Capítulo Onze

Começar do início
                                    

-Como assim? Está doido? Ele nem lembrava que nós tínhamos ficado? E como assim com ele não? -Inúmeras perguntas surgem na minha cabeça.

-Rafa, Pedro se lembrou que vocês transaram, nem gosto de imaginar, mas nós não tínhamos nada, já marquei meu território, você pode ficar com quem você quiser menos com os meus amigos, e digo o mesmo, não ficarei com nenhuma de suas amigas ou conhecidas.

-Combinado e que vergonha. -Falo e coloco minhas mãos no rosto.

-Agora chega de falar, vem aqui e me dá um beijo que estou com saudade.

-Como assim saudade só foram alguns beijos.

-Estou com saudades Rafaela, não discute e me beija.

E automaticamente nossas bocas colam uma na outra, o corpo reage e quando percebo estou sem minha blusa, com mãos grandes em meus seios e um corpo grande e quente sobre o meu, e quando achei que ia sentir o prazer completo, alguém bate na porta.

-Wellington sua mãe está aqui? -Grita a avó de Wellington e daí foi só correria e roupas sendo pegadas do chão.

-Já vou vó. -Vejo Wellington apavorado, ele vem e me dá um beijinho.

-Vamos enfrentar dona Vanusa, só quero ver o que vou justificar. -Fala e dá uma gargalhada gostosa.

-Vamos e para de ser tonto para fazer isso dar certo. Me olho no espelho e meus lábios estão inchados, vou ao banheiro lavo o rosto e me ajeito o máximo que posso.

Ele pega na minha mão e me puxa para a sala.

-Oi mãe, que saudade. -Fala, mas vejo os olhos de Dona Vanusa querendo ver quem está atrás dele, pois ele literalmente me colocou atrás dele, como se me protegesse de sua mãe.

-Também estava meu filho, e quem você esconde aí atrás? -Fala e arremessa o filho para o lado, me olha e abre um sorriso, eu abro os braços e sinto uma lagrima cair, ela sabe o tanto que é importante para mim, o quanto ela foi essencial após a morte da mamãe.

-Não acredito que mal chego na cidade e te encontro aqui, vocês estão namorando? -Pergunta para Wellington e olha para mim com os olhos arregalados.

-NÃO. -Respondemos juntos.

-Somos melhores amigos Vanusa, eu trabalho com Wellington e estudamos na mesma universidade, e acredita que descobri que era seu filho quando ele se convidou para tomar café da manhã em casa e papai correu para abraça-lo.

-Bem a cara de Welington pedir para tomar café, pensei que eram namorados, tinha até ficado feliz, porque Wellington não leva nada a sério quando o assunto é mulher.

-Mãe não é assim também. -Diz e cruza os braços como criança mimada.

-Claro que é, não cai na dele não Rafaela, não vale nada.

Dou uma risadinha sem graça, mal ela sabe que se não tivesse chegado provavelmente ele estaria dentro de mim, e essa possibilidade me deixa louca de desejo, e fico envergonhada só com o pensamento em hora inapropriada.

Dona Vanusa me puxa para a pequena cozinha e prepara um café para a gente, sua mãe se senta do meu lado e Wellington do outro, me abraça perto da sua mãe e eu o olho torto.

-Somos amigos. -Diz, mas o olhar diz outra coisa.

Tomamos café da tarde com a mãe dele, conheci a história de amor dos avós maternos de Wellington.

Senhora Tereza começou a história contando o dia em que se conheceram.

-Meu José Antônio apareceu na pequena mercearia em que trabalhava na época com menos de dezesseis anos, ele veio com trabalhadores na finalização da construção da usina no ano de 1962, ele fazia parte de um grupo de engenheiros, eles moravam em uma casa muito bonita na avenida, eles alugaram para ficar três meses, e uma vez por semana um dos engenheiros vinha até essa venda para comprar mantimentos para a semana, eu já tinha pedido demissão na época, mesmo com dezesseis anos eu iria me mudar para São Paulo, para ajudar uma tia a cuidar dos filhos dela e ter oportunidade de estudar. Naquela semana José Antônio não era responsável por comprar esses mantimentos, mas o engenheiro responsável ficou doente e ele apareceu lá, foi amor à primeira vista, e ali mesmo marcamos um encontro naquela pracinha, mas afastada daqui no início da cidade.

Amizade colorida com a GGOnde as histórias ganham vida. Descobre agora