23. control

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control(noun):the act or power of controlling; regulation; domination or command.

CAPÍTULO 23

A surpresa foi muita quando os convidados, maioritariamente homens elegantes, que fugiram com inteligência das suas mulheres empertigadas, felicitaram o Harry pelo discurso feito. Ele, sendo o rapaz constrangido que é, encolheu os ombros e desvalorizou a situação com um aceno de mão, tentando que eles entendessem que ele não era o tipo de pessoa conversadora. Louis abraçou-o com força, aquele aberto típico do sexo masculino em que chocavam violentamente com a palma da mão nas costas um do outro e agradeceu-lhe com um olhar emotivo no olhar. Até Olivia lhe deu um aperto no ombro, dizendo o quão contente ficou por ter valorizado o Louis mais do que a ela. Não era preciso falar da Johannah, que chorou baba e ranho abraçada aos filhos. 

Eu estava orgulhosa dele. Conhecendo-o como conheço, sabia que as possibilidades de ele meter água e estragar uma parte do casamento do amigo, eram duas em três. Porém, o discurso rápido e improvisado, explicou tudo aquilo que ele nunca conseguiu dizer em voz alta, até uma ocasião tão especial como esta. Para além do porta-chaves novo, que encontrara num dos stand de automóveis há dias atrás, Harry oferecera-lhe palavras maravilhosas e acreditava que tinham sido a melhor prenda. Quanto a mim, decidi oferecer um piercing de prata novo para o lóbulo da orelha da Olivia, sabia que ela estava à procura de um e achei que aquela pérola minúscula era aquilo que ela procurava. Gastei a maior parte das poupanças que trouxera no presente e apenas sobrou o suficiente para apanhar o comboio no dia seguinte. 

Quando Louis pegou na mão de Olivia, beijou-a e pediu-lhe que dançasse com ele, é que percebi o que se estava a aproximar. A banda clássica começou a tocar algo badalado o suficiente para os fazer dançar e em minutos todos os casais, incluindo as mulheres de vestidos compridos que pediam incessantemente que os maridos não as calcassem. Até Max dançava com a prima mais nova de Olivia, alta e com cabelos loiros gigantes, habilidosamente entrelaçados com uma fita dourada. Ele tinha a sua pequena mão no meio das suas costas e ela as dela sobre os ombros. Balançavam para um lado e para o outro. 

- Tenho de te perguntar? - A voz de Harry soou por cima da música. 

- Bem, é o mínimo que podes fazer. - Encolhi os ombros. - Não te custa nada. 

Harry comprimiu os lábios, em concentração. Parecia tentar encontrar a maneira certa de fazer o pedido. Pegou na minha mão e indicou que me levantasse, fí-lo. Tal como Louis fizera a Olivia, elevou-a até a sua boca e pressionou um beijo demorada no topo da mesma. Colocou a outra mão nas costas e curvou-se. Por baixo das suas pestanas longas, uns brilhantes olhos verdes espreitaram. 

- Senhora Hemmings, concede-me esta dança? 

Quase gargalhei ao vê-lo interpretar essa personagem. Borboletas desceram do meu cérebro para a minha barriga e acenei com a cabeça. 

- Adoraria, Senhor Styles. 

Entrelaçou os nossos dedos e rodeou as mesas, levando-me para o centro da pista de dança. Puxou-me para junto do seu corpo e preencheu o fundo das minhas costas. Instintivamente, e aproveitando o facto de não estar com os sapatos calçados, pousei a minha bochecha no seu peito, encontrando uma paz interior na batida constante do seu coração. 

Relembrei a última vez que dançáramos juntos. O dormitório parecera ser o sítio ideal e a voz dele no meu ouvido acalmara todo o medo que sentira. Era o dia em que parte de mim tencionava entregar-se a Chalk, o dia do Baile de Inverno. Comparado com os recentes eventos, as discussões que tínhamos na altura pareciam insignificantes e parte de mim desejava que o tempo voltasse para trás. Teria sido diferente. Eu relembrá-lo-ia do quanto o amava, para que no fim, ele não pensasse em deixar-me. 

WORN JEANSWhere stories live. Discover now