Capitulo 11

Depuis le début
                                    

— Hm, certo. E para quê exatamente?

— Você vai ver quando chegarmos lá.

Mas, assim que viraram um corredor, o plano de Zoe foi por água abaixo. Julian e Edmund se encontravam saindo do quarto da garota, carregando os papéis e as pastas onde eles estavam guardados. Em questão de segundos, Julian levantou a cabeça e viu ela e Melanie, mas não havia tempo para voltarem atrás.

Zoe precisava agir rápido, antes que Melanie os notasse. Assim, seguindo o primeiro plano que veio em sua cabeça, a caçadora de sombras se jogou no chão, fingindo um grito de dor.

— Ai! Melanie, Me ajude! Acho que torci meu tornozelo. - disse em meio à soluços fingidos enquanto agarrava o tornozelo esquerdo.

— O que? - a mulher se ajoelhou ao seu lado, dando tempo para Julian e Edmund se enfiarem em seu quarto. Ou assim Zoe esperava. - Você tem certeza?

— Uhum. Está doendo muito! - e começou a chorar de mentira, jogando o cabelo em frente ao rosto para Melanie não desconfiar.

— Espere um pouco, vou fazer um irazte de cura. - falou, enquanto rapidamente pegava sua estela e começava a fazer a runa de cura no tornozelo de Zoe.

Uma sensação de bem estar à dominou, ao Melanie terminar de fazer a runa. Fazia anos desde que recebera sua ultima marca, e ela havia se esquecido do poder destas.

— Está melhor? - perguntou Melanie, ajudando Zoe a se levantar.

Ela assentiu, porém continuou se apoiando na mais velha, porque, de acordo com o que se lembrava, ossos quebrados ou deslocados se curavam mais rápido mas não imediatamente.

— Zoe? O que aconteceu? Está tudo bem? - a voz de Julian chegou à seus ouvidos e ela levantou a cabeça, vendo ele e Edmund se aproximando.

— Ela torceu o tornozelo. - esclareceu Melanie, segurando a garota. - Na realidade, não sei como. Afinal, não estávamos fazendo nada que necessitasse de esforço.

— Acho que pisei de mau jeito. - murmurou, colocando o máximo de dor e desconforto que podia na voz.

— Ah, entendo. Bem, pode deixar que cuidamos dela a partir daqui, Mely. Sabemos como anda ocupada. - disse Edmund, com um falso sorriso.

— Está bem. Ficará bem com eles, Zoe?

A garota assentiu e Melanie a soltou, enquanto Julian passava o braço dela por cima de seus ombros e a segurava na cintura com o outro braço.

— Se precisar de algo me chame, querida. - falou a mulher, antes de Zoe começar a andar apoiada em Julian, fingindo mancar.

— Deu certo? - sussurrou para os garotos, conforme se afastavam mais de Melanie.

Foi Edmund que respondeu, com um aceno de cabeça.

— Quase fomos pegos quando vocês duas apareceram mas, graças ao seu excelente trabalho como atriz, conseguimos devolver tudo ao lugar. Muito bem feito, Rapunzel, acho que a subestimei antes.

— Ah, uau, obrigada. Fico lisonjeada. E nunca mais me chame de Rapunzel. - respondeu-lhe, numa voz um pouco mais alta do que um sussurro.

— Anotado. - ele disse, e depois olhou para trás. - Ótimo, ela já foi.

Zoe deu um suspiro aliviado e parou de fingir mancar, então olhou para Julian, que continuava a segura-lá.

— O que está fazendo? Já pode me soltar.

— Bem, você merece uma mimaria pela atuação. Por isso, lhe privarei do incômodo que é andar. Além disso, você é bem leve.

— Quem sou eu para reclamar, não é mesmo?

Edmund balançou a cabeça, olhando-a de modo reprovador.

— E depois eu sou o folgado por deitar na sua cama.

— É diferente. Ele me ofereceu isso e eu aceitei, significa "aceitar por educação". - rebateu ela, com um sorriso convencido.

Edmund abriu a boca, provavelmente para respondê-la de modo bem pouco educativo, mas pareceu concluir que ela não valia o esforço. Então, parou finalmente de andar quando passaram por seu quarto.

— Nossa aliança foi temporária, Rapunzel. Agora voltaremos ao tratamento de antigamente.

— Quer dizer aquele em que você que acabar com a minha raça? Não gosto desse.

— Bem, isso é problema seu. - e entrou em seu quarto, enquanto Zoe revirava os olhos.

— Esse garoto é impossível. Como aguenta tê-lo de parabatai? - perguntou para Julian, quando eles voltaram a andar.

— Edmund fica melhor depois que você o conhece, acredite em mim. Embora tenha demorado duas semanas para isso acontecer da última vez. - ele riu, aparentemente se lembrando daquela época. - Ele tem esse jeito de não confiar em ninguém para depois não se decepcionar, entende?

Entendo, muito mais do que gostaria. Comigo é exatamente assim também,  pensou. Mas respondeu:

— É, acho que entendo.

Quando enfim chegaram ao quarto de Zoe, Julian a deixou sentada em cima da cama, aparentemente levando à sério esse negócio de mimos. Deu uma examinada no quarto e depois foi até a porta, onde parou brevemente e lançou um olhar curioso à Herondale.

— Creio que não vai me contar o verdadeiro motivo de querer saber sobre a Corte Seelie, certo? - perguntou, com tanta convicção que Zoe percebeu que não adiantaria negar a afirmação.

— Certo. - disse, ao passo de que Julian assentiu e se virou para sair do quarto.

— Mas não pense que conseguirá encobrir isso por muito tempo, Herondale. - falou, enquanto saía do quarto.

A Dama do Sol - IOù les histoires vivent. Découvrez maintenant