Capítulo Onze

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Ao adentrarmos reparo no quarto habitado a pouco tempo, ainda tem caixas no chão com roupas e um guarda roupa vazio, na parede em tons pastel tem uma grande tv e um vídeo game, alguns carrinhos de coleção, ao lado um notebook aberto e de papel parede lá está Vanusa, Olavo e Wellington, vendo a foto percebo traços familiares que ficam marcantes quando se conhece seus pais, me aproximo e observo a foto.

-Quem diria que você seria filho deles! -Falo e Wellington se aproxima e seu cheiro entra pelas minhas narinas, sinto sua presença colada em minhas costas, vejo que se abaixa um pouco e beija a curva de meu pescoço.

-Quem diria que você é a Rafaela no qual falaram por tantos anos nas nossas refeições, na preocupação em que minha mãe tem com você, e de como ela sofreu quando sua mãe partiu, ela sempre te liga ainda?

-Sim, ela me liga toda semana ainda, sua mãe é maravilhosa e me ajudou muito naquela fase difícil, afinal eu era adolescente ainda quando mamãe partiu, então sua mãe meio que fez o papel de mãe quando precisei, mesmo estando morando em outra cidade.

-Essa situação que estou é totalmente diferente das outras que já vivi. -Ele vira me para olhar seus olhos claros, que estão em chamas e a tensão sexual naquele quarto fica nítida, cada toque mesmo que leve queima minha pele.

-Que situação? -Pergunto sem entender.

-Você Rafaela, nunca vivi isso, de ter uma amizade tão grande com uma mulher e ao mesmo tempo ter tanto desejo de sua boca, olha onde estamos, no meu quarto, meus avós te conheceram, minha mãe te liga a tantos anos e eu nem sabia como era seu rosto, isso me deixa receoso as vezes, e te trouxe aqui para saber como vamos ficar, como será a nossa relação de amizade e desejo, precisamos ter acordos. -Fala e me puxa para um beijo quente, me encosta na parede e me aperta e sinto sua ereção na minha barriga.

-Wellington vamos sentar. -Peço, pois, essa última fala sobre acordo me deixou curiosa.

Nos sentamos e fiquei olhando minhas mãos e ele me pega pelo queixo e me faz olhar para ele.

-Que tipo de acordo Wellington? -Pergunto, com medo de sua resposta e se meu coração vai aguentar esse acordo é outra conversa.

-Rafa eu pensei muito antes de te beijar, pois te beijar não envolve só nos dois, envolve Thomas meu melhor amigo, envolve seu pai que adoro a muitos anos, envolve minha mãe, meu pai, envolve pessoas que amo, e te magoar magoaria essas pessoas, por isso quero te deixar claro que eu sinto atração por você, mas não estou apaixonado, quero ser seu amigo, amo sua amizade, sinto desejo por sua boca e seu corpo, mas será só isso, você está livre para beijar outras bocas e eu também, você terá a sua vida de solteira e eu a minha, e quando bater a saudade a gente se encontra e mata o nosso desejo.

Wellington fala aquilo que já sabia desde o início que começamos a ter esse ''caso'', porém agora ele foi claro, e ele tem razão, se apaixonar envolve muitas pessoas que amamos.

-Eu te entendo, tudo bem, você continua sua vida de solteiro e eu a minha, e a gente fica escondido também, não tem problema.

-Nem pensar Rafaela, não vou fazer igual Alberto fez com você, pelo contrário, quero que Thomas saiba, nossos amigos, que temos sim um rolo, mas é casual, as únicas pessoas que não quero que fiquem sabendo é seu pai e minha família, pois eles não entenderiam esse tipo de relação.

-Mas você não tem vergonha de mim? -Juro que foi sem querer, é que pra quem está acostumado com migalhas receber o que merece, parece tão estranho e difícil de ser verdade.

-Rafaela claro que não, tanto é que Thomas já sabe que ia te propor isso, e o restante do pessoal sabe que o selinho não foi à toa, o pessoal me conhece e sabe do meu interesse por você, tanto que já avisei Pedro que com ele você não fica mais.

Amizade colorida com a GGOnde as histórias ganham vida. Descobre agora