Capítulo Doze

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Saímos da faculdade e Wellington me esperava no portão junto a Thomas, que viu Milca e a beijou, a vontade era a mesma que eu tinha de fazer com Wellington, mas isso eu não podia.

Ele olha para o casal e percebe meu desconforto, me estende a mão, vamos.

Abro um sorriso e de mãos dadas descemos para o ponto de ônibus, com olhares de especulação e de mulheres com cara feia.

-É só amiga dele. -Diz uma e escuto, quando olho se trata de Barbara.

Me encolho e tento soltar sua mão, foi uma reação sem pensar, ele para e me olha.

-Você se importa mesmo com o que elas falam? -Me olha nos olhos.

-Nos dois sabemos o que temos, e isso é o que realmente importa, deixa que falem, que pensem.

Segura mais forte minha mão e me leva para o ponto, vai até o bar e compra umas balas e uma Coca-Cola, sentamos e começamos a conversar com a turma e ele me serve, Barbara estende o copo para ele que lhe dá a garrafa, e ela faz bico e o chama.

-A gente pode conversar? -Fala e vejo que me olha e dou de ombros.

-Já volto. -Diz e se levanta e vai atrás dela.

Eles somem por cerca de meia hora, ela volta com um sorrisinho no rosto e o cabelo bagunçado, e lábios inchados e eu digo para mim mesmo.

-Você sabe que vai ser assim, não crie expectativas, só aproveita os momentos com ele e longe dele, observe ao redor, seu príncipe pode estar te observando.

Engulo em seco, tomo um copo de Coca, vejo Milca me olhando e fazendo que não com a cabeça, me levanto e é automático troco de lugar, e me sento próximo a Thomas, Milca e Pedro, obvio que não vou ficar com Pedro, essa não é minha intenção, pois eu e Wellington temos um acordo.

Mas só queria um tempo dele, eu é que não vou beija-lo depois de ter feito sabe-se lá o que com Barbara.

Pedro me chama a atenção.

-Está tudo bem?

-Sim, só estou cansada e com sono, essa rotina de faculdade e trabalho cansa demais. -Falo e bocejo.

-Pois é, eu trabalho em uma papelaria da cidade, e depois só passo em casa, tomo um banho e venho para a faculdade, e olha que nem preciso pegar estrada e já fico cansado.

-Queria eu poder morar na cidade da faculdade, bem mais prático.

-Sim com toda certeza, aqui sempre tem vagas de emprego, quando quiser só me avisar que te ajudo.

Ficamos batendo papo e até me esqueço de Wellington por algum tempo, Pedro é divertido e temos muita coisa em comum, adoramos pizza amanhecida com café e leite, para muita gente é nojento, mas nós gostamos.

O ônibus chega e vejo Wellington conversando com um rapaz que não sei o nome, o observo e seus ombros estão rígidos, aparentemente está nervoso, Wellington é bem estourado, comigo é um doce, mas com coisas que saem do seu controle ele estoura facilmente.

Me despeço de Pedro.

-Bom Pedro eu preciso ir para o ônibus, vou tirar um cochilo agora. -Falo rindo.

-Vai lá e tenha bons sonhos a gente se vê amanhã. -Ele me dá um beijo na bochecha e segue em direção a Thomas e se despede.

Eu sou uma das primeiras a entrar no ônibus, estou tão cansada, me encolho e coloco a cabeça em uma blusa de frio que fiz de travesseiro, e não percebo quando caio no sono.

Amizade colorida com a GGOnde as histórias ganham vida. Descobre agora