I don't want to be here

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– Emily! – Exclamou Lauren.

– O quê? – Perguntei, rindo de nervoso.

– Eu me lembro de quem eu amava. Emily, eu amava a Emily. É dela que a memória do sentimento vem.

Oh, certo. Emily. Como pude me esquecer? Ela amou a Emily. Foi estúpido pensar que ela tinha falado de mim. Quer dizer, eu sei que nós tínhamos alguma coisa, mas nos conhecíamos à poucos meses. A sua memória de amor tinha vindo da Emily. Ela tinha a amado mais do que qualquer coisa, e no momento em que ela disse algo sobre o amor eu devia ter adivinhado que estava falando dela. Ela não me amava, ela só gostava muito de mim. A Emily era aquela que ela tinha amado. Eu tô bem com isso, super bem, tentei colocar na consciência. Mesmo que o fato fosse evidente, e isso não devesse me incomodar, eu me sentia como um balão vazio.

– Sim. – Concordei um pouco desapontada. – Você a amou, realmente.

– Amei, não amei? – Ela disse, sorrindo feliz com a sua pequena vitória. Mas este sorriso desapareceu quando ela olhou para o chão, o seu comportamento mudou para tristeza. – Ela se foi. – Lauren disse, desta vez não perguntando como uma questão porque ela já sabia a resposta.

– Sim. – Respondi triste.

O meu coração doía por ela e também por Emily. Eu apenas conseguia imaginar como toda a sua história de amor tinha sido, e deve ser devastador para a Lauren pensar na maneira de como estava destruída.

– Quer alguma coisa para comer? – Perguntei, desesperada para mudar de assunto. Eu não conseguia mais ver o seu estado derrotado nos seus olhos por mais um segundo. – Quer dizer, eu sei que não gosta da comida daqui mas se estiver com fome...-

– Sim, estou com fome. – Lauren me interrompeu. – Eu não tomei café-da-manhã hoje.

– Ok, vamos. – Me levantei e a Lauren fez o mesmo, me seguindo enquanto eu passava pela pequena janela olhando para dentro da "cozinha" onde as senhoras do almoço deitavam os tabuleiros de carnes friboi.

Lauren ficou um pouco longe, se certificando que eu iria pegar um tabuleiro para ela. Ela costumava não almoçar, por isso era estranho estar aqui com ela a meio do dia.

Assim que o tabuleiro estava cheio de comida me virei, prestes a caminhar na direção da mesa quando vi. O sentimento persistente no ar não tinha sido meu e da Lauren, tinha sido dela. Durante uma semana estivemos libres do monstro, e eu não estava segura de que ela estava viva ou morta. Lauren e eu a vimos agora, no entanto, muito viva. Não exatamente vibrante com um colar cervical e um nariz partido, mas ainda viva, uma pena. Ela tinha acabado de entrar no refeitório e ficou contra a parede à nossa frente, conversando com outro guarda. Como se nada tivesse acontecido.

Lauren pôs os olhos nela num segundo, e o seu comportamento se tornou raivoso. Mas depois ela se virou para mim, ainda zangada, embora eu não tivesse a certeza se ela sabia o por quê de estar assim. Ariana despertou a raiva, mas na mente da Lauren parecia não haver conexão entre as duas. Porque ela não a encarou ou cuspiu palavras de ódio contra ela como normalmente; ela estava apenas enervada.

– Eu mudei de ideia, eu não quero essa merda. – Ela disse, olhando para a comida.

– Lauren, você devia comer alguma...-

– Eu não quero, porra! – Ela repetiu novamente, forçando um pouco mais a voz.

Mas eu também estava com fome, e ela provavelmente iria querer algo para a abastecer.

– Me deixa apenas lavar o tabuleiro para à mesa e...-

– Eu disse que não quero! – Lauren gritou, levantando as suas mãos e arrancando o tabuleiro das minhas mãos.

A refeição se espalhou por todo o chão juntamente com o tabuleiro, fazendo barulho no cimento. Isto me surpreendeu completamente e eu recuei, quase contra a parede.

– Lauren, se acalme. – Eu pedi silenciosamente.

– Não me diga o que fazer! – Ela falou agressivamente. Desta vez, todos tinham virado suas cabeças na nossa direção, observando o espetáculo silenciosamente. – Eu disse que não queria, Camila!

– Ok. – Respondi. – Tudo bem, vamos nos sentar.

– Todo mundo está olhando para mim. – Ela disse, olhando à volta da sala freneticamente.

Eu segurei as lágrimas enquanto observava toda a esperança que tinha juntado durante esta semana evaporando; Lauren estava perdendo a cabeça.

– Parem de me olhar, filhos da puta. – Ela gritou para os pacientes.

Atrás dela eu vi dois homens caminhando na nossa direção lentamente.

– Eu não pedi isso! – Lauren gritou, com a sua voz rouca arranhando as palavras. – Eu não queria isso! Eu não quero mais ficar aqui! Eu sou inocente, porra! Vai se foder, Deus!

Ela gritava as frases para o oceano de pessoas à nossa volta. Tudo o que ela tinha atravessado ao longo dos últimos meses parecia tê-la agarrado, a sua raiva fervia agora. Ela virou-se em frustração e deu um murro na superfície atrás de si com tanta força que sacudiu a parede. Mas querendo ou não, o local em que o seu punho se conectou com a pedra foi inferior a um centímetro da minha cabeça.

Eu chorei de medo e me afundei no chão, com medo do que ela iria fazer a seguir. Ela quase me bateu. Coloquei minha cabeça nas minhas mãos e comecei a chorar, mas Lauren não fez mais nenhum movimento. Mais nenhum som podia ser ouvido a não ser minhas lágrimas, a respiração pesada de Lauren e o chocalhar das chaves nos quadris dos guardas enquanto eles corriam na nossa direção. Eu pude ouvir os seus passos mais perto e olhei para cima, mas meus olhos não olharam para mais lugar nenhum a não ser para os olhos esmeralda de Lauren. Eles estavam arregalados e chochados com suas próprias ações. Ela olhava para mim em horror, com os lábios ligeiramente entreabertos.

– Camila... – Disse suavemente, com a sua voz num suspiro.

E depois abanou a cabeça em desaprovação, olhando para mim e depois para os seus sangrentos nós dos dedos. Ela parecia tão perdida de repente, tão preocupada e medrosa. 

– Camila, eu... – Ela tentou falar, mas parecia não ter palavras para acabar a frase.

E ela não teve oportunidade de acabá-la de qualquer forma, já que dois guardas agarraram os seus braços, um em cada um, colocando uma agulha no seu pescoço pela segunda vez em duas semanas. Antes das drogas fazerem efeito ela olhou para mim lamentavelmente mais uma vez, sendo arrastada novamente para longe. Embora desta vez, uma pequena parte de mim queria que ela fosse.

Limpei minhas lágrimas e tentei me levantar, mas estava fraca. Fraca que os meus joelhos estavam prestes a cair e eu estava ficando tonta. De repente eu não conseguia me segurar mais. Eu estava prestes a desmaiar.

Me senti em sentido contrário e os meus olhos se fecharam tremulamente, a minha cabeça atingiu o chão antes de tudo ficar preto.

...

Oi lindos, isso era pra estar no capítulo passado mas eu não sei por que eu não coloquei. Desculpa eu tenho 4,5 bilhões de anos, to caducando.

Vocês querem Big Baby de volta? Eu estou pensando em repostá-la, mas pra isso eu preciso da ajuda de vocês, meus lindos. Se você ainda consegue ler Big Baby, fale comigo no twitter (@idkvenustempura) ou aqui mesmo pelas mensagens do Wattpad.

Amo vocês. Qual o dia que vou dar um beijo nessa boca linda de vocês, lindos?

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