Eu passei metade do vôo chorando e a outra metade dormindo. Minha mãe se demonstrou bem mais forte que eu, pois ela não chorou um quarto do que eu chorei. Pelo menos não enquanto eu estava acordada...
- Passageiros, nosso desembarque foi autorizado. Por favor apertem os cintos. - a aeromoça alertou, fazendo-me acordar assustada.
- Acalme-se, meu bem. Está tudo bem, nós chegamos! - minha mãe disse, ao perceber minha cara assustada.
- Ainda bem. Não aguento mais esse avião! É muito apertado, estou toda dolorida! - eu disse, bufando.
Minha mãe deu-me um chiclete para eu mastigar enquanto o avião descia, para não entupir meus ouvidos. Coloquei o chiclete na boca e abri minha janela. "Então é assim que Toronto se parece vista de um avião..." pensei comigo. Chegamos pela manhã, então eu só conseguia ver um monte de construções e algumas áreas verdes.
O avião parou, os passageiros começaram a se levantar e a pegar seus pertences. Minha mãe pediu para esperarmos a confusão passar para sairmos. Concordei com ela e fui arrumando as coisas que tinham ido comigo em minha poltrona. Encarei, pela milésima vez, a caixa do Luís. O que será que tinha dentro? Mal podia esperar para ver.
-Vamos, filha? - minha mãe disse, dando um leve sorriso.
Levantei-me e peguei minha mala de mão. Segui minha mãe em direção a fila da alfândega e do passaporte. Aguardamos na fila, em silêncio, analisando cuidadosamente todo o lugar que nos cercava. Depois de passar pela alfândega e pela polícia, fomos buscar nossas malas. Elas foram quase as últimas a aparecerem, aumentando cada vez mais minha ansiedade para sair daquele aeroporto e conhecer a cidade.
Pegamos nossas malas, nos perdemos dentro do aeroporto à procura de um táxi, até que o encontramos. Entramos em um e minha mãe deu as coordenadas de um hotel, e eu lhe perguntei:
- Mãe, você já chegou a ver uma casa aqui?
- Já sim, filha. Olhei algumas muito lindas pela internet, só que os imobiliários só fecham negócio pessoalmente. E eu também achei melhor assim, pois podemos olhar a casa e você vê se gosta.
- E quando vamos começar a fazer isso?
- Amanhã mesmo, querida. Você parece estar mais animada, não é?
- Eu ainda estou muito triste por tudo, mãe. Mas não posso esquecer que eu estou no lugar dos meus sonhos e que aqui por muito tempo vou ficar! Olha só como é tudo tão lindo! - eu disse, olhando pela janela e deixando-me hipnotizar pela beleza de Toronto. Os prédios, as pessoas andando na rua, sorrindo e alegres. Sim, eu estava animada, apesar de tudo.
- É tudo muito lindo mesmo, filha! E eu fico muito feliz que você está bem aqui. Isso é tudo o que eu mais quero. - minha mãe disse, sorrindo e acariciando meus cabelos.
O táxi parou e eu avistei um hotel bonito em nossa frente, descemos do táxi e o motorista ajudou-nos a tirar todas as malas, ao passo que um funcionário do hotel apareceu para as levar para dentro. Minha mãe pagou o táxi e fomos em direção à recepção do hotel.
O hotel não era tão chique, mas era muito lindo. Todo iluminado e moderno. Olhei pelo saguão principal e avistei muitas pessoas conversando em várias línguas diferentes. Fui até minha mãe, que conversava com a recepcionista, que lhe entregava o cartão que abria a porta do nosso quarto e lhe indicava como chegar à ele. Andamos em direção ao elevador, entramos e minha mãe apertou no segundo andar.
Chegando lá, caminhamos um pouco e chegamos ao quarto, entramos e as malas já estavam lá. Peguei a minha e a levei mais para perto da minha cama. Minha mãe fez o mesmo.
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Strings Attached
FanfictionNós nunca sabemos o que vai ser da nossa vida daqui há uma semana, um mês, um ano. Mas todos temos, no mínimo, uma ligeira ideia. Assim pensava Elisa, uma adolescente de 16 anos que achava que já tinha toda sua vida planejada. Assim que se formasse...
