Lose yourself |l.s|

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A aula seguiu muito interessante. O cacheado anotou muita coisa que havia deixado de fazer no pequeno trecho que já havia escrito. Ficou até animado para poder pegar logo o seu computador e escrever novamente, palavra por palavra. Ou talvez ele apenas editasse... O problema era que ele sentia a necessidade de escrever as palavras novamente porque elas faziam lembrar-se do seu sentimento ruim e era aquilo que ele precisava. A briga até tinha servido para algo.

Quando a aula acabou, Harry foi novamente chamado pelo professor para conversarem a sós. Ele mentiria dizendo que ainda não havia começado caso ele perguntasse aquilo. Tecnicamente, era só aquilo que seu professor teria para perguntar já que estava o auxiliando com a sua história.

Parou em frente à mesa de Sr. Fitz e apoiou suas duas mãos sobre a mesma. O professor olhou para os papéis sobre a sua mesa e pegou os mesmos, ajeitando-os . Harry de início não entendeu porque o professor estava agindo daquele modo misterioso.

– Você já começou a sair da sua zona de conforto? – ele perguntou olhando nos olhos verdes de Harry e o mais novo corou com aquilo. O contato visual com as pessoas o deixava meio tímido.

– Bom, eu pedi ajuda para uma pessoa e estava tudo bem até a gente brigar. – ele disse tentando não gaguejar – Acho que não preciso dele para isso.

– Você discutiu com alguém? Isso é bom, Harry.

– Não acredito que isso saiu da boca de um professor. – Harry balançou a cabeça rindo e o homem tentou arrumar sua postura.

– Traga um trecho para eu ler amanhã. Estou curioso! – disse finalizando a conversa e o cacheado assentiu e saiu da sala.

Ele definitivamente não iria entregar o que já havia escrito. Suas palavras o traiam. O professor saberia dizer quando as palavras de Harry estavam vacilando e com certeza iria ficar muito decepcionado. E Styles não queria decepcionar seu professor e escritor favorito. Queria deixar o homem impressionado visto que o loiro achava a sua escrita impecável, mas histórias entediantes.

Tomlinson também não se encontrava muito bem. Isso porque Colton fez pressão pelo dinheiro e o de olhos azuis não foi avisado com palavras dessa vez e sim socos. O chefe de Colton estava completamente bravo e jurou que se Louis não começasse a pagar, o próximo encontro seria o último porque iria mandar matá-lo.

Ele estava fodido. Fodido nunca se encaixou também quanto naquele momento. Louis precisava arranjar o dinheiro urgente e ele passou dias fazendo pesquisas de persuasão. Sim, ele realmente pesquisou maneiras para fazer com que Harry não negasse a sua ''amizade''. Foi o único jeito que Tomlinson achou para se aproximar de uma pessoa que era extremamente doce e irritante. Se ele fingisse ser seu amigo, evitaria as discussões e então ele poderia receber o dinheiro... E ele esperava receber no mesmo dia porque não queria receber uma visita dos capangas do chefe de Colton.

Louis tinha mais medo ainda do cara após saber que nem mesmo Colton sabia seu nome e nem tinha o visto diretamente.

– Cara, você está fodido. – Niall disse abocanhando o seu hambúrguer – E quando eu digo fodido, eu quero dizer fodido até o talo.

– Cala a boca. Eu não preciso de você me lembrando dessa porra! – Tomlinson resmungou e o loiro largou o hambúrguer no prato para levantar as mãos se rendendo – A não ser que aquela cópia de princesa da Disney ainda queira a minha ajuda.

– Você teria que parar de agir como um merda. – Zayn se pronunciou rindo – Cara, não vai dar certo. Você acha que ele iria cair em truques ridículos ensinados na internet?

– Falando na princesa... – Louis disse sem responder a pergunta de Zayn.

Os olhos azuis de Tomlinson acompanharam todos os passos de Harry até o cacheado se sentar embaixo da árvore enquanto tirava o seu computador da mochila. Passou um tempinho observando como Styles mordia o lábio inferior, provavelmente com problemas para escrever um pouco mais de sua história. As sobrancelhas dele estavam franzidas e os olhos encaravam o computador com uma seriedade como se aquela história valesse sua vida, e certamente, valia porque se tratava do seu futuro.