CAP.: 04 - CONVIVÊNCIA

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Guilherme o encara, dentro dos olhos, como se dissesse: "se não tirar o olho te mato!", seguido do outro olhar que já conheço muito bem: "esse tem dono, e o dono sou eu!". Depois das animosidades voltamos a nos sentar, e ao que parece, não era só Gui que estava com ciúmes, meu primogênito também estava, pois pela cara emburrada, eu já sabia que Bruno, estava possesso com aquela demonstração de carinho do chefe.

Fizemos nossos pedidos e logo o próprio meitre veio nos servir. Começamos a comer, quando de repente:

- Angel! Angel! Nos daria seu autografo!? Você tá muito gato nessa nova novela! Está mais incrível que nas passarelas! – falava uma moça eufórica ao lado de outras três colegas, que pareciam estar ali para frequentar o restaurante.

Pois é, as gravações estavam bastante adiantadas e faziam duas semanas que a novela em que eu estava trabalhando, estava no ar. Aparentemente minha aparição e meu papel estava sendo muito bem recepcionado pelos telespectadores. E a prova disso é que agora viviam me parando na rua e pedindo autógrafos. E isso pelo visto estava acontecendo agora. Pego os caderninhos delas três, dou meu autografo e tiro algumas selfies com cada uma. Elas conhecem meus filhos, meu marido e logo se vão.

- Não pense que eu esqueci do beijo que você acabou de receber do libanês safado não!? Que eu não me esqueci! Que diabos fora aquele beijo que você recebeu? – Guilherme pergunta sério, e eu resolvo sair pela tangente, mas antes de que eu saia, outra ferinha de quase treze anos me olha sério e pergunta:

- É paizinho... que história é essa de outro homem beijar o senhor?! E na frente do paizão!? – Bruno estava sério e como o pai, parecia furioso, com os beijos que recebi de Daniel no rosto.

- Olha aqui vocês dois... isso não foi nada! E Daniel é meu amigo, além do mais... isso que ele fez é tradição na cultura dele!

- Como assim? – Bruno pergunta curioso.

- Meu filho... Daniel não é brasileiro, como nós!

- E o que ele é!? – pergunta.

- Ele é libanês, um país que fica bem longe do Brasil... e lá, os homens costumam beijar outros homens no rosto, quando vão cumprimentar...

- Isso é verdade paizão?! – ele olha para Guilherme meio incrédulo.

- Isso é sim verdade meu filho! – ele olha para mim, levanta uma sobrancelha – mas por que ele não me beijou também?! Isso não é tradição? – pergunta irônico. Olho para ele pergunto:

- Você faz tanta questão desse beijo?! Por que se sim... eu posso chamar Daniel para beijá-lo – olho para Bruno - para beijar os dois! Vocês querem!?

Bruno faz careta e Guilherme dar de ombros. Daniele estava absorta brincando com sua boneca nova. Terminamos de comer, pedimos nossa sobremesa e logo saímos do restaurante. Como Guilherme havia encerrado os trabalhos que ele fazia naquele dia na delegacia, nos levou para direto para casa.

Chegamos em casa e os meninos foram tomar banho. Guilherme e eu fomos para nosso quarto, mas no meio do caminho, encontramos Apollo.

- Boa tarde Guilherme! Boa tarde Lucas!

- Boa tarde! – respondemos em uníssono.

Ele olha para Guilherme e fala:

- Guilherme, que bom que eu te vi... pois queria discutir com você uma investigação que o ministério público federal do rio estar fazendo. Sobre aquele político... Você pode falar agora? – Apollo olha para mim.

- É claro que posso! – Guilherme olha para mim. – Vai tomando seu banho que já volto meu amor... - Apollo parece ficar nervoso com a declaração de carinho do amigo, pois logo se afasta.

O DELEGADO E O MODELO (Livro II)®Where stories live. Discover now