Capítulo 38

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Alguns dias após o funeral Emily e Jonathan voltaram a se encontrar. A conversa seria sobre a situação de Emily perante a organização. Jonathan queria ver essa mulher o mais longe possível. Por ele a teria eliminado, Mary interferiu. Chamaria atenção demais se logo em seguida a morte de Michael viesse a de Emily.

– Vamos ser práticos, Jonathan. O que vai fazer comigo? – Emily questionava o rapaz que estava sentando no lugar que antes pertencia a Michael.

– Por mim você some! – o escárnio vinha estampado no rosto de Jonathan. O poder em tão pouco tempo conquistado, já havia lhe subido à cabeça.

– De que forma? Como? Eu simplesmente posso pegar minhas coisas e ir para onde eu quiser?

– Seria mais fácil te eliminar. Forças maiores me impedem. É o seguinte cunhada... – ele inclina seu corpo sob a mesa fazendo com que seu rosto se aproximasse do dela – Arrume suas coisas, não deveria, mas vou te dar uma quantia em dinheiro que sei que é o suficiente para você recomeçar do jeito que quiser. Quem sabe agora não vira uma puta profissional. Aproveita que ainda é bonita.

– E você está louco para me comer, não é? – Emily encarava Jonathan.

– Escuta aqui ordinária! Não me provoque que faço o que estou com vontade! Pega suas tralhas e sai daquela cobertura. Assine esses documentos e você está livre. – Jonathan joga os papeis na cara de Emily – Não vou ameaçar você porque sei que não liga a mínima para essa merda de vida. Mas tem seus pais e aquele idiota que te fodia.

– Jonathan, vai se fuder! – Emily lhe devolve os papeis assinados e sai o mais rápido que pode dali. Mais alguns segundos com ele na mesma sala ela que o mataria.

Alex esperava no carro. Viu a forma como ela entrou no carro. Respiração ofegante, mãos suando. Apesar de vê-la daquela forma sentiu-se aliviado, pelo menos a mulher ainda estava viva. Alex não deixaria que nada de mal acontecesse com Emily, devia isso a Michael.

– Para onde, Sra. Hoffman?

– Para o apartamento. Tenho que retirar meus pertences de lá. Esse filho da puta me tirou tudo... – suspirou – também não conseguiria viver lá sem Michael. – fica pensativa – Você vai trabalhar para ele?

– Nunca! Prefiro a morte. Ele vai conseguir por um tempo, mas a pressão e os seus vícios irão voltar e ele vai ruir de forma vertiginosa. 

O que Emily não sabia era que Alex tinha as mesmas desconfianças. A morte do seu melhor amigo não foi natural. Michael foi apagado. Apenas precisava descobrir quem era o mandante. Não descansaria enquanto não tivesse com eles em suas mãos.

– Deus te ouça. Vai fazer o que? – olhava Alex pelo espelho retrovisor.

– Desaparecer. Cuidado, Sra. Hoffman. Muito cuidado. – então finalmente os olhos dos dois se encontram.

– Eu vou tentar.

– Não tente, tenha! – observou o homem aflito. Sabia que sua vida seria vigiada. – Vou aguardar a Senhora aqui, não precisa ter pressa, leve o tempo que precisar.

– Obrigada, Alex.

Emily entraria com todo o cuidado naquele lugar que um dia foi o seu lar. Observou cada detalhe, recordações de sete anos vieram em sua mente. Michael foi seu amor incondicional isso não tinha o que contestar.

As lágrimas teimosas voltaram a cair. Do aparador segurou entre suas mãos o retrato dele ainda jovem. O único que possuía daquela época em que fora tão humilhado e maltratado, retirou com todo o cuidado da moldura e o abraçou. 

Meias Verdades [Completo]Where stories live. Discover now