Obscure w/Harry Styles

Capítulo 36 - Parte II

Point of view Cath

"Harry..." - tento falar mas o nó que tenho na garganta não mo deixa fazer

"Alguém me quer explicar o que se passa aqui?" - o Harry diz e noto um tom de raiva e desilusão na sua voz

"É melhor eu ir embora" - o Niall diz levantando-se da cadeira

"Não. Tu ficas" - o Harry diz autoritário e dá-lhe um leve empurrão fazendo-o sentar-se outra vez - "Quero uma explicação, agora!"

"Tu ouvis-te, sabes muito bem do que estava-mos a falar" - digo entre soluços. O que é que eu fui fazer?

"Pois, mas eu quero ouvi-lo da tua boca"

"Eu... E-eu... estou g-" - calma Cath... Respiro fundo e digo - "Eu estou grávida"

"E eu sou o pai?" - ele pergunta.

"O que? Como é que tens coragem de fazer uma pergunta dessas? Eu amo-te eu estou contigo. Eu só estive contigo foste tu que me tiras-te a virgindade" - digo sem dar muita importância à presença do Niall. Nós já falámos de coisas íntimas.

"Como é que isso aconteceu?" - ele grita e depois dá um murro na mesa fazendo-me saltar de susto

"Harry têm calma" - o Niall pede

"Calma? Tu tens noção do que se está a passar? A minha namorada está grávida e nem me contou. Agora não me peçam para ter calma porque a culpa não é minha" - ele diz. Parece que a cada palavra uma faca é espetada no meu coração, e eu vou morrendo lenta e dolorosamente.

"É minha?" - pergunto baixinho com medo que a minha voz falhasse.

"Que eu saiba não fizes-te a criança sozinha, pois não?." - ele diz ironicamente. Ele está a tratar o nosso filho como se fosse uma coisa. - "Devias ter tido mais cuidado." - ele diz e sinto raiva a crescer dentro de mim.

"Eu? Tu é que devias usar preservativo!" - respondo no mesmo tom

"E tu não és lá muito inteligente para quem anda na universidade. Não sabes que os preservativos podem rebentar?" - Que idiota. Não estou a reconhecer o Harry - "E a tua mãe nunca te disse para tomares a pílula?"

"Eu praticamente não tenho mãe Harry. E tu sabes isso melhor que ninguém" - digo sem me falhar a voz.

"Mas tu também sabes isso" - Ele não é o Harry. É apenas a raiva. O meu Harry nunca me diria isto. O meu Harry vai-me buscar à escola e leva-me a ver o por-do-sol. Isto é a raiva a falar por ele... Cath não seja burra, está à frente dos teus olhos e tu não queres ver. Este sim é o Harry. Cala-te subconsciente estúpido, não sabes de nada. Mas ele não podia ter tocado no assunto da minha mãe... Não podia...

"Eu odeio-te" - digo sem pensar nas palavras que me saiam da boca

"Cath..." - ele tenta mas eu pego no meu telemóvel e saio rapidamente de casa sem ouvir as palavras dele. Assim que fecho a porta começo a correr para que ele não me consiga seguir, o que se torna difícil pois as minhas lágrimas não me deixam ver o caminho.

(...)

Sinto as minhas pernas a doer e paro de correr. Devo estar a correr à horas pois vim para a uma parte de Londres que nem eu conheço. Estou cansada, tenho fome, frio e não trago dinheiro. O meu dia não podia ser melhor. Porque é que o Harry me fez isto? Porque é que ele me humilhou? Será que a culpa é minha? Se calhar é, se calhar eu sou a culpada no meio desta história. Talvez seja eu a responsável por estar agora grávida. Afasto estes pensamentos da minha cabeça para não chorar mais. E após por o meu orgulho de lado decido ligar ao Zayn. Mas para minha infelicidade ele não atende por isso deixo um voice-mail. O meu telemóvel notifica-me que em breve se vai desligar por falta de bateria e rapidamente ligo ao Niall, felizmente ele atende depressa.

"Cath... -nde estás?" - a ligação está com algumas interferências mas felizmente eu percebi a pergunta

"Eu não sei Niall. Por favor ajuda-me" - peço com algum medo

"Não... -guma tabulet-" - isto está muito complicado

"Uma tabuleta?" - pergunto a confirmar.

"Lower green" - digo assim que os meus olhos encontram uma

"O que? Eu não percebi" - o Niall diz

"LOWER GREEN" - grito. E o que mais temo acontece, o meu telemóvel fica sem bateria. Só espero que o Niall tenha percebido. Guardo o pequeno objeto no meu bolso e encosto-me a uma árvore que estava por perto e choro. Apesar de todo o meu cansaço e fraqueza encontro alguma força para chorar. Não vai resolver as coisas, mas vai aliviar-me por uns momentos. Sinto alguém agarrar-me e um pano é colocado sobre a minha boca. Tento gritar mas é impossível. Sinto cada um dos meus músculos a relaxarem e lentamente as minhas pálpebras fecham-se. Caio num sono profundo