Prólogo

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"Você não pode acordar, isto não é um sonho
Você é parte de uma máquina, não é um ser humano
Com seu rosto todo maquiado, vivendo numa tela
Com a auto-estima baixa, então você funciona a gasolina"

- Gasoline: Halsey.


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Beatrice tinha os olhos fixos em seu livro e havia acabado de virar a pagina quando ouviu-se uma voz na escuridão do corredor ao lado.

— Mamãe? - disse a vozinha, fina. Era impossível distinguir o rosto da autora da voz, que aparentemente se escondia na escuridão.

— O que ainda esta fazendo acordada, Zoe? - a mulher fechou seu livro. - Venha cá, querida.

Uma garotinha apareceu na porta do corredor e se aproximou de sua mãe. Os cabelos loiros e curtos balançavam alegremente enquanto ela andava.

— Eu não consegui dormir - falou finalmente, enquanto a mulher pegava suas mãos e sorria.

— Tentou lembrar dos nomes de todas as runas como eu sugeri?

A garotinha fez que sim e olhou ao redor, seus olhinhos azuis percorreram a sala toda e depois recaíram sobre a mulher sentada, cujos cabelos pretos estavam presos em um coque meio solto e alguns fios escapavam do mesmo.

— Onde está o papai? - perguntou a voz fininha da garotinha, que não devia ter mais de seis anos.

— Ele está dormindo, querida. E você deveria estar também. Vá para seu quarto e tente lembrar dos símbolos novamente, tudo bem?

- Tudo bem. -  respondeu assentindo e se virou, andando de volta para o corredor. Só agora Beatrice havia notado; ela trazia um bichinho de pelúcia em uma das mãos.

— E abrace o sr.Biscoito bem forte caso tenha medo, ok, Zoe?

Zoe, a garotinha, virou a cabeça a olhando enquanto andava e deu um sorrisinho, em seguida assentiu e entrou no corredor, desaparecendo de vista. Beatrice suspirou e colocou o livro em cima da mesinha ao lado do sofá, depois se levantou, se aproximou da lareira e apagou o fogo.

Ela se dirigiu até o corredor escuro mais uma vez e apagou as luzes, enquanto observava a sala de estar e a cozinha do lado, ambas as partes da casa decoradas com lindas mobílias, que eram caras e raras. O lustre de cristal balançou de leve por conta de uma corrente de vento que havia acabado de entrar pela janela.

Beatrice olhou para as janelas da sala e viu uma entre-aberta, andou até ela mesmo no escuro e a fechou. Estava quase se virando para sair de lá novamente quando notou, andando do lado da casa, uma figura alta e na escuridão, era quase impossível de enxerga-la mas Beatrice conseguia, por conta de um dos lampiões na rua.

Ela olhou por algum tempo e depois deu de ombros. Devia ser só um vizinho dando uma volta, provavelmente sofrendo de insônia.

A mulher se virou e entrou no corredor escuro, indo até seu quarto no final do corredor.

Beatrice passou pelo quarto de Zoe e viu a porta entre-aberta, espiou dentro do quarto, tomando o cuidado de não fazer nenhum barulho, e viu a garotinha dormindo, abraçada com seu bichinho de pelúcia. Não conseguiu conter um sorriso e tirou a cabeça de dentro do quarto, fechando a porta cuidadosamente e lentamente.

Ela voltou a andar, dando bocejos enquanto se dirigia ao quarto. Se Beatrice estivesse prestando atenção, o que não estava por conta do sono, teria notado um rastro de terra fino ao lado da parede até o quarto. E o fato de que tudo estava em silencio absoluto, o que era bem raro naquela casa de noite, por conta dos roncos de Andrew Herondale, que podiam ser ouvidos em alto e bom-som até mesmo da sala de estar. Mas, como Beatrice Herondale não havia notado nenhuma dessas coisas, ela entrou no quarto bocejando, pensando que tudo estava bem e que era somente mais uma noite no casarão dos Herondale, em Idris.

Foi somente 3 minutos depois, enquanto andava lentamente tentando não fazer barulho até a cama do casal, que Beatrice Herondale notou algo incomum. Ela parou instantaneamente, franzindo a testa e olhou para baixo, o chão do quarto banhado pela luz do luar. Havia acabado de pisar em algo gosmento e quente.

E então, ela viu. Havia uma poça enorme de sangue no chão. Só o treinamento de caçadora de sombras durante anos a impediu de gritar naquele momento. Ela andou para trás nem se importando mais em não fazer barulho, sua única preocupação agora era o por quê daquele sangue estar ali. E a mulher descobriu rapidamente.

Seus olhos se arregalaram ao olhar para cima e seu grito cortou o silêncio contínuo. Nem mesmo os anos de preparação a impediram de gritar ao ver seu marido ali, caído na cama com uma expressão de puro terror no rosto e uma espada o atravessando ao meio enquanto sangue pingava no chão, aumentando cada vez mais a poça.

— Não....- murmurou cobrindo a boca com a mão enquanto as lagrimas caíam. Beatrice Herondale não era muito de chorar, sempre tentava segurar as lagrimas e manter uma expressão forte em seu rosto. Mas estava tão aterrorizada que nem se lembrou de fazer isso.

Ouviu passos no corredor, provavelmente Zoe que acordara por conta do grito, mas ela não podia deixar Zoe ver aquilo...não podia...E então, Beatrice viu. A figura no canto do quarto que saía das sombras, iluminada pela luz do luar. Uma fada...Mas por quê....Beatrice não conseguiu concluir o pensamento, a espada do cavaleiro fada ja estava levantada e em seguida ele a enfiou na barriga da mulher, que não teve nem tempo de gritar antes de cair com tudo no chão e parar de se mexer. Os olhos abertos hipnotizados, fitando a parede do quarto.

Fez-se um rangido quando a porta do quarto abriu de novo e a garotinha entrou, confusa e assustada. Havia acabado de acordar por conta do grito de sua mãe e saíra correndo do quarto, segurando seu bichinho de pelúcia, o sr.Biscoito, em uma mão.

— Mamãe? Papai? - chamou, olhando ao redor. Agora a lua já saíra e não havia nem luz do luar que iluminasse o quarto. Estava tudo em completa escuridão.

— Peguem-na - ouviu-se uma voz que parecia vir do canto do quarto.

— Quem.... - começou a garotinha mas mãos a agarraram e apertaram sua boca, abafando seus gritos, porém ela ainda se debatia. Então uma das pessoas assoprou algo no rosto da mesma, que, para Zoe, parecia uma espécie de pó rosa. Mas ela não teve tempo de pensar, sentiu um completo cansaço e fechou os olhos, parando de se debater.

Há 300 mil quilômetros dali, um garoto chamado Julian Penhallow acordava assustado, com a leve impressão de que algo importante estava acontecendo em algum lugar.


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Oii gente, espero que tenham gostado do prólogo. Se gostou dê um voto para mim saber, por favor!! Eu quis escrever essa fic porque sou uma grande fã de tmi então tive essa ideia de fazer algo no universo da saga mas com personagens criados por mim (e com os sobrenomes da saga porque eu simplesmente a m o eles)
Próximo capitulo quando tiver pelo menos 2 votos!

A Dama do Sol - IWhere stories live. Discover now