21. marriage

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marriage(noun): a relationship in which two people have pledged themselves to each other in the manner of a husband and wife

CAPÍTULO 21

O casamento de Olivia e Louis chegara. Se um formigueiro incomodativo teimava em percorrer o meu corpo a cada minuto, não queria imaginar aquilo que a minha amiga estaria a sentir, sentada na cadeira da cabeleireira, a minutos da cerimónia mais importante da sua vida. Olhei-me ao espelho uma última vez, antes de sair da pequena sala de maquilhagem. Os convidados começavam a chegar ao local e, sendo eu, a madrinha de casamento, foi-me dado o dever de os acompanhar aos seus respetivos lugares. 

Um longo vestido vermelho assentava-me na perfeição. Não tinha alças e segurava o meu peito, um pouco mais abaixo do que gostaria. Contudo, depois de um discurso sobre o quão importante era a auto-estima. vindo da boca de Olivia, acabei por esquecer as inseguranças e envergar o vestido com orgulho. Era justo até ao meu estômago e estendia-se até ao chão, fazendo uma pequena cauda, que se tornava ainda mais curta com os saltos-altos pretos que comprara há última da hora. Os meus lábios estavam num tom perfeito de encarnado e os olhos, delicadamente, traçados com um lápis preto. O meu cabelo, recentemente pintado num tom mais escuro, estava solto. No pulso, estava a pulseira que Olivia me dera.

O jardim gigante da casa de Olivia estava decorado com longas filas de cadeiras em madeira. Tinham um pequeno laço branco entre elas e uma almofada com flores avermelhadas nos assentos. Na frente, estava um arco florido com rosas brancas e vermelhas, escondendo o pequeno altar improvisado para o padre se instalar. Espalhados, paralelamente às cadeiras, estavam candeeiros que iluminavam todo o espaço. 

Do outro lado do jardim, estavam mesas redondas e cadeiras gigantes. Indicavam o local para onde se seguiria a cerimónia. Lençois brancos faziam de toalhas e as rosas vermelhas continuavam a ser abundantes no espaço. Por entre as cadeiras, no topo das mesas em jarras transparentes e nos lustres presos ao teto de madeira temporário que o carpinteiro fizera no dia anterior. Eram cerca de duzentos convidados e as decorações eram espalhadas por todo o jardim. 

- Estou tão nervosa. - Foram as primeiras palavras que ouvi, quando abri a porta do quarto de Olivia.

O seu vestido era de tirar o fôlego. O seu tronco e os braços eram, habilidosamente, preenchidos com renda branca, deixando alguns espaços com transparências para a sua pele morena. A meio do seu estômago estava um minúsculo laço carmim, na tentativa de condizer com todos os detalhes vermelhos espalhados pelo local. Era justo até meio das suas coxas e depois soltava-se até ao chão, formando a famosa cauda que dentro de horas estaria suja de arroz. O seu cabelo curto estava preso no baixo da sua cadeira, deixando o topo da mesma com um cabelo liso e brilhante. Umas pérolas brancas estavam presas nos furos da sua orelha, assim como a pulseira branca que lhe oferecera no dia anterior. Os seus lábios tinham uma cor clara e pouco brilhante, dando apenas um toque suficiente para os distinguir do resto. As suas pestanas longas encaracolavam no topo das suas pálpebras. 

Ela estava linda.

E eu tinha inveja. Não da sua beleza, mas sim do brilho de felicidade no seu olhar. A emoção de estar prestes a pisar um altar, de entregar toda a sua vida e amor nas mãos da pessoa que se ama, era o sentimento mais bonito do mundo. E tinha inveja por não o estar a viver na primeira pessoa. Com o rapaz que realmente amava.

- A tua vez irá chegar. - Olivia pousou a sua mão no ombro e afagou-o.

- Eu sei. - Sorri-lhe. - Estás linda. 

WORN JEANSWhere stories live. Discover now