Capítulo 36

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No dia seguinte. Após o corpo de Michael recuperar seus movimentos. A noite fora intensa. O amor que fizeram havia terminado apenas algumas horas. Observou-a adormecida. Emily havia voltado. Escolheu ser dele. Era dele!

Sem que ela acordasse lhe deu um beijo. Não queria ter de ir até seu escritório no centro. Mas era preciso. Observou mais uma vez ao pé da porta, sem motivo aparente sentiu que devia guardar a visão de todo seu amor em sua memória e com os olhos cheios de lágrima partiu.

Ainda era muito cedo quando Michael chegou até o escritório. Estava sozinho. Sua secretária chegaria apenas duas horas mais tarde. E por esse motivo estranhou a visita daquela pessoa, naquele horário.

– O que aconteceu? – havia muita preocupação no olhar de Michael.

– Preocupação de mãe. E quando o assunto é Jonathan só tenho você para contar. Por isso vim tão cedo, queria lhe falar a sós. – Mary entrou em seu escritório.

– O que aconteceu com ele? Eu estou com tantos problemas! Não posso passar por mais um! Ele estava nos eixos. Preciso que continue assim.

– Vou preparar um chá para nós, tudo bem?

– Sim, por favor! 

Alguns minutos depois Mary retornou com as xícaras de chá. Entregou uma para Michael, sentou-se em uma das cadeiras e ficou observando o homem beber. Assim que Michael deu os primeiros goles Mary começou a explicar o que lhe afligia. 

Michael entre um gole e outro escutava sua madrasta com atenção. Sempre gostou de Mary. Sempre que pode o protegeu das investidas do pai. Nunca o tratou como filho, mas também nunca o ignorou. 

Mary terminou de contar o que estava acontecendo no momento em que Michael terminou o seu chá. Antes que conseguisse argumentar qualquer coisa Michael começou a sentir-se desconfortável.

– Tudo bem, Michael? – Mary caminhou em sua direção.

– Não sei. 

Michael desabotoa os primeiros botões de sua camisa como se assim facilitasse na respiração que começava a ficar ofegante, seu coração batia acelerado, sua boca havia secado. Michael suava frio.

– Olha para mim. – Mary segurou o rosto dele em volta de sua mão - Logo isso vai passar e você não vai sentir mais nada. Foi exatamente isso que seu pai sentiu. 

Mary fez com que Michael voltasse a sentar. Os olhos azuis de Michael continha uma expressão de espanto. Perguntas permeavam sua mente. Como Mary poderia saber o que estava acontecendo? Como ela poderia saber o que aconteceu com seu pai sendo que ela não estava com ele no momento do ataque? Ao menos que ela tenha causado tudo aquilo! Mary continuou com sua explicação:

– Isso mesmo, Michael. Seu pai não morreu vítima de um infarto, assim como você não está. Vão achar que foi infarto, mas não é querido.

– O que você fez comigo? – O corpo de Michael a cada minuto que passava tornava-se mais inútil. Estava imobilizado pela a agonia que sentia o que aquela mulher fez?

– Está na hora de você ir querido. O Jonathan está mais que preparado para ficar no seu lugar e eu tenho que lhe agradecer por prepará-lo. Bob não fez. Melhor assim. Você foi um professor mais eficaz. Sabe você devia me agradecer, afinal se não fosse por mim não teria ficado no lugar dele. – Mary andava de um lado para o outro daquela sala medindo tudo que havia ali e já imaginando o filho sendo o dono dela.

Michael não conseguia mais falar apenas a via observando morrer. O veneno contido no chá que Mary havia lhe entregue, já estava terminando a sua utilidade. Mary sempre soube que esse momento iria chegar como fizera antes com o seu marido, a diferença estava no motivo. 

O motivo de Mary assassinar Bob Hoffman fora a descoberta de suas traições. Ela não seria tratada como a sua primeira esposa, jamais passaria pelas humilhações como a anterior sofrerá. Tinha consciência que se fizesse parecer que ele tinha tido um infarto Michael assumiria os negócios sem ninguém desconfiar. O menino já comanda aquilo mesmo, Bob era uma mera representação o serviço pesado já estava nas costas de Michael e este jamais abandonaria ela e Jonathan. 

O que não havia calculado naquela ocasião era que Jonathan afundasse mais em seu estilo de vida regado a esbornia. Então teve de esperar a paciência e complacência de Michael para trazer o menino a sua volta. E assim aconteceu. Esse último ano fora mais que satisfatório. Jonathan caiu nas graças de Michael. Emily também ajudou muito para que isso fosse possível, sem ao menos saber. Por conta de suas traições Michael delegou mais responsabilidade a Jonathan e esse ascendia a cada minuto que passava. 

– Está quase acabando, querido! Agora terá paz! – Mary mantinha-se ao seu lado. 

Não foi uma morte bonita de ver, e qual é? Michael agoniou e Mary não tirou por um segundo os olhos dele até ter certeza que estava morto.

Mary checou seu pulso e então recolheu as xícaras. Lavou e guardou qualquer vestígio de que havia estado naquele lugar. Uma hora mais tarde a secretária chegaria ao escritório e encontraria Michael morto sobre sua mesa.  


Meias Verdades [Completo]Tahanan ng mga kuwento. Tumuklas ngayon