CAP.: 03 - FILHOS

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Lucas sai do carro de uma vez, abre a porta de trás do carro, puxa Bruno para fora, olha em seus olhos e fala em meio aos prantos:

- Não se preocupe meu filho... você nunca mais precisará ter medo! Nunca mais você vai passar por aquilo!

Bruno de forma surpreendente, agarra Lucas e abraçando, pergunta:

- Eu sou menino ruim‼! – ele estava aos prantos.

Lucas afaga sua cabeça, beija seus cabelos, aperta ainda mais o abraço e fala:

- Não... você não é um menino ruim...

- Mas eu pedir pra Deus matar a mamãe... - ele chora ainda mais. Danielle desce correndo do carro e abraça o irmão pelas costas e fala:

- Ele foi embora... pode abrir os olhos... o homem mal... ele não está mais aqui! – fiquei muito surpreso, pois de acordo com a Madre, ela não falava.

Mas o que mais me surpreende é a atitude do meu marido. Lucas também abraça forte a menina, passa a mão em sua cabeça, a beija e fala:

- Calma... eu não sou como aquele homem tá bom! Eu estou aqui e vou proteger vocês... tudo bem... vai ficar tudo bem...

- Você promete? – Bruno pergunta. Eu e Apollo já tínhamos saído do carro. Apollo observava de longe, eu estava do lado de meu amado, que me surpreendera da melhor forma possível... Lucas estava agindo como jamais imaginei que agiria, como um adulto, como um pai...

Ele começa a soltar os meninos do abraço, passa a mão no rosto de cada um e fala:

- Vocês confiam em mim... em mim em Guilherme? Ele é policial... vai proteger a gente... - Lucas olha para mim – Não é Guilherme?! Você não vai nos proteger do homem mal? – ele pergunta para mim e acena com a cabeça. Eu me aproximo deles e respondo:

- Vou sim! Eu vou protege-los sempre... Eu prometo! – falo abrando eles.

Ficamos alguns minutos abraçados, em silêncio, completamente entregues a dor, e as verdades impostas pelo destino. Bruno e Daniele não eram só crianças que viram a mãe morrendo de over dose, ele e a irmã eram vítimas de abusos constantes e o pior de tudo, sua mãe... sua própria mãe era a principal responsável por estes abusos.

Saímos do abraço, entramos no carro novamente e o caminho de volta foi absolutamente silencioso. Só que dessa vez, Lucas não estava no banco do carona, agora Apollo estava no seu lugar enquanto Lucas acalentava as crianças no banco de trás. Era incrível, mas tanto Bruno quanto Daniele, pareciam calmos e relaxados. A menina parecia dormi, já o garoto ainda estava acordado, com a cabeça encostada no colo de meu marido, que acalentava as duas crianças, como se fosse nascido para aquilo, para ser pai. Ele olhava para elas e seu olhar era de dor e preocupação...

Chegamos em casa, Lucas acorda as crianças e fala:

- Vamos lá... hora de acordar dorminhocos!

- Já chegamos?! – Bruno pergunta. Daniele corre onde esto e puxando pela calça dele pede:

- Colo! Colo papai...

Olho para ela, se abaixa, segura a menina no colo e pergunta:

- Do que você me chamou?! Repete para mim, vai!?

- Papai... você vai nosso papai... não vai?

Me emocionei, pois pela primeira vez estava tendo a sensação de ser pai, um pai de verdade e tinha dois filhos lindos para chamar de meus. Um príncipe e uma princesinha. Bruno até se parece muito com Lucas, cabelos loiros, olhos azuis, assim como Daniele, que também possuía olhos claros e cabelos castanhos muito claros. Lindos demais.

O DELEGADO E O MODELO (Livro II)®Onde as histórias ganham vida. Descobre agora