- E agora, mãe? O que vamos fazer? - perguntei-lhe, olhando as horas em meu celular e constatando que já eram onze da manhã.

- Agora nós vamos dar uma de turista e conhecer essa cidade todinha! - ela disse, empolgada.

- Let's do this!* - eu falei, a fazendo rir e rindo junto.

Dizendo isso nós descemos para a recepção do hotel, e minha mãe foi pedir um táxi e perguntar à recepcionista quais os pontos turísticos e os melhores lugares da cidade para visitarmos. Passados uns cinco minutos, minha mãe volta com um papel com várias coisas anotadas.

- Pronta? - ela perguntou.

- Sempre. - eu disse, ansiosa para descobrir esse mundo novo que agora me cercava.

Fomos andando em direção à porta do hotel. Ao sairmos, vimos um táxi parado bem em frente do mesmo, minha mãe checou o número e viu que era o táxi que a recepcionista havia chamado. Nós entramos e minha mãe deu o endereço de um local chamado St. Lawrence Market. 

No caminho, minha mãe me explicou que esse era o segundo maior mercado público de Toronto e que a comida de lá foi nomeada como a melhor comida de mercado do mundo em 2012, e dizendo que nossa primeira refeição em solo canadense tinha que ser muito boa. Eu concordei, dando uma risada, e voltei mais uma vez meu olhar para a janela. Eu não via a hora de sair andando a pé pela cidade, tirando fotos, conhecendo tudo...

- É aqui o seu destino, senhora. - o taxista avisou. Minha mãe lhe entregou o dinheiro e nós descemos.

O lugar era enorme! O mercado era dividido em dois prédios, ambos cor de tijolo e muito altos. Havia uma quantidade elevada de pessoas caminhando por todos os lados com muitas sacolas. Eu e minha mãe entramos no mercado, ambas maravilhadas com tudo, parecendo verdadeiras turistas!

Saímos provando tudo o que nos era oferecido. Queijos, presuntos, salames, frutas, etc. Chegada a hora do almoço, já estávamos sem fome. Fomos até a área dos restaurantes, escolhemos um que nos agradou e pedimos um prato para dividirmos. A comida era, sem dúvidas, uma das melhores que eu já comi. Terminamos a comida, ambas querendo mais.

- Filha, agora vou levar você em um lugar que você vai amar!

- Eu estou amando tudo, mãe! Onde é esse lugar?

- Chama-se Rouge Park, querida. Fica há 30 minutos de carro daqui. Tenho certeza que você vai amar! Já havia visto fotos na internet, é realmente encantador! - ela disse, puxando-me em direção ao ponto de táxi.

Entramos em um e ela disse o nome do parque, e o taxista começou a acelerar.

- Mãe, nós precisamos urgentemente comprar um carro! Só hoje você já gastou uma fortuna de táxi!

- Sim, filha! Precisamos mesmo - ela disse, rindo. - mas hoje não pensa nisso não, hoje nós somos apenas turistas! Amanhã nós vamos resolver tudo isso, não se preocupe.

Ouvindo o que ela disse, resolvi parar de me preocupar tanto. Continuei contemplando a paisagem enquanto o rádio do carro tocava uma música muito boa.

Passado algum tempo, o taxista avisou que havíamos chegado. O lugar era realmente belíssimo. Cheio de árvores enormes que formavam verdadeiros corredores. Eu estava tão encantada com tudo. Era tudo tão diferente do que eu imaginava; era ainda melhor.

Minha mãe estava visivelmente encantada com tudo, assim como eu. Ela puxou-me pelo braço - praticamente correndo, para entrarmos no parque. Olhamos atenciosamente cada detalhe daquele espaço belíssimo, contemplando as maravilhas da natureza que ali se encontravam. Vimos até alguns animais, tiramos muitas fotos e conversamos bastante. Passadas algumas horas, compramos sorvete em uma barraquinha no parque e nos sentamos em um banco para descansarmos um pouco. Nós havíamos andado em praticamente todo o parque.

- Filha, eu vi várias casas lindas para vender ou alugar em um bairro aqui perto. Chama-se Pickering e fica há mais ou menos nove quilômetros a pé daqui. Você aguenta ir andando ou chamamos um táxi? - ela disse, rindo da cara que eu fiz ao ouvir ela dizer que eram nove quilômetros de onde estávamos.

- Aguentar eu aguento, mãe. - eu disse, rindo. - mas por que esse bairro em especial?

- Ah, não sei. Eu estava olhando uns bairros pela internet e esse foi o que me agradou mais. E eu entrei em contato com umas empresas de imóveis e havia uma ou duas casas para alugar ou vender no bairro. Eu fiquei super feliz, pois o bairro é mesmo lindo. 

- Tudo bem então, mãe. Vamos começar nossa caminhada. - eu disse, olhando para o relógio e vendo que já eram quase cinco da tarde. - mas temos que ir rápido, já vai escurecer.

- Estamos no verão, bobinha. Escurece um pouco mais tarde! Mas mesmo assim, vamos apressar o passo.

Fomos conversando e admirando o caminho todo, parando algumas vezes para tirar fotos, o que fez com que a caminhada parecesse mais curta e menos cansativa. Chegamos no bairro que minha mãe havia dito e, realmente, ele é lindo. Cheio de casas muito bem cuidadas e belíssimas. Fomos passando casa por casa e admirando o jeito de cada uma. Paramos em uma que estava com uma placa de venda e minha mãe presumiu que essa poderia ser a casa da imobiliária que ela havia contatado. A casa era lindíssima. Tinha dois andares e aparentava ser bastante espaçosa.

- Vamos voltar para o hotel, filha? Amanhã descobrimos se essa é realmente a nossa futura casa. - minha mãe disse, aparentando estar cansada.

- Vamos sim, mãe. Estou exausta, e amanhã o dia promete ser bem mais longo que esse, né? - eu disse, rindo.

Minha mãe riu também e fomos andando até o ponto de táxi mais próximo. Passei o caminho imaginando minha vida aqui. Me imaginando naquela casa, com meus futuros amigos, passeando no parque... 

O táxi parou e meus pensamentos foram interrompidos pela minha mãe abrindo a porta do táxi, sai do mesmo e caminhei em direção a porta do hotel. Subimos até nosso quarto, tomei meu banho, falei um pouco com meu pai, com a turma e com o Luís, que disse que já estava morrendo de saudades minha. Disse-lhe que também já estava morrendo de saudades, mas que não podia deixar de negar que a cidade era linda! Despedi-me e depois desmaiei de sono. Eu realmente estava muito cansada e ansiosa pelo dia de amanhã. E por todas as surpresas que ele me aguarda.

*vamos fazer isso!

Nota da autora:

Finalmente a Elisa chegou no Canadá!!! Estava muito ansiosa para essa parte da história, pois é aqui que ela vai realmente começar! Obrigada, de coração, por continuar a ler e a acompanhar a história da Elisa! Um pequeno spoiler: muitas coisas boas estão para acontecer! Continuem mostrando apoio marcando uma estrelinha nos capítulos, adicionando minha história em listas de leitura e comentando! Sem vocês, nada disso seria possível!

Um beijo e até o próximo capítulo (;

Strings Attached Where stories live. Discover now