Sentenced to death

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Isto era Weckleniffe, uma instituição para criminosos loucos. E louca era exatamente o que essa mulher era. Esta abatida e esfarrapada mulher estava completamente louca. Ela não distinguia o certo do errado. Ela estava confusa. O seu uniforme e o local serviam de prova para saber que ela não era confiável. Era difícil acreditar em qualquer uma daquelas palavras que saíram de seus lábios. E conhecendo a Lauren tão bem como conhecia, eu confiava nela totalmente e sabia que as suas acusações eram totalmente falsas. O que quer que fosse que ela fez era horrível na cabeça perturbada da mulher.

Mas então por que, quando ela apontou o seu dedo magro, eu senti uma ligeira queda no estômago? Por que o meu peito subiu e desceu em respirações afiadas? E por que o meu coração começou a bater um pouco mais rápido?

Eu conhecia a Lauren, eu amava a Lauren. Eu confiava nela. E eu queria acreditar que aquelas palavras eram mentira. Eu queria apenas assentir e ir embora. Não queria acreditar naquela louca, mas a curiosidade permanecia em mim e me impediu de fazê-lo.

– O que ela fez? – Perguntei. O meu tom era baixo para não ser ouvido.

– Algo horrível. Eu não devia dizer. Fique longe dela. – O cabelo escuro da mulher caía em torno de seu rosto, em fios gordurosos e emaranhados enquanto ela balançava a cabeça.

– Eu não vou ficar longe dela a menos que você me diga. 

Eu não iria aceitar a sua resposta e ir embora. Eu estava cansada dos segredos escondidos pelas paredes de Weckleniffe e eu não tinha empo para esperar por respostas.

Ela respirou fundo e eu vi a profunda agitação azul nos seus olhos. Os seus lábios se entreabriram, como se ela estivesse prestes a falar e o meu coração saltou de antecipação da verdade que estava prestes a ser divulgada. Mas os seus pensamentos e discursos foram interrompidos e o único movimento era o dos seus olhos. Eles se arregalaram com medo de alguma coisa sobre o meu ombro esquerdo. Segui o seu olhar e saltei, o corpo de Lauren estava ao meu lado. E a mulher correu para longe.

Olhei para o rosto de Lauren com o coração batendo no meu peito freneticamente devido ao susto anterior. E mesmo antes da paciente sair os seus olhos pareciam uma mina. Ela estava olhando para ela. Os seus olhos estavam no seu rosto e eu peguei quase um vislumbre disso, mas ainda estava lá; um aviso. Uma ameaça de algum tipo. Como se apenas com o olhar ela estivesse lhe dizendo para se afastar. E nessa fração de segundo, ela era a velha Lauren.

Ela era a máscara que usava quando eu ainda era uma enfermeira e ela apenas uma paciente, de tantos meses atrás naquele refeitório. Ela era aquela criminosa ameaçadora, cometeu crimes horríveis com sua mão que escorregava para minha coxa debaixo da mesa. E assim como eu tinha medo dela naquela máscara, eu estava com medo dela agora ao ver seus olhos naquele pequeno segundo.

Mas depois, os seus olhos cresceram brilhantes novamente, voltando para o meu rosto. Voltando ao normal num flash.

– Olá. – Ela me cumprimentou. – Quem era ela? – E lá estava o seu tom subjacente novamente. Era quase inexistente mas eu a conhecia o suficiente para reconhecer. Ela estava um pouco nervosa, embora tentasse esconder. 

– Me diz você. – Eu disse. Minha voz saiu trêmula, apenas o pensamento dela fazendo algo monstruoso como aquela mulher disse, sendo verdade ou não, me deixava um pouco apreensiva. 

– Dizer o que? – Ela perguntou.

– Ela estava com medo de você. 

– Ela acha que eu estuprei e matei três mulheres, é claro que tem medo. – Ela encolheu os ombros.

WeckleniffeOnde as histórias ganham vida. Descobre agora