua família já vivia e eu tive que voltar. Nos separamos por um breve momento, mas eis que nos encontramos em uma operação organizada pelo ministério da justiça, que queria combater o tráfico de entorpecentes na fronteira do Brasil com o Paraguai. E foi ai, que a desgraça aconteceu, todos os sentimentos que estavam escondidos, sublimados pela ação do tempo e pelos designo da mente. Tudo que eu sentia por Guilherme voltou com tudo e mais forte.

O DELEGADO E O MODELO (Livro II)®Where stories live. Discover now