Capítulo 37

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 Emily acordou no meio daquela manhã alheia a tudo. Sentiu falta do corpo do homem que havia escolhido para terminar os seus dias. 

Seus braços percorrem a cama e apenas os lençóis desarrumados estavam lá indicando que o amor que sentiam um pelo outro havia sido mais uma vez consumado. Sorriu lembrando-se dos momentos que tiveram na noite anterior e foi para o seu banho, queria estar linda e perfumada para quando ele voltasse. 

– Emily?  - Jonathan chamava. 

Jonathan ainda possuía as chaves do apartamento do irmão. Preferiu ir pessoalmente lhe dar a notícia trágica à Emily. 

Tudo aconteceu muito rápido. A secretária se desesperou ao ver o chefe naquela cena grotesca. Havia vômito e mais. 

Michael não merecia ser o destaque daquela cena. Ligou para Alex e Jonathan logo em seguida. O irmão chegou primeiro. Ele quem ligou para a ambulância. Quando Alex chegou até o local só veria os fluídos que Michael deixou para trás, seu corpo já estava a caminho do necrotério. 

– Estou aqui no escritório, Jonathan. – Emily revisava nesse momento alguns documentos para Michael. – O que aconteceu? Cadê Michael? Tentei falar com ele a manhã toda e não me retornou...

Jonathan não precisou falar nada quando entrou no escritório a forma como ele a olhou foi o suficiente para Emily entender que algo muito ruim havia acontecido: – Fala, por favor!

– Michael... – Jonathan suspirou. Também estava incrédulo com tudo aquilo – Ele está morto... – a pausa se estendeu, Jonathan chorava – Morreu como nosso pai.

– Mentira! – Emily gritou – Mentira! Ele estava bem há horas atrás e como que agora você me diz que ele morreu. – Emily deu um salto atrás da mesa e correu em sua direção – Peça para ele parar de brincar comigo. Esse tipo de punição já é crueldade. – as pernas de Emily estavam bambas seu coração palpitava.

– Queria que fosse mentira...

– Uma ova que você queria! Seu merda! – Emily agarrou Jonathan pelo colarinho da camisa – é muito conveniente para você ele estar morto! 

Jonathan empurrou Emily com força. Sua cabeça bateu contra a parede. Emily tonteou e caiu no chão. 

– Sua vagabunda imunda! Presta atenção como fala comigo! Acorda! Michael não está mais aqui para te proteger. – Jonathan a puxou pelos cabelos e segurava com força o seu rosto – Não matei Michael! Ele morreu da mesma forma que meu pai. – Jonathan à solta e Emily torna a cair no chão – Tem trinta minutos para se vestir decentemente e vir comigo até IML fazer o reconhecimento do corpo.

– Vocês chamaram a polícia? – Emily com muita dor levantava do chão.

– Chamei a ambulância. A polícia não precisou ser acionada, os médicos que atestaram o infarto disse que não haverá investigação... Estamos seguros, entendeu, estamos.

– Entendi. Alex já sabe?

– Sim. – Jonathan estava ficando impaciente.

– Ele podia me levar você não precisa esperar...

– É uma vaca mesmo! O corpo do meu irmão nem esfriou e já quer dar para outro.

– Escuta aqui seu moleque! – Emily tornou a encará-lo – Se eu fosse trepar com outro seria com você, não acha? É quem detém o poder agora acha que eu iria me rebaixar a um serviçal!

– E quem disse que eu iria te comer? – ambos estavam com o rosto muito próximo um do outro e com ódio no olhar.

– O seu pênis me disse lá em Toscana, lembra? – Emily pisca e segue para o quarto – E sabe o que é pior? Ou melhor, enfim depende do ponto de vista, você teria gostado e se viciado! Essa sua garotinha não é nada perto do que eu sou. Nada!

Jonathan foi até Emily espumando pela boca. Ao ver Jonathan vindo em sua direção o seu corpo fica tenso. Emily esperava na porta, pronta para a surra que viria e Jonathan já estava preparando para dar quando Alex interrompe.

– Sra. Hoffman, precisa de ajuda com algo ou posso preparar o carro? – a voz dele estava firme.

– Ela vai comigo – Jonathan se volta para ele.

– Não, Jonathan. A Sra. Hoffman vai comigo. Você precisa tomar outras providências mais importantes para o cartel que agora é seu esqueceu? Deixe que esses tramites do velório e enterro eu cuido. Não se preocupe seu irmão terá o melhor funeral possível, sei que essa é a sua preocupação.

– Me mantenha informado... – Jonathan volta a olhar com desdém para Emily – Nossa conversa ainda não terminou.

Jonathan deixou o apartamento com uma batida forte na porta da frente. Emily tremia. Medo, agonia, descrença, saudades. Seu coração não aceitava não ter mais Michael ali para lhe abraçar, beijar... Amar!

– Sra. Hoffman, me escuta com muito cuidado... – Alex se aproxima – Não o provoque. Jonathan não é igual ao Sr. Hoffman. Ele não terá misericórdia.

– Quem disse que quero, Alex! – Emily estava tão desolada que se joga nos braços de Alex, que por sua vez não estava tão diferente e permite aquele contato – sem Michael aqui... – o choro veio – Jonathan me matando estará fazendo um favor. Ele está morto, Alex, morto! – Emily soluçava perdida entre o tórax largo de Alex que finalmente tem um gesto de carinho e acaricia os seus cabelos.

Alex a manteve ali, envolta em seus braços até acalmar-se. Emily enxugou as lágrimas, trocou suas roupas e foram fazer o reconhecimento do corpo. Emily queria que tudo aquilo acabasse o mais rápido possível. Michael precisava ter o seu descanso.

Aquilo estava errado. Michael era um homem saudável. Sempre cuidou muito bem de sua saúde. Se alimentava direito e praticava exercício. Emily não engolia aquele relatório em suas mãos constatando o infarto. 

Segurou suas emoções. Estava ciente que ele havia sido executado. Jonathan não seria capaz, disso tinha certeza. Era outra pessoa que estava por trás, algum inimigo talvez, mas ela suspeitava mesmo era de alguém mais próximo menos provável.

Durante o enterro a certeza veio. Para Jonathan ascender Michael teria de ser eliminado. Mary estava próxima do caixão de Michael e a forma como ela olhou para ele fez com que Emily estremecesse "maldita mulher" pensou. Teria de pensar com cautela, não tinha provas contra ela, à autopsia não deu em nada, mas no seu interior ela sabia. Mary tinha executado Michael, mas como?  


Meias Verdades [Completo]Unde poveștirile trăiesc. Descoperă acum