Capítulo XVIII

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Chegamos! - Conrado anunciou ainda dentro do carro ao olhar para o estabelecimento.

- Mas... Não era um prédio? - Ashanti observou confusa a luxuosa loja. Era linda, toda revestida de metal com a fachada e o slogan Costantino de fazer inveja a qualquer empresário, porém, o estranhamento se deu porque esta era única, sem andares acima, uma loja constituída inteiramente num único andar, no térreo.

- E é. - ele ressaltou - Como está se sentindo? - fez questão de questionar

- Até agora muito bem, obrigada. - piscou os olhos fazendo um gracejo.

- Muito bom! - a acariciou -Então venha comigo que tenho muito a lhe mostrar. - Conrado descendo do carro e gentilmente abriu a porta para amada, a encaminhando em passos lentos e precisos até a recepção.

- Bom dia Senhorita Paula - a recepcionista reconhecendo de imediato a imponente voz se apressou em responder.

- Bom dia senhor Conrado - ajeitou os óculos e Ashanti pode jurar ter visto os olhos da loura se arregalarem quando os notou de mãos dadas.

- Está tudo bem por aqui?. - ele perguntou varrendo os olhos pela vitrine e todo o interior da loja.

- Tudo na mais perfeita ordem senhor! Só tenho que lhe lembrar que o senhor tem uma reunião marcada com os revendedores estaduais daqui a meia hora. - anunciou com uma cara de gelo para disfarçar o seu espanto em ver "aquele" casal.

- Certo! Estou ciente mas obrigado por avisar, ainda hoje vou rever minha agenda com a Senhorita Rita, até mais. - solícito e com um aceno de cabeça ele se despediu e se encaminhou arrastando a sua mulher para o elevador.

- Elevador? - curiosa Ashanti logo que avistou o objeto questionou.

Sim - ele sorriu meneando a cabeça - Me esqueci que ainda não te expliquei. Esse prédio é um prédio subterrâneo - a mulher ainda confusa franziu a testa - Um prédio construído de baixo da terra meu amor.

- Eu sei o que é um prédio subterrâneo, inclusive se se esqueceu, sou arquiteta. Só estou tentando entender o porque. Não vemos muitos como esses por aí o tempo todo a não ser em filmes da máfia não é mesmo? - completou enquanto o elevador se deslocava para baixo.

Achando graça do comentário Conrado respondeu:

- É, mas existem! E esse não tem nada tem a ver com a máfia. É só uma idéia do meu avô. - deu de ombros - italiano, sistemático e minerador. Sempre nos dizia que conseguia pensar melhor debaixo da terra, por isso temos mais de 30 prédios iguais a esses espalhados pelo mundo. - Ashanti continuou o encarando como se aquilo fosse coisa de outro mundo -fazer o que, admito que os constatinos são estranhos.

- Ah sim, sabe que nem percebi? - sacudiu a cabeça achando graça da própria indagação.

- Temos outros prédios, digamos que normais, mas neles só funcionam depósitos, algumas lojas, outras empresas, importadoras e distribuidoras. - concluiu ao chegar ao seu andar o décimo quinto de baixo para cima.

"Que idéia estranha! Com o gasto que teria com a tecnologia só para trazer oxigênio até aqui. Construiria mais três prédios normais com todo esse dinheiro, AUPELIÊ[1], cada qual com suas manias." - Calada, enquanto caminhava Ashanti pensou.

- Meu amigo e sócio Conrado, bem vindo de volta irmão!! - um homem o chamou surpreendendo-os - Soube que adiantou a vinda para o Brasil e ainda bem que já chegou, estava para te ligar, preciso urgente trocar algumas palavrinhas com você. - disse o sujeito que era alto, magro, barbudo e ruivo.

- Bom dia para você também Leonardo, Como pode ver, estou aqui, se quiser pode ir para a sala de reuniões, que eu já estou indo. - Conrado informou enquanto o comprimentava com um caloroso o aperto de mão, e aquele abraço de caras. - Esta é Ashanti. - rapidamente a apresentou.

AshantiWhere stories live. Discover now