Nota básica: eu não vou mudar nos meus livros a palavra "rapariga" para "menina" ou "garota", mas quero que a população brasileira que não tem conhecimento que em Portugal "rapariga", não é uma ofensa, é um sinónimo para "menina" e "garota". É que já me fizeram a pergunta somente milhares de vezes, torna-se cansativo de repetir que ninguém lhe está a chamar "vadia" nem "puta", simplesmente está a referir o género dela.
Perspectiva de Drake
- Não, vais-me contar aqui e agora o que aconteceu com a Loirinha e contigo. - Cruzou os braços, autoritário. Estava a falar com Walter no seu quarto.
De acordo com Walter, a causa de eu estar na sua casa era porque este queria ver um filme da sua coleção da Marvel, no entanto, não o queria visualizar sozinho. Com isto, este obrigou-me a ir a sua casa num domingo para visualizarmos esse mesmo filme. Todavia, no momento em que cheguei a sua casa, puxou-me até ao seu quarto e fechou a porta. Não pude de o deixar de comparar com a sua irmã mais nova que andava no sexto ano.
Apesar de Walter ser um completo otário, não era tão burro como parecia. Pode não parecer credível, mas é verdade. Até eu, que me considero alguém realista, quando cheguei a essa conclusão, fiquei chocado.
- Nada com que te tenhas de preocupar. - Encolhi os ombros, tentando mudar de assunto.
Não ia dizer a Walter que tinha beijado Victoria. Estava fora de questão. Quer eu seja um bom ou mau amigo, não ia dizer que tinha beijado a rapariga que ele tinha uma obsessão psicótica grave.
- Sim, e eu chamo-me Vladimir Putin. - Arqueou uma sobrancelha, irónico. - Vá lá, Drake, sou teu amigo. Podes confiar em mim.
Tive de rolar os olhos com a sua afirmação, suspirando alto.
- Daí. Vou ser teu amigo e ficar calado - murmurei, olhando para a janela do quarto dele. Estava sentado na cadeira da sua secretária (que provavelmente este nunca se sentou para estudar na sua vida), olhando para o tempo de nevoeiro lá fora.
Walter também era persistente. Um defeito que via nele.
- Sabes que te compreendo e não vou ficar zangado com nada. - Aproximou-se de mim, ainda com os braços cruzados. Um sorriso calmo espetado nos seus lábios.
- Vais ficar magoado - aumentei o meu tom ao falar.
- Mais vale dizeres agora do que eu pensar que me escondeste algo. - Saltou para cima da cama. - Então, como é?
Susti um rolar de olhos. Walter não entendia que às vezes (isto é: sempre), devia ouvir o que eu dizia e acreditar que quando eu digo que ele não quer saber, é porque não quer. Eu conhecia Walter o suficiente para saber que nunca deixaria o assunto descair, ou se esqueceria. Por isso mesmo, não havia ponto em mentir.
- Eu beijei a Victoria. - Olhei-o nos olhos, cautelosamente. - Quero dizer, nós beijamos-nos... - tentei-me explicar logo. Estava fora de questão eu ser o culpado nisto. Se eu era o culpado, Victoria também podia ser adicionada.
Contudo, antes de me poder explicar mais, Walter começou a falar.
- Tudo bem. - Walter olhava para o teto, calmo, com um sorriso pequeno nos lábios. - Eu sei que gostas dela.
Não consegui ocultar a minha expressão de surpresa. Questionei-me se Walter consumisse algum género de drogas, e se sim, afirmaria que não são de boa qualidade e que estaria a perder dinheiro à toa.
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The Gun Shot Theory (Séries 'Foreign' #2)
RomanceDrake é arrogante, mal-humorado, que tem o hábito de ameaçar pessoas com tiros (apesar de ser tudo uma façada para não socializar). Ao contrário dele, Victoria, Vic, é uma aluna comum, de notas médias, comunicativa, com o sonho de ter um bom futuro...