New patient

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Lauren POV;

Embora a fé seja frequentemente posta à prova e quilos de medo sejam pesados no nosso coração, nós nos maravilhamos sempre. Embora não pareça ser um mar de desastres tão grande quanto a nossa preocupação de afogamento sob a carga pesada de amor, nós procuramos sempre ajuda. Cada pessoa é atormentada com amor pois é a nossa maior força ou fraqueza mais devastadora. Sobre o seu feitiço sedutor nós podemos prosperar ou quebrar. Quando os corpos estão cansados com sofrimento e os pulmões sem ar limpo para repor a força perdida, as esperanças são esmagadas e desintegradas do seu poder. Não importa o quando é o rosto ou a luz do coração, sobre a pele as emoções do amor e fraquezas.

Estes sentimentos subjacentes são o que tornam o espírito esmagado e o coração partido. Ás vezes tanto, que isso pode nos mudar. Porque até mesmo o mais resistente dos criminosos e o mais malicioso dos vilões têm um ponto de rutura. Pelas mãos da sanidade nós podemos nos tornar psicóticos, escorregando por entre os dedos descuidados da sabedoria como se a loucura nos enchesse as veias. Não há nada que possamos fazer e nenhum lugar onde nos possamos nos esconder enquanto a escuridão nos consome a nossa antiga luz, agora ensombrada pelo medo. Isto não acontece com todo mundo, ou pelo menos não a tal extremo. Apenas àqueles que já viram a escuridão do mundo, o que faz com que se tornem cruéis por serem submetidos a esse tipo de instabilidade mental. Mas nós chegamos ao fundo do poço em algum momento, psicótico ou não.

E ao estar presa aqui, numa instituição mental, veio uma incerteza de quando este meu “fundo do poço” poderia acontecer. Podia ser agora, com as minhas costas cheias de curativos e a esperança de escapar começando a parecer cada vez mais impossível a cada minuto que passava. Considerando o meu aborrecimento, a minha tristeza e medo do lugar onde vivia, este poderia ser o meu profundo problema. Ou poderia piorar?

Na maioria das vezes, o meu tempo era passado dormindo nas sombras escuras desta cela sombria, mas talvez houvesse eventualmente um dia em que o sono não viesse. Podia haver uma hora em que eu passasse as noites longas enrolada numa bola, resmungando, enquanto balançava para frente e para trás, ou me juntava aos outros pacientes enquanto gritávamos e tentávamos escapar das barras de metal que nos mantinham contidos noite após noite. 

Eu esperava que esse dia nunca chegasse, eu mantinha a minha mente à vontade com as coisas mencionadas anteriormente. Os sonhos podiam afastar a realidade aborrecida e as paredes. Podiam ser extraídos dos agradáveis pensamentos como a memória de ir ao zológico com a minha mãe, comer sorvete, rir, e a Camila Cabello com o seu cabelo comprido caindo em ondas pelos seus ombros. Mas presentes na minha cabeça sonolenta também podiam haver pesadelos, como aqueles em que eu estou em Weckleniffe na minha cama, velha e frágil, ou quando sou espancada até à morte pelos guardas, ou comida viva por monstros nas sombras ao longo do chão de cimento.

Mas pelo menos, os sonhos forneciam uma maneira de viver algures por um momento, sendo outra pessoa. Eu gostava de ficar nos meus sonhos, sendo feliz, para sempre se pudesse. Mesmo que eu soubesse que não eram reais eu iria preferir viver na minha cabeça adormecida do que na minha mente acordada, porque os meus pensamentos conscientes eram ainda mais assustadores do que os meus pesadelos sombrios.

Dia após dia, enquanto o meu aborrecimento crescia e os meus pensamentos começavam a subir, eu temia que o meu eventual mundo de sonhos e mente salva iriam quebrar, e eu já tive o suficiente. O meu prolongado fundo do poço e o meu ponto de rutura irão se aproximar de mim e eu vou me transformar numa versão muito mais perigosa de mim mesma. Normalmente, eu estaria confiante e calmamente indiferente, mas essas qualidades foram sempre muito lentas, sendo lascadas para longe do meu coração que batia com a visão de um chicote, e eu estava preocupada só com o pensamento de alguém que eu amo ser tirado de mim. Eu tinha sido atingida com a vontade de matar, e se Ariana aparecesse em minha frente, eu tenho a certeza que a mataria. Estes sentimentos não eram normais, sentimentos de assassinato. Mas eu não conseguia os controlar e sabia que escapar de Weckleniffe era a única forma de os parar.

WeckleniffeOnde as histórias ganham vida. Descobre agora