arte da capa: @marichammmm
Espero que gostem, boa leitura 🫶
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Metanoia: mudança essencial na maneira de pensar ou no caráter.
Pov. Dante
-Aaaaaaaah... Ahhhhhh.. - Resmungo, jogado no sofá, encarando as mesmas mensagens. Que vida cruel, nada faz sentido além de resmungar.
- Ahhhhhhh...
- Chega, Dante! Eu não aguento mais ver você se derretendo pelos cantos resmungando. Você vai ter que me dizer o que houve. - Olho para cima e vejo Beatrice, com os olhos semicerrados e as mãos na cintura, encarando o fundo da minha alma, provavelmente tentando descobrir o que tanto me incomoda.
Assustadora!
- Não é nada não. Não se preocupe comigo.
- Ah, não. Levanta, bora, vamos conversar. Me fala o que caralhos está acontecendo contigo, antes que eu vá atrás e descubra por conta própria. - Bea me puxa pelos braços, me tirando da minha posição confortável de sofrimento e me obrigando a sentar no sofá.
- Tá bom, tá bom. Você venceu.
- Ótimo, comece. - Ela se senta ao meu lado e sinaliza para que eu comece a falar. Vamos lá, fazer o que né.
- Ahn, hum. Você já teve essa sensação... essa sensação ruim de que, sei lá... que está tendo pensamentos errados com alguém? - Solto frases sem sentido, me sinto totalmente sem jeito falando em voz alta essas coisas.
- Pensamentos errados? Você quer machucar alguém mano? Se você quiser eu até ajudo, mas preciso de um resumo da situação.
- NÃO, NÃO É ISSO NÃO... droga. - respiro fundo e olho para ela, não adianta falar em rodeios com a Bea, ela é astuta demais. - Você se faz de doida de propósito, né?
- Talvez - Bea sorri de lado e bate com a mão na minha perna, fazendo um carinho - Relaxa, só queria suavizar o clima. Você sabe que não vou te julgar maninho, independente do que seja, não precisa ter medo, certo?
A Bea tem razão, se eu não confiar nela, vou confiar em quem? Afinal, somos tudo o que temos.
Abraço meus joelhos e tento me encolher em mim mesmo, o que obviamente não dá certo, mas a posição é reconfortante demais então fico assim, respiro fundo e começo de novo, me esforçando ao máximo para que saia algo coerente dos meus pensamentos confusos:
- Tem.. tem essa pessoa, que entrou na minha vida meio do nada, isso faz um tempo já, uns meses. E eu não sou muito bom com essas coisas de, cê sabe, amizade e tal. Sou péssimo com isso, mas, com el... com essa pessoa, tudo é tão... tão suave. Eu me sinto em paz, como se o conhecesse a muito tempo, sabe? E, aos poucos, ele foi se tornando cada dia mais especial e... - Sinto meus olhos se encherem de lágrimas e meus lábios tremerem, eu não quero chorar, mas se eu continuar vai ser inevitável...
Bea segura minha mão e a aperta suavemente, é o jeito dela de dizer "pode chorar não tem problema, estou aqui" - E?
- Na última vez que estivemos juntos, eu... essa pessoa teve um problema e a gente se abraçou, porque eu queria passar conforto, e aí, por um segundo, eu quis beijar ele... a pessoa. Quis muito, quis abraçar e beijar e ficar agarrado a noite toda e... e isso me assusta porque...
Travo novamente, não consigo terminar a frase.
- Porque a pessoa é "ele"?
Ergo a cabeça e a encaro, não contenho as lágrimas e ela compreende, ela vê toda a angústia em mim e, no segundo seguinte, me abraça. Me agarro em seu abraço e derramo toda a dor em meu coração. E, naquele momento, enquanto eu soluçava e ela acariciava meu cabelo, eu agradeci muito por ter a Bea em minha vida, ela é tudo para mim.
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Aquele com os Danthur
FanfictionArthur é um guitarrista de uma banda, membro da gangue Gaudérios Abutres, que retornou a Carpazinha a pouco tempo. Dante é um médico formado, que se mudou a pouco tempo com sua irmã Beatrice, para sua cidade natal Carpazinha. Por ironia do destino o...
