XXI - Macaca Linguaruda

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Dedicado a @that_girl25_ 🙋🏻

Ignorei completamente Drake.

Este mandara-me somente uma mensagem a cumprimentar-me no WhatsApp, um simples, "Olá, Victoria," que ignorei. Pensei em lhe responder imensas vezes, até cheguei a escrever algo de volta, mas antes de enviar, apagava o texto. Ele magoou-me, e sabia disso.

Deduzo que fora Walter quem lhe deu o meu número, ou o obrigou a mandar a mensagem. Este soube que algo entre nós mudou no momento em que eu não dirigia a palavra a Drake, nem este a mim. Não houve mais nenhuma guerra de cão e gato entre nós, só um momento estranho entre conhecidos-desconhecidos.

Tinham passado pouco mais de duas semanas desde aquele momento entre nós, desde a viajem ao Canadá. Era um sábado. Teria saído com Caleb Smith, que admitia que os sentimentos por mim estavam a crescer - não lhe pude mentir. Confessei que estava numa situação má, por agora, e que não sentia qualquer sentimento mais para além da amizade com ele. Este afirmava que tentaria e que esperava o suficiente por mim. Deve ser uma perda de tempo para ele, mas falou com o tom tão determinado que nem sequer fui capaz de dizer para não tentar, seria inútil da minha parte.

Estava a estender a roupa quando a minha mãe chegou apressadamente até mim. Os seus olhos mostravam um olhar de pena.

- Conheces algum Drake?

Uma mola caiu da minha mão na referência do seu nome. Engoli em seco ao apanhar a mola.

- Só de cara - menti, tentando soar casual. - Porquê?

A minha mãe cruzou os braços, e os seus olhos encheram-se de mais pena.

- A mãe dele foi para o hospital com acidente de viação. Lola perguntou se podia vir para cá e eu disse que sim. A Rose foi ver como estava a mãe e o filho.

- Faz bem... Elas são amigas. - Estremeci, de seguida engolindo em seco. Não conseguiria imaginar como Drake se sentiria.

- Pensei em ir lá também. - Arqueei uma sobrancelha ao ouvir a minha mãe, enigmática. - Conheci-a quando vocês foram de viagem e achei-a simpática, não admira que Rose seja amiga dela. Queria estar lá com Rose, que precisa de apoio. Além disso, queria mostrar o meu apoio ao visitar também Dina.

Não respondi, continuando a estender a roupa. Entendo a minha mãe perfeitamente. Claro que ela teria lá o marido dela para a apoiar, mas como uma pessoa normal, a minha mãe sentia-se na obrigação de respeito de ir lá falar com Dina quando mais precisava.

- Devias ir lá, também.

- Eu não o conheço - respondi instantaneamente, com um tom seco. Eu e Drake ficaríamos num momento constrangedor desde que o que aconteceu. Era incapaz de o confrontar.

- Ele está sem a mãe, Victoria. Demonstra alguma simpatia.

Eu demonstrava simpatia em momentos em que ele não precisava e não aproveitava, porque tinha de ir lá? Tinha pena de Dina, claro, mas não de Drake que tanto mal me tinha feito no passado. Além disso, eu bem o avisara que estava a ser egoísta ao não valorizar a mãe.

- Vou pensar no assunto.

* * *

Tinha mandado uma mensagem a Walter, a perguntar se Drake estava bem. Sabia que não, mas pareceu-me a questão mais adequada à situação. Walter respondera-me que não estava, mas que Drake se adaptaria à realidade brevemente.

Só eu e a minha mãe fomos ao hospital, juntamente com Rose e Lola. Dean não conhecia Drake nem os seus pais, mas pedira a Walter para dizer que ele lamenta tudo o que lhe acontecera. Creio que Drake não gostaria da nossa presença ali, seria demasiadas pessoas. Eu estava ali pela vontade da minha mãe e pelo respeito que tinha a Dina, não por ele.

The Gun Shot Theory (Séries 'Foreign' #2)Nơi câu chuyện tồn tại. Hãy khám phá bây giờ