Obscure w/Harry Styles

Capítulo 29

Point of view Harry 

A mulher que amo chorava incontrolávelmente, a sua cara já não estava mais desfocada e isso respondeu a todas as minhas questões. As lágrimas escorriam pela sua face e o medo acelerava o seu batimento cardíaco. O sitio onde se encontrava era obscuro e calmo assim como todas as pessoas à sua volta. Assim como o vestido da Catherine aquele sitio era negro e triste... Aquele sítio era um cemitério. As suas mãos agarravam fortemente um blazer e a sua cabeça estava encostada no peito de alguém.

"Por favor ajuda-me, faz esta dor parar" - ela pedia

"A Soph não merecia isto" - ela disse entre soluços

A Soph? Não, não, não pode ser. Isto não pode ser o funeral da Soph... Não! A Cath voltou a agarrar-se a alguém chorando descontroladamente. Não é alguém... Sou eu! Os meus lábios chocam com os dela na tentativa da acalmar, o que é bem sucedido. Espero nunca saber o que é a dor de perder um melhor amigo, por mais que eu discuta com o Zayn eu não sei o que seria de mim sem ele. Ele foi tudo o que o meu pai não foi, e a Soph também foi tudo o que os pais da Cath não foram com ela.

"Harry acorda" - alguém chama por mim. - "Harry por favor acorda. O que se passa?" - uma voz doce continua. As imagens começam a fugir da minha mente e os meus olhos abrem-se fazendo-me acordar sobre-saltado e nervoso. A Cath assusta-se com a minha reação o que a faz gritar.

"És tu." - digo quase inaudivelmente

"Harry estás bem? O que se passa? Porque estavas a gritar?" - ela enche-me de perguntas mas eu apenas as ignoro. Eu tenho de falar com o Zayn...

"Foi só um pesadelo. Eu estou bem" - digo desvalorizando a situação - "Vou ligar ao Zayn"

"O quê? Harry conta-me o que se passa?" - ela insiste. Eu não te posso contar Cath... Não faças perguntas.

"Não se passa nada" - digo num tom mais alto - "Eu vou ligar ao Zayn, não saias daqui" - ordeno. Saio do quarto e vou até à sala pegando no telefone. Ouço passos e olho para trás e vejo a Cath a olhar para mim. - "O que foi? Eu não disse para ficares no quarto?"

"Sim, mas eu estou preocupada. Porque precisas de falar agora com o Zayn? São 3 da manhã Harry..." - ela fala. Porque é que ela se preocupa tanto?

"Catherine para de te comportar como uma menina mimada ok? Nós não somos nada um ao outro eu não tenho que te dar justificações da minha vida."

"Mas nós fizemos amor e tu disses-te que me amav-"

"Não. Merda Catherine nós fizemos sexo. Agora vai lá para cima." - gritei. Não Harry merda. Eu não queria ter dito nada disto. A rapariga que eu amo mantem uma expressão assustada que me destrói o coração, eu odeio ve-la assim eu não quero que ela tenha medo de mim. - "Cath..." - eu tento aproximar-me dela, mas ela afasta-se bruscamente. Os seus olhos estão carregados de lágrimas mas nenhuma delas se atreve a rolar pelas suas bochechas. Ela rapidamente vira costas e corre para a divisão superior deixando-me sozinho com os meus arrependimentos. Decido não ligar ao Zayn, devido às horas, mas mando uma mensagem a dizer:

"Zayn, eu já sei quem é a rapariga das minhas previsões é a Cath. Eu tenho a certeza. E agora o que vou fazer? Elas continuam a vir e não sei o que fazer para as parar. Depois liga-me. H."

Point of view Cath  
Os gritos e as palavras do Harry ainda ecoavam na minha cabeça. Eu odeio quando ele é assim comigo, porque é que não podemos ser um casal normal? Ah pois porque nós não temos nada. Eu amo-o e pensei que ele me amava mas afinal fui apenas mais uma... As lágrimas escorriam agora pelas minhas faces. Entrei no meu quarto onde já não dormia à alguns dias e tranco a porta. Uma dor começa a crescer no meu peito e a minhas respiração começa a ficar pesada. Estou a começar a ter um ataque de pânico, tinha vários no cólegio quando tinha maus tratos mas depois desapareceram. Um grito sai pelos meus lábios e os meus joelhos embatem no chão fortemente. Nunca pensei que umas meras palavras pudessem provocar tanta dor. Mas uma coisa é real as desilusões nunca veem dos inimigos, e esta veio da pessoa que mesmo que me tenha feito sofrer é e será quem eu sempre mais irei amar. Tento acalmar-me mas não consigo parece que o ar está a acabar, talvez esteja. Talvez já não haja oxigénio no mundo talvez o fogo do amor entre mim e o Harry tenho consumido tudo, pelo menos a mim consumiu-me. E eu agora não consigo viver sem ele, só de imaginar parece que me arrancam o coração do peito sem dó nem piedade.

"Cath estás bem? Eu ouvi-te gritar, o que se passa? Abre a porta." - a voz do Harry fala aflita. Eu tento pedir ajuda mas a minha voz não passa de um sussurro inaudível. Inspiro profundamente e arranjo forças para dizer:

"Harry ajuda-me."

"Catherine por favor tenta abrir a porta." - ele pede desesperadamente. A sua voz está mais rouca e precebo que esta a chorar, o que não me ajuda nada. Eu entendo que esteja a sentir-se culpado por tudo e dai as lágrimas, apenas por arrependimento nada mais... As minhas dores são horriveis neste momento e eu sinto que não respiro à horas, o que não é real, o pânico domina o meu corpo. Com alguma força que eu fui buscar não sei onde agarrei-me à macaneta e consegui destrancar a porta caindo depois no chão.

"Cath!" - o Harry chama-me. Ele pega no meu corpo e deita-me na cama, ao ver o meu estado de aflição o seu choro aumenta o que aperta mais o meu coração. - "Cath, diz-me o que se passa como te ajudo? Por favor..."

"Beija-me." - peço quase inaudivelmete mas o suficiente para ele ouvir e unir os nossos lábios. E quase como por magia a minha respiração estabiliza e o meu coração já não está apertado. O Harry já não chora mas os seus olhos continuam vermelhos, as minhas lágrimas secaram também deixando um ardor nas minhas bochechas.

"Amor desculpa eu não quis dizer nada daquilo. Eu amo-te. Tu não és mimada e o que nós fizemos foi muito mais que sexo." - ele diz com as nossas testas coladas. Ele chamou-me amor... Ele disse que me amava...

"Mas numa coisa tens razão... Nós não somos nada um ao outro para eu perguntar coisas da tua vida. Desculpa..." - digo com tristeza e desvio o meu olhar do Harry separando as nossas testas

"Nós podemos mudar isso..." - diz e ajoelha-se à minha frente. Eu com alguma dificuldade sento-me na cama confusa com as suas ações. - "Catherine Cook aceitas namorar comigo?" - ele diz e sinto o meu corpo congelar. Namorar? Eu não sei se me sinto preparada para isso... Eu amo-o mas eu gosto daquilo que temos, sem compromisso as pequenas coisas tem mais significado. Respiro fundo e preparo-me para responder.

"Harry Edward Stlyes eu-" ....