Chapter XXI

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- Fisgando o Bofe!-

Fernanda

Depois que Caleb saiu do quarto com lágrimas no rosto, eu mirei o teto e fiquei o observando por muito tempo, ele era branco, sólido e aguentava muitas coisas sem mudar, mas será que o teto aguentaria um desilusão amorosa tão forte quanto a que eu tive sem perder as estruturas, provavelmente. Todos os dias alguém sofre uma desilusão e nem por isso muda e sai por aí maltratando tudo e todos, até o teto era melhor que eu. Apontei pra ele com raiva dele estar ali tão quieto enquanto eu estava morrendo de tristeza.

- Você é um idiota, sabia? Pelo menos eu não fico parada feito uma pedra. Cobri minha cabeça com a manta e assim adormeci com raiva do teto por que ele era melhor que eu.

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Eu estava quieta após acordar, tinha uns 3 dias que Caleb não saia do quarto e eu estava tentando arrumar alguma coragem para ir atrás das coisas que eu não queria mais, ou queria, mas não deveria querer. Então era isso, eu também amo o Caleb, eu sempre o amei, talvez eu o ame desde nossa primeira vez, ele foi o único homem que me tocou, que conseguiu ver além de mim, mesmo que isso tenha sido depois de me excurrassar, mas todos erramos, eu inclusivamente errei bastante, o desejo de vingança me cegou, eu só queria magoa-lo e agora que ele esta não me parece bom, ta doendo mais em mim do que nele. Sai do quarto determinada a tentar arrumar as coisas, mas Ivi estava parada no corredor e ela não parecia feliz.

- Fernanda podemos conversar? Suspirou calmamente.

- Agora não, preciso falar com o Caleb. Resmunguei.

- Fernanda, chega! Para com isso, ele esta muito pior do que você ficou, ele já perdeu tudo e a mulher que ele ama esta matando ele aos poucos, e não é exagero, você esta fora de controle, por favor, pare com isto.

- Eu... eu sinto muito Ivi, eu estava indo me desculpar com ele. Puxei todo o ar que pude. - Euoamo. Falei rápido demais.

- Você o que?

- Amo o Caleb, e se for reclamar comigo espera pra depois agora eu preciso ir atrás do meu homem. Disse e sai correndo em direção ao quarto de Caleb.

Corri tão rápido que nem me lembrava se desci a escada ou pulei elas.

- Ei, você. Disse entrando no quarto sem bater.

- Oi. Caleb disse baixinho.

- O que você tem? Sentei ao seu lado esticando a mão para ele.

- Tristeza. Sorriu estranho.

- Por qual motivo? Tentei não demonstrar nada.

- Frescura. Sorriu novamente. - E se não for muito ridículo te pedir isso, me deixa só.

- Não, a casa é minha! Falei, ele iria me escutar.

- Então saio eu. Levantou seguindo pra porta.

- Não também, eu mando em você e não te deixo sair, você precisa me obedecer, esta no contrato que você assinou. Sorriu entrando num tipo de brincadeira, eu diria que o amo mesmo.

- Ta bom, então faz assim, pega o seu contratinho e enfia no primeiro buraco que você achar, eu não ligo, sabe porque eu não ligo? Eu não tenho nada a perder, você me tirou tudo mesmo!

- Eu não te tirei nada, você perdeu tudo sozinho! Gritei com um desconforto crescente.

- Não bens materiais, sua. sua. cretina! A raiva no seu olhar me doeu. - Me deixa em paz, merda!

- Não vou te deixar em paz, não me peça isto. Cruzei meus braços e o olhei fixamente.

- MEU DEUS DO CÉU, FERNANDA! Gritou. - QUER ME MATAR?

- Não se estressa tanto, não faz bem para os nervos. Provoquei.

Eu estava ali provacando Caleb, mas no fim eu só estava tentando pedir perdão, mas não consegui.

- Sabe Caleb, eu estou com vontade de fazer uma proposta pra você. Mordi o lábio. - Eu estive conversando com Ivi e Mila, elas me abriram os olhos, não sei como explicar, é dificil deixar tudo pra lá mas...

- Você já deixou, não? Me interrompeu. - Eu não sou mais seu empregado, você nem me obriga a capinar jardins alheios.

- Caleb, não é isso...

- Chega Fernanda, não aguento mais esses seus joguinhos. Saiu do quarto me deixando sozinha.

Ainda passei um tempo assimilando tudo até ter a atitude de seguir Caleb, eu fui longe demais, ele estava tão magoado e nervoso, não queria nem me ouvir e o discurso que treinei na minha mente não serviria mais.

- Caleb! Gritei correndo atrás dele. - Deixa eu falar com você, homem!

Caleb se virou pra mim, e pude ver sua raiva estampada no rosto.

- Eu preciso conversar com você. Suspirei. -Quero me desculpar, sabe?

Ele permaneceu calado e eu tomei a deixa para continuar a falar, mesmo que ele não quisesse mais me ouvir.

- Eu te amo, merda. E eu sei que dizer que te amo não vai apagar nenhuma das maldades que te fiz, eu nem quero que apague, eu quero poder apagar isso, eu estava tão cega pela raiva que eu te magoei demais do jeito que você me magoou, mas eu sei que não deveria ter feito nada disso, eu não sei que bicho me mordeu mas eu me tornei uma Fernanda amarga, minha mãe teria vergonha de mim, ela não me criou pra isso.

Lágrimas cobriram o meu rosto e eu queria abraçar o Caleb, ou que ele tomasse a atitude, porém nenhuma das duas alternativas aconteceu, ele estava parado e seu olhar não me dizia nada, estava só parado me olhando, então minha ficha caiu, eu fui longe demais.

- É parece que eu fui longe demais, né? Mas não tem problema, eu mereci mesmo, mas eu te amo e eu só vou amar você minha vida toda. Puxei o ar. - O primeiro e único. Sussurrei a última parte e sai.

As lágrimas nunca foram tão pesadas e segurar os soluços que estavam na minha garganta era como segurar alguns quilos de peso, eu só me perguntava porque eu não ouvi os conselhos que todos me deram, no fim de tudo o fato aprendido era aquele velho ditado "Quem não escuta conselho, escuta coitado!"

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Até segunda, pequenos gafanhotos!

ILEGALOnde as histórias ganham vida. Descobre agora