04. judgment

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judgment(noun): the ability to judge, make a decision, or form an opinion objectively, authoritatively, and wisely, especially in matters affecting action; good sense; discretion:

                                                        C A P Í T U L O   0 4
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        O que era suposto eu sentir? 

   Alívio porque o meu melhor amigo, a única pessoa que me compreende e apoia independentemente dos acontecimentos, me encontrou ou medo, porque dalguma forma ele traria notícias da Blue. Bem, parece que me sinto das duas maneiras. Contudo, não o iria mostrar. Percorri um longo caminho para me manter de cabeça erguida, e com o meu objetivo em frente às minhas necessidades, para me deixar cair para os braços de Louis. 

       Abri a porta de entrada do prédio com a mão, deixando Max passar pela abertura do meu braço e do chão. O rapaz estava encharcado. E se já era fraco sem uma quantidade desmedida de água por cima da sua cabeça, não quero imaginar como seria com uma constipação séria por consequência da mesma. Correu pelas escadas até ao primeiro andar, deixando atrás de si um rasto temporário de chuva que escorria das suas botas rasgadas. 

    Permaneci em silêncio enquanto fazia o mesmo percurso que Max, contando que Louis me estivesse a seguir. Abri a porta do meu cubículo e dirigi-me ao meu quarto de imediato. Retirei as minhas roupas molhadas, sabendo que precisaria de me manter bom de saúde se queria continuar a pagar as minhas contas a tempo e horas. 

        – Quem és tu? – Ouvi a voz de Max. 

       Substituí as calças de ganga e a suéter por umas de algodão e uma camisola de manga curta preta. Baixei a minha cabeça e voltei a abanar os meus cabelos rebeldes, sacudindo as teimosas gotículas que ainda permaneciam presas nos fios espessos. 

        A conversa mantinha-se acesa na sala. 

        – Sou o melhor amigo do Harry. – Louis respondeu. 

        Max resfolegou: – Estás enganado. Eu é que sou o melhor amigo dele. 

   Controlei um riso abafado. Aquela criança, para além de ser irritante e muitas vezes inconveniente, era a única coisa que ainda me fazia sorrir. 

       – Bem, – A voz de Louis era de troça. – Então, eu sou o seu segundo melhor amigo. O que te parece? 

        Encorrilhei a roupa molhada nos meus braços e empurrei-a para dentro da pilha gigantesca de roupa suja que eu tencionava levar para a lavandaria mais próxima, assim que tivesse dinheiro para isso. 

        – Eu não gosto de ti. – Max declarou com voz firme. – Se pensas que vens aqui, tirar o Harry de mim, estás enganado! Ele é meu amigo. 

        – Ouve lá, puto-- 

   Abri a porta do quarto quando senti que a conversa se estava a tornar pesada. Tossi, pretendendo captar a atenção dos dois rapazes. Max tinha os braços contra o seu peito e a cabeça erguida numa tentativa de mostrar superioridade. Louis, ao contrário dele, estava encostado ao balcão descontraidamente. Contudo, a sua cara mostrava desconsideração. Quando Louis me avistou obrigou-se a silenciar-se. 

    Quando o rapaz mais novo sentiu a minha presença na sala apressou-se a correr na minha direção. Pequenos braços enrolaram-se à volta da minha cintura. O meu corpo recuou involuntariamente, não habituado às demonstrações de afeto constantes deste miúdo. 

WORN JEANSWhere stories live. Discover now