Stedman começou a falar, mas os meus olhos captaram Homero Smith, não muito longe de onde eu estava, conversando com uma mulher e dois homens.

Ele não podia me ver ali.

- Desculpe, Sr. Stedman... Eu preciso ir. Quando a Oprah voltar – Eu não acredito que ela está aqui! -, diga que sou sua fã. Ela é maravilhosa. Eu a venero. Eu o beijaria os pés dela, eu a beijaria , com todo respeito!

Só pare de falar, Elizabeth. Está ficando pior a cada segundo.

Sem perder mais tempo saí correndo para a cozinha, olhando para todos os lados e tentando encontrar a Oprah.

Sem sucesso.

- Concentre-se, Liz. Você precisa focar no seu plano. – disse a mim mesma dando tapinhas na testa. Voltei para a cozinha, onde a loucura de pessoas correndo de um lado para o outro tentando fazer tudo ao mesmo tempo continuava. Deixei o pedido do Sr. Stedman com um dos cozinheiros e fui até a minha bolsa. Estava tudo ali: Durex, gravador, celular, mapa...

Coloquei a bolsa sobre os ombros no exato em que uma mulher baixinha surgiu ao meu lado.

- Para onde pensa que está indo?! Você não vai embora! Não pode! – guinchou a mulher tirando a minha bolsa de perto e jogando-a para longe.

- Mas eu...

- Querida, eu pago o dobro para você! O triplo! Mas não me deixe na mão! O nosso cliente acabou de pedir que levássemos champanhe até seu escritório mas não temos ninguém!

Abri a boca para protestar até compreender suas palavras. Primeiro, ela iria me pagar o triplo para servir mesas? Eu estava dentro! Segundo, o "cliente" do qual falava era Slender? Uma ótima oportunidade para investiga-lo de perto.

Dei um sorriso.

- Eu levo o champanhe. – prometi à ela.

A mulher suspirou de alívio. Ela me levou até o carrinho de bebidas, onde estava o champanhe com gelo e as taças. Sem que a supervisora do buffet visse, coloquei a minha bolsa em um dos bolsos do carrinho e segui suas instruções para chegar ao escritório do "cliente".

A casa de Slender era extremamente luxuosa. Entrei em um corredor de madeira polida, depois outro corredor, depois outro... Foram muitos corredores. E muitas portas. Mas o mapa me ajudou a encontrar o escritório de Slender.

Naquela determinada parte da casa o barulho da festa era quase inaudível. A mansão estava silenciosa e fria. Perguntei-me se Slender tinha filhos ou alguma mulher. Morar sozinho em um lugar como aquele deveria ser enlouquecedor.

Bati duas vezes na porta.

- Entre.

Era a voz dele. Fria e impassível como da primeira vez que eu a escutara. Abri a porta e empurrei meu carrinho de bebidas para dentro do escritório.

Slender estava de costas para mim, falando ao celular.

- Mas você prometeu que nossa sociedade me ajudaria a subir no mercado internacional... – ele olhou para trás e apontou para o champanhe. – Sirva três taças.

Acenei com a cabeça aguçando os ouvidos para sua conversa.

- Iolanda, não me faça perde a paciência com seus joguinhos... – Slender avisou. Ele começou a andar de um lado para o outro. – O garoto não faz parte da nossa sociedade... Não. Talvez, mas vai além do meu poder.

Slender riu sem humor.

- Eu tenho outro que adoraria conhecer você. – pegou uma foto em cima de sua mesa e a observou. – Jason já é um rapaz formado. E muito bonito, como o pai.

Ele suspirou e balançou a cabeça.

- Tudo bem, Segunda-Feira, então. Nem um dia a mais. E por favor, apareça.

Assim que desligou a chamada com Iolanda, ele digitou outro número e discou. Estava tão ocupada prestando atenção aos passos de Slender que não notei outra pessoa entrando no escritório. Até o Sr. Barruell, o ruivo, pescar umas das taças de champanhe se jogar uma luxuosa poltrona de couro preto.

Surpresa ao vê-lo ali abaixei a cabeça para que ele não tivesse uma visão muito boa do meu rosto. No entanto, comemorei internamente ao ver a montanha roxa que se sobressaía na testa do ruivo.

- Jason, eu preciso que volte para Nova York amanhã. – voltei minha atenção para Slender, agora em outra ligação. – Não me importa se em Ibiza está "bombando", preciso de você amanhã. Sem falta. Já sabe o que vai acontecer se não vier, não é mesmo? Obrigada.

Finalmente Slender guardou o celular no bolso e se virou para o ruivo, que já estava na metade da sua segunda taça. Alguém ali precisava levar aquele homem para os Alcóolicos Anônimos.

- Barruell, mas o que é isso em sua testa? – perguntou Slender numa mistura de repreensão e divertimento. – Finalmente achou uma mulher à sua altura?

O ruivo fechou a cara.

- Eu tive um acidente no banheiro, só isso.

Precisei me controlar para não rir. Os esforços devem ter chamado a atenção de Barruell. Ele lançou um olhar frio na minha direção. Era a primeira fez que o ruivo não me olhava como um pedaço de carne. Acho que eram os óculos de grau.

Nunca fui tão grata pela miopia.

- Eu conheço você? – perguntou ele depois de muito analisar o meu rosto. Não que eu estivesse dando espaço para isso.

Meu coração gelou.

- Creio que não, senhor. – respondi. – Sr. Slender, precisa de mais alguma coisa?

- Não. Você já pode ir.

Assenti com a cabeça e manobrei meu carrinho para sair do escritório.

- Espera! – o ruivo gritou. Eu parei o carrinho e fechei os olhos. Ele veio até a mim. – Eu quero mais um pouco de champanhe.

Eu o servi, as mãos tremendo pelo medo de ser reconhecida, e guardei a garrafa de champanhe.

- Mais alguma coisa?

- Tem certeza que eu não conheço você? – ele estava me encarando profundamente.

- Acho que eu me lembraria, senhor. Se isso é tudo, eu estou indo.

Antes que ele pudesse dizer mais alguma coisa, eu empurrei meu carrinho para a porta como se não houvesse amanhã.

A porta se abriu pegando-me de surpresa. Arregalei os olhos e arquejei quando ele apareceu na frente do carrinho, tão surpreso quanto eu.

Não consegui segurar o carrinho de bebidas a tempo. Ele atingiu Homero Smith na barriga em cheio, atropelando-o. O homem gemeu e caiu no chão do corredor.

É.

Eu estava ferrada.

***
Dois capítulos!!! Gostaram?
Espero que sim ❤️

Ei, amorecos, me digam o que acharam da capa nova do livro - essa semana mudei duas vezes, porque não estava satisfeita... Mas dessa eu gostei, tem uma coisa que mudaria, só não sei se ficaria tão legal!

Enfim, não se esqueçam da 🌟, okay? Qualquer coisa a Tia está aqui sempre, um beijo ❤️

Tudo Pela ReportagemWhere stories live. Discover now