Capítulo XIV

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Tive um pesadelo terrível que me fez acordar durante a madrugada, eu matei um cara, não sabia bem o motivo e nem consegui ver seu rosto, de qualquer modo foi horrível. Bea dormia muito bem com uma expressão angelical em meu rosto, saí da cama com cuidado para não acordá-la e fui molhar o rosto no banheiro pra tentar me livrar daquela sensação ruim. Voltei ao meu quarto. Vi o celular dela no mesmo lugar que o deixou, a lembrança de sua conversa minutos antes de dormir veio em minha mente à tona. Fiquei nervoso, tanto que minhas mãos tremiam. Peguei o celular e respirei fundo pensando se deveria... Eu não deveria! Mas fiz mesmo assim. Desbloqueei a tela e fui diretamente para seu registro de chamadas. Precisava fazer uma ligação, saber com quem ela estava falando, se de fato era sua amiguinha. Esse não era eu, estava violando minha ética pessoal, mas não existem regras no jogo do amor, não é verdade!? Nem me importei com o horário, só queria acabar logo com isso. Liguei! Chamou uma, duas, três, quatro e na quinta vez alguém atendeu.

-Alô!?- Uma voz masculina e sonolenta disse ao atender e eu desliguei sentindo minha raiva subir de baixo pra cima.

Como ela pôde fazer isso comigo? Enquanto eu estava aqui me embebedando e sofrendo com sua frieza e distância ela saia com outros caras!? Senti vontade de segurar em seus braços e sacudi-la até que me contasse a verdade. Ela ficou tão magoada quando eu omiti um fato e conseguiu mentir sobre uma coisa tão séria na minha cara? Na minha casa! Na minha cama! Acalmei meus nervos com um poco de uísque estava na gaveta da estante da TV. Foda-se a minha promessa de não beber. Era isso ou ela acordaria no meu quarto secreto com os braços e pernas amarrados e abertos ao máximo. Pus seu telefone no lugar e deitei novamente, dessa vez bem distante dela e com um travesseiro entre nós. Tocá-la naquele momento não era uma boa opção.

Consegui dormir mais um pouco depois de beber um pouco. A primeira coisa que fiz ao acordar foi procurar por Bea na cama, mas ela não estava lá. Não acredito! Fiquei bravo por não ver seu vestido pendurado na cabeceira da cama, suas coisas já não estavam mais em meu quarto. Ela foi embora sem se despedir!? Desci as escadas correndo procurando-a em todo canto, era impossível ela ter ido. Senti cheiro de bacon frito vindo da cozinha, o que era estranho pois eu ainda não havia pedido nada para o café. Fui até la checar e Bea estava na cozinha preparando nosso café da manhã.

-Bom dia, Nicolas.- Ela me olhou por cima do ombro e sorriu.

-Bom dia.- Por um minuto me acalmei, mas lembrei da minha madrugada maravilhosa.

-Dormiu bem?- Ela me entregou uma caneca com café é torrada com bacon e ovos.

-Não.- Eu estava me controlando muito para não explodir naquele momento- E você?

-Não?- Ela franziu a testa e tentou me beijar, mas eu rejeitei- Algum problema?

Meu autocontrole foi embora pela porta aberta da cozinha.

-Com quem você estava falando ontem à noite?- Disse serio observando meu prato.

-Com a Erika.- Ela se afastou.

-Não minta para mim.- Disse pausadamente meu olhar era intenso agora direcionado a ela.

-Por que tá dizendo isso!?- De repente ficou séria.

-Ouvi sua conversa ontem e liguei para o número que você ligou.- Ela ficou pasma- Diga logo, Isabella!

-Você mexeu no meu celular!?- Ela o pegou em seu bolso e viu a nova ligação feita.

-Sim. Responda!- Joguei o prato para frente, ele bateu na outra bancada e se partiu em vários pedacinhos.

-O nome dele é Rafael.- Bea respirou fundo.

Just be Mine | Livro I | Série "Mine"Onde as histórias ganham vida. Descobre agora