Aquele com o beijo

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Boa leitura✨

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Pov. Dante

Eu entendo. Depois de meses me torturando, me sentindo perdido e bagunçado, finalmente eu entendo.

Eu estou apaixondo pelo Arthur.

A compreensão dos meus sentimentos vem como um estalo, uma epifania. Passo mais uma noite em claro, depois de ter conversado com a Bea, torcendo para que esta noite seja a última que passo pensando.

Acordo relativamente tarde, acabei cochilando pela manhã. Tudo parece tão mais óbvio, claro como o dia. A urgência do momento me atinge com força, eu preciso falar com o Arthur. Pego o meu celular e encaro as mensagens dele, recebidas a dias, até que o guardo novamente. Preciso falar com ele pessoalmente.

Tomo um banho rápido apenas para me despertar e como alguma coisa, não me demorando para sair de casa. Passo na floricultura de Beatrice no caminho, para comprar flores e também para ouvir um "boa sorte, maninho" dela. Vou precisar de toda a sorte que puder.

Não sei o que vou dizer, tento pensar em algumas palavras mas desisto. Vou só abrir meu coração e ver o que vai sair. Não acredito que levei tanto tempo pra aceitar que eu estou apaixonado pelo Arthur.

A caminhada apressada que eu faço é tão torturante quanto meus pensamentos. De repente, aqueles poucos quilômetros até a casa do Arthur parecem distantes demais. Cedo a vontade de correr quando avisto a casa dele e bato à porta em um desespero visível, chamo várias vezes, mas não tenho resposta.

Me sinto decepcionado por ele não estar em casa, mas o espero, não vou sair daqui sem falar com ele. Sento na entrada da casa após meia hora, abraçando as pernas e apoiando a cabeça nos joelhos. Meus olhos pesam pela noite mal dormida e acabo pegando no sono.

...

Sou despertado por alguma voz distante, ergo o rosto e vejo Arthur se aproximando. Ele está com as bochechas vermelhas e trás consigo uma garrafa vazia, acho que estava bebendo. Me levanto rapidamente e pego as flores do chão, sinto o meu coração disparado.

– Arthur!

– Dante? O que você faz aqui? – Sua expressão de espanto é substituída pela confusão e, depois, por preocupação. – Já tá tarde.

– Eu precisava falar com você, e não queria que fosse pelo celular... – Peço desculpas a ele por ter demorado tanto a responder enquanto ele destranca a casa, me convidando para entrar.

Tento olhar para seu rosto, mas não consigo. O contato visual agora só me deixa mais nervoso, e o Arthur estar me encarando nesse exato momento não ajuda nenhum pouco. Mesmo sem vê-lo diretamente, consigo saber que ele está muito confuso e chateado com toda essa situação. Ai meu santo Rakin, eu fui muito burro.

Tá bom, vamos lá, eu não preparei nada pra falar agora mas eu vou dar um jeito (tomara que meu cérebro funcione), acho que só vou abrir meu coração e deixar o sentimento fluir. Coragem, Dante! Respiro fundo e... – Olha, Arthur. Eu...

– Deixa eu falar primeiro.

Mal começo a falar e sou interrompido por ele, que começa a se desculpar??? Não, não, não, não. Não é assim que eu imaginei, pare de se desculpar, Arthur. Nada disso é sua culpa!

Ver ele assim - frágil, choroso, se sentindo culpado - faz algo dentro de mim quebrar, quase como se fosse a última barreira me impedindo de me declarar. Eu quero o Arthur, eu não vou perdê-lo, não agora que eu finalmente entendi o que sinto.

Então, num impulso, falo tudo que estava guardado no peito, falo sobre a noite do show, sobre as aulas de violão e sobre o quanto eu gosto da companhia dele. Sobre o quanto eu quero ver ele, e abraçar ele, e beijar...

Vou me aproximando dele devagar, sentindo meu coração se descompassar. Paro em sua frente, intercalando meu olhar entre seus lábios bonitos e seus olhos brilhantes e um pouco marejados.

E, finalmente, seguro em seu queixo e cesso a pouca distância entre nós dois, o beijando.

Não consigo achar clichês o suficiente para descrever esse momento, sinto tudo: as borboletas na barriga, o corpo arrepiado, nossas bocas se encaixando perfeitamente...

Beijar o Arthur é como ouvir uma música tão bela e única que me deixa entorpecido, seus lábios macios tocam os meus em seu próprio ritmo, e nossos corações batendo rápido criam toda a melodia que o momento precisa.

O beijo ritmado e lento aos poucos vai ficando mais urgente, como se o contato físico não fosse o bastante e precisássemos de mais, muito mais.

Passo um dos braços pela cintura de Arthur e o puxo para mais perto de mim. Minha mão, antes no seu queixo, agora está em sua bochecha, o seguro com força e delicadeza. Sinto sua língua explorando a minha com uma vontade alucinante. Entre os beijos, vamos nos guiando aos tropeços para o quarto de Arthur, mantendo nossos lábios colados o máximo possí...

TUM!

– AI! PORRA! Dante, você tá bem?!

Abro os olhos e vejo o Arthur em cima de mim, e sinto uma dor tremenda em minhas costas. Nessa tentativa de ir para outro cômodo, acabei pisando em algo jogado no chão, perdi o equilíbrio e caí de costas, trazendo ele comigo.

– Tô bem, só um pouco dolorido. Ai, eu pisei em alguma coisa. – Olho ao redor, procurando o objeto no chão e só aí percebo, a sala está um caos, com roupas espalhadas, pratos sujos e objetos aleatórios no chão. – Achei. Esmaguei um dos seus bonequinhos, foi mal.

– HEALSTOM! Ai não, coitadinho. – Me levanto quando Arthur sai de cima de mim e vai recolher os restos do bonequinho, todo choroso.

– Hum, Arthur? Eu não queria ser intrometido, mas... o que aconteceu aqui? – Sinalizo ao redor, mostrando o ambiente bagunçado.

– Ah, os últimos dias não foram muito fáceis. – Ele coça a cabeça, suas bochechas ficam levemente ruborizadas.

– Entendo. Quer falar sobre eles?

– Acho que não.

– Certo, tudo bem. Bom, mãos à obra. – Começo a juntar todos os pratos, copos e vasilhas aleatórias que estão na sala, e sigo em direção à cozinha, com o baixinho em meu encalço.

– O que está fazendo? Não precisa arrumar não, tá tudo certo.

– Vou fazer o jantar, está tarde e você provavelmente não comeu nada significativo hoje. Enquanto isso, tome um banho e relaxe.

– Dante... não precisa, é sério, eu dou um jeito aqui depo... – Dou um selinho nele para que pare de falar besteiras e replico:

– Eu sei que não precisa, mas quero fazer isso. Quero cuidar de você, Arthur, te devo isso por ter te ignorado nesses últimos dias, e também, eu quero ficar aqui. Não quero ir embora, quero passar tempo com você.

Ele me olha surpreso, e sorri, um sorriso encantador, que faz meu coração errar uma batida. Percebo que todos esses dias de confusão e angústia valeram a pena, afinal, tive o prazer de admirar seu sorriso e seus lindos olhos bicolores me fitando, cheios de ternura.

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Quem é vivo sempre aparece, não é mesmo?
E espero continuar para poder terminar essa história, esses longos sumiços são sacanagem, eu sei kakakaak desculpa

Trouxe a visão do Dante em relação ao dia e ao beijo, agora é hora de alegria, de cenas fofinhas e muito romance 🥰
Espero não ter perdido a manha, estou meio enferrujado na escrita, muito tempo parado e tal

Ademais, obrigado por lerem ❤️

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⏰ Última actualización: Nov 06 ⏰

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