Capitulo 02- ADEUS.

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Algumas semanas depois. Ainda não conseguia aceitar que minha mãe não iria mas entrar por aquela porta. Se antes já não tinha motivos para sorrir, agora muito menos. Minha vida era uma completa solidão. já não ia mais pra escola. ate tentei ir um dia para ver uma ultima vez o Felipe, mas foi horrível. me humilharam como todos os dias. o Felipe era um dos únicos que só olhava de longe mas não me maltratava como os outros. 

Certo dia, estava em casa pensando em tudo que tinha acontecido. estava totalmente sozinha. João tentava mostrar que estava bem, então focava no trabalho e na namorada. mas no fundo, ele sabia que também não conseguiria superar. meus outros irmãos já pareciam está bem, Helena não parecia fazer falta a eles. pelo contrario, demonstravam esta melhor sem ela, sem cobranças, sem alguém no pé impedindo que se matassem no mundo das drogas.

Aproveitei por esta sozinha e tentei arrumar a bagunça que faziam na casa todos os dias. limpando no silencio, do nada me assustei com gritos vindo do lado de fora da porta. corri para saber o que era.

- Menina corre!! 

- Oque houve Dona Dalva? por que esses gritos?

-Menina venha imediatamente comigo! é muito serio. 


Não estava entendendo nada. essa era a vizinha mais fofoqueira do bairro, vindo dela não poderia se nada bom. ela saiu me puxando pelos braços dizendo pra correr. o que poderia está acontecendo? o que mais  poderia dar errado na minha vida?

Já um pouco distante de casa, percebi que a rua estava movimentada. uma multidão fazia um circulo, o que todos poderiam está vendo, e principalmente o que eu tinha haver com isso?!

Quando me aproximei, entendi o que estava acontecendo..... tinha muito sangue caído ao chão... e como se não bastasse presenciei outra cena terrível que jamais conseguirei tirar da cabeça. 

Meus irmãos! mortos!. não conseguia olhar, com todos em volta falando que tinha sido o Brando. simplesmente o maior bandido da região. não era possível que eles tivessem chegado a esse ponto do vicio de pegar coisas com esse traficante. Ele não perdoava atrasos, era dinheiro ou a vida. sem a mamãe os garotos não tinham como pagar. olhei pro chão novamente e percebi que somente dois estavam ali, então onde estariam o outros dois?. 

A cena era muto pesada de se ver, não consegui me segurar e chorei. sei que eles nunca gostaram de mim, mas ainda assim eram a unica família que eu tinha. e jamais desejaria uma morte assim a ninguém.

Dona Dalva foi atras do João também. ele chegou imediatamente e se mergulhou em lagrimas. o abracei apertado. estava sendo um momento muito difícil pra todos nós.

Apos todo aquele tumulto, João me tirou dali, me levando pra casa. 

Chegamos em casa, estava tudo aberto. entramos e demos de cara com o Frederico e o André. eles eram os mais velhos, que deviam ser os mais responsáveis.... mas isso passava longe deles.

Logo estranhei o desespero deles, enquanto arrumavam as malas, e pegavam coisas da casa. João com raiva não se segurou e os pressionou contra a parede.


- Mais que merda está acontecendo aqui ? Oque vocês dois pensam que estão fazendo? que cena foi aquela? por que nossos irmãos estão mortos? MORTOS!!


Tentei segurá-lo, nunca tinha visto ele daquele jeito


- Estamos indo embora. Vamos sumir daqui. Conseguimos escapar por pouco, temos que ir o mais rápido possível antes que sejamos os próximos estirados no chão.

A Garota Solitaria  ( EM REFORMA)Where stories live. Discover now